O Fantástico Nacional: Bienal do Rio traz autores nacionais para falar dos livros de fantasia em nosso país
O Fantástico Nacional: Bienal do Rio traz autores nacionais para falar dos livros de fantasia em nosso país
Carol Chiovatto, Paola Siviero e Cristhiano Aguiar marcaram presença no terceiro dia de evento!
A Bienal do Rio de Janeiro está acontecendo nesta semana – entre o dia 1 ao dia 10 de setembro – e trouxe em sua programação não só a literatura internacional, mas também abriu as portas para que grandes autores brasileiros possam falar não só de seus livros, mas também dos gêneros dentro da literatura. Neste domingo (03) foi a vez de Carol Chiovatto, Paola Siviero e Cristhiano Aguiar dividirem uma mesa sobre O Fantástico Nacional, onde a ficção fantasiosa encontra a realidade dentro de nosso país! Bora conferir tudo o que rolou por lá?
A mesa aconteceu no pavilhão verde, no estande do Café Literário neste último domingo, às 14h. Quem estava por lá pôde conferir uma conversa ampla sobre o tema, desde o mercado nacional para os livros de fantasia, quanto para a forma como cada autor explora a fantasia dentro de sua história, região e, claro, criatividade.
Carol Chiovatto é uma das autoras da mesa e seu romance de fantasia urbana chamado “Porém Bruxa” (2023) recebeu o Prêmio Odisseia de Literatura Fantástica 2020 na categoria Narrativa Longa de Fantasia. Paola Siviero é mais uma das autoras convidadas, com seu primeiro livro sendo o “O auto da maga Josefa”, que venceu em 2019 o Prêmio Leblanc na categoria de melhor romance nacional de fantasia, ficção científica ou terror. Por fim, Cristhiano Aguiar é autor de “Gótico Nordestino” – seu livro mais recente – e ganhou o prêmio Clarice Lispector de Melhor livro de contos de 2022 pela Biblioteca Nacional. A mesa foi mediada por Ana Cristina Rodrigues.
Durante a conversa dos autores, perpassamos por perguntas como “Como é escrever sobre o fantástico no mundo real?”, “De onde vem a inspiração para criar personagens que não existem no mundo real?” e, sobre “O que de fato é ser autor de fantasia nacional em 2023?”.
Sobre a primeira pergunta, a Paola abriu a rodada de respostas e afirmou que a escrita de uma história fantástica está diretamente ligada a extrapolar algumas nuances do mundo real, seja utilizando sátiras ou de forma lúdica. Segundo ela, é possível criar uma trama sobrenatural e fantasiosa sem, necessariamente, se afastar da realidade. Já a Carol enxerga o universo fantástico na literatura como uma forma de explorar as muitas possibilidades do real, sendo – para ela – uma ferramenta para falar sobre o nosso tempo. Já para o Cristhiano, o fantástico é uma oportunidade de contar uma história que o realismo não conta.
Sobre as inspiração para criar personagens que não existem em nossa realidade, os três autores concordaram que isso estava diretamente ligado a observar o lado social de nossa realidade, explorando as pessoas que estão à margem e dando a essas pessoas uma visibilidade que vai além e os transformam em personagens relevantes e importantes.
Pra finalizar, os três autores se complementam sobre o que é ser autor de fantasia nacional: segundo eles, o idioma é um elemento forte que une a população, mas as linguagens são o que diferenciam cada história e sua personalidade. A riqueza cultural em nosso país também é uma característica muito forte e fica evidente quando os autores exploram esse campo. Contudo, eles não ignoram a literatura internacional, mas utilizam de elementos para inserir características nacionais.
Assim, a mesa sobre o Fantástico Nacional trouxe visibilidade para esse gênero literário que é tão consumido – inclusive no Brasil – mas muito pouco explorado quando o assunto são autores nacionais. É sempre bom ver autores premiados falando um pouco sobre suas experiências, o que prendeu o público no Café Literário até o fim desse encontro incrível.
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