D. B. Cooper: O misterioso caso nunca resolvido do homem que sequestrou um avião e desapareceu no ar

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D. B. Cooper: O misterioso caso nunca resolvido do homem que sequestrou um avião e desapareceu no ar

Por Flávia Pedro

Na ficção existem diversas séries e filmes que trazem o tema de “sequestro de um avião” e, muitas vezes, os personagens acabam presos em algum looping temporal ou realidade paralela sem nem ao menos saberem disso. Porém, infelizmente casos como esses também podem acontecer na vida real e um dos que mais intrigam os Estados Unidos é o caso de D.B. Cooper, um homem que sequestrou um avião e desapareceu para sempre horas depois. A história serviu de inspiração para uma cena de Loki, que ofereceu uma explicação alternativa para o pode ter acontecido. Mas na vida real, o caso permanece sem solução.

Quem era D.B. Cooper?

Esse seria o retrato falado de D.B. Cooper

Até os dias de hoje um dos crimes mais espetaculares da história da aviação ainda segue repleto de mistérios, mesmo com cerca de 50 anos de investigação!

No ano de 1971, um homem chamado D.B. Cooper sequestrou sozinho um Boeing 727 e desapareceu com o dinheiro do resgate ao saltar de paraquedas e sumir para sempre. A polícia federal norte-americana (o FBI) retrata os fatos da seguinte forma: na tarde de 24 de novembro de 1971 – às vésperas do dia de Ação de Graças – um passageiro planejou sua viagem, se apresentou como Dan B. Cooper e pagou sua passagem só de ida no voo 305 em dinheiro vivo, que tinha como destino Seattle.

Segundo algumas testemunhas, Cooper foi descrito como um homem branco, de cabelos castanhos e que aparentava ter cerca de 40 anos, estava sozinho e vestia um terno, gravata preta e camisa branca. Ele realizou seu embarque normalmente, assim como os demais passageiros e, assim que o avião decolou, pediu à comissária de bordo uma dose de whisky e refrigerante.

O que Cooper fez?

Boeing 727 em Seattle, antes da libertação dos reféns.

Quando passava um pouco das 15h, Cooper entregou a comissária de bordo um papel onde estava escrito que ele possuia uma bomba na maleta que carregava e a orientando a sentar-se do seu lado sem fazer perguntas. Ao sentar, o homem lhe mostrou a mala aberta, que possuía um emaranhado de fios e varas vermelhas e, então, mandou que ela entregasse ao comandante uma carta, onde exigia US$ 200 mil em notas de 20 e 4 paraquedas.

O piloto, obviamente, avisou as autoridades assim que tomou conhecimento da situação e, recebendo uma escolta, o avião seguiu até Seatlle, pousando às 17h24. Os demais passageiros só foram informados do que estava acontecendo quando o avião pousou em segurança. Já com o avião no solo, Cooper aceitou libertar os 36 passageiros, desde que recebesse o dinheiro e o paraquedas, que foram devidamente entregues pelos policiais. Porém, ele manteve todos os reféns como garantia de sua vida e apagou todas as luzes do avião.

O criminoso então deu a seguinte ordem: que o avião decolasse novamente, mas dessa vez com destino ao México. É por volta das 20 horas, com o avião no ar, que vem a parte mais surpreendente… Mandando os pilotos reduzirem a altitude do voo, ele abriu a porta traseira do Boeing 727 e pulou do avião usando como aparato o paraquedas e desapareceu na noite, com o dinheiro do resgate.

O avião pousou em segurança, nenhum passageiro foi ferido, mas Cooper nunca mais foi visto. Até hoje a imagem de Cooper aparece na lista de procurados do FBI e houve uma grande investigação com diversas pessoas sendo ouvidas, regiões foram rastreadas, mas nada de concreto foi encontrado. Como já era de se esperar, o sequestrador usou um nome falso e passou a ser chamado de NORJAK, de Northwest Hijacking (Sequestro da Northwest).

A investigação, o suspeito

Richard Floyd McCoy

A investigação foi tamanha que mais de 800 suspeitos foram investigados e devidamente listados, mas no fim, a lista foi reduzida a pouco mais de 20 nomes e temos um suspeito em potencial: Richard Floyd McCoy, que se tornou o suspeito preferido entre muitos investigadores que passaram pelo caso ao longo de todas essas décadas. Mas quem era Richard Floyd McCoy?

Em 1972 – 7 de abril deste ano, para ser exata – McCoy sequestrou um Boeing 727 da United Airlines que voava de Nova York para Los Angeles com 85 passageiros. Ele usou o mesmo Modus Operandi do caso NORJAK, utilizando um nome falso (James Johnson) e pedindo cerca de US$ 500 mil para não explodir o avião com uma granada de mão. Quando chegou ao estado do Colorado, ele libertou os passageiros, mas manteve a tripulação e exigiu a decolagem, também saltando pela porta traseira.

Porém, McCoy foi preso dois dias depois do sequestro e o mais curioso: McCoy era agente na Guarda Nacional e pilotava um dos helicópteros que participava da busca dele mesmo.

Fim do mistério?

Fonte: Crosscut.

Apesar de haver muitas semelhanças entre os casos, a polícia nunca conseguiu reunir provas suficientes para associar Richard Floyd McCoy ao caso da Northwest. As vitímas do sequestro anterior não o reconheceram como o Cooper, apesar da aparência física e descrição dos dois condizem em tudo. Além disso, ele tinha álibis que confirmavam sua presença em casa na noite do primeiro crime.
Ele também negou todas as acusações, mas isso não impediu que ele fosse condenado a 45 anos de prisão pelo caso da United. A prisão não o prendeu por muito tempo, já que em 1974 ele protagonizou, junto com outros presos, uma grande fuga utilizando aparelhos odontológicos, mas foi recapturado logo depois.O caso ainda segue aberto, mas em 1991 os agentes do FBI Bernie Rhodes e Russell P escreveram e publicaram um livro onde afirmavam que Cooper e McCoy eram a mesma pessoa.

Hipóteses sobre o caso D.B. Cooper

Imagem de referência ao caso, retirada da minissérie “D. B. Cooper: Desaparecimento no Ar”, da Netflix

Uma das hipóteses mais aceitas pela polícia é a de que Cooper acabou morrendo depois de ter saltado do avião. Alguns dos motivos para essa conclusão é que o paraquedas usado por ele não era de um modelo que poderia ser guiado, suas roupas e calçados eram inadequados para uma aterrissagem naquelas condições, além dele ter saltado sobre uma área repleta de árvores e durante a noite, algo que é arriscado até mesmo para paraquedistas profissionais.

No ano de 1980, um garoto encontrou na floresta um pacote de notas de 20 dólares apodrecidas e o número de série dessas correspondiam com o dinheiro do resgate, mas nenhum corpo foi encontrado.

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