A história do game tão ruim que teve vendas suspensas e levou estúdio a falência dias após lançamento

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A história do game tão ruim que teve vendas suspensas e levou estúdio a falência dias após lançamento

Por Gabriel Mattos

Em uma decisão incomum, o estúdio Fntastic suspendeu as vendas do game The Day Before na plataforma digital Steam apenas quatro dias depois de seu lançamento oficial, em 7 de dezembro. A movimentação ocorreu horas após a empresa divulgar uma nota assumindo falência em uma carta aberta nas redes sociais.

O que aconteceu com The Day Before?

De acordo com o pronunciamento, devido ao fracasso financeiro do lançamento do jogo, a empresa não teria recursos para continuar operando. Segundo a agência GameDicoverCo, até a véspera da exclusão do jogo, 201.076 cópias de The Day Before chegaram a ser vendidas, resultando em 91.694 pedidos de reembolso — o que resultaria em uma arrecadação de aproximadamente 4 milhões de dólares (viaPolygon).

Além da retirada do jogo de circulação, trailers e demais vídeos de divulgação também foram excluídos do canal do estúdio no YouTube e seu CEO, Eduard Gotovtsev, deletou seu perfil no X, finado Twitter, em uma tentativa de evitar represália do público.

Por que The Day Before deu tão errado?

O MMO The Day Before começou a ser desenvolvido em 2015 com a promessa de ser uma experiência de sobrevivência com interatividade massiva online. A ideia era reproduzir a fórmula de sucesso de The Last of Us com a opção de jogar com os amigos, mas, diferente do que foi promovido, o título sequer tinha uma conectividade massiva.

O projeto foi adiado inúmeras vezes com a desculpa de existir a necessidade de mais polimento antes de um lançamento. Quando enfim o jogo veio a público, foi em uma versão de “Acesso Antecipado” para disfarçar a falta de conteúdo gritante. Porém, bastaram os primeiros jogadores entrarem em contato com o título para espalhar a realidade de que The Day Before era um esquema duvidoso para ganhar dinheiro fácil. E as evidências sempre estiveram lá.

Para começar, o estúdio não esconde que seus funcionários trabalhavam sob regime de “voluntariado” — isto é, não recebiam dinheiro para produzir o jogo. Não é difícil imaginar que o sucateamento da mão de obra deve ter levado a uma alta rotatividade de desenvolvedores e a contratação de gente com o mínimo preparo buscando conseguir alguma experiência na indústria (via NME).

Conforme os trailers foram sendo publicados, alguns jogadores perceberam que a montagem das prévias copiava enquadramento e por vezes até os próprios elementos de outros games famosos, como The Last of Us e Call of Duty. Assim, surgiu a suspeita que a equipe de marketing estava plagiando o trabalho de jogos populares para enganar o consumidor, escondendo um produto que não era compatível ao que era divulgado (via GameRant).

Em menos de uma semana, o jogo entrou para o ranking dos dez piores títulos do Steam. Antes do lançamento, jogo chegou a ser o título mais aguardado da plataforma, no topo da “lista de espera”.

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