Após aquisição de emissora japonesa, cofundador do Studio Ghibli diz que não há como suceder Hayao Miyazaki

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Após aquisição de emissora japonesa, cofundador do Studio Ghibli diz que não há como suceder Hayao Miyazaki

Por Jaqueline Sousa

A notícia de que a emissora japonesa Nippon TV tinha adquirido parte das ações do Studio Ghibli pegou muitos fãs de surpresa. Com o estúdio se tornando um subsidiário da Nippon, algumas mudanças estão previstas para acontecer em breve, como a tarefa de nomear um “sucessor” para Hayao Miyazaki, lendário diretor e roteirista que passará o comando do estúdio para as mãos de Hiroyuki Fukuda, o chefe da emissora. Mas para Toshio Suzuki, cofundador e atual presidente do Studio Ghibli, ainda não existe uma maneira genuína de suceder Miyazaki no cargo.

Em entrevista ao veículo francês Libération (via ComicBook.com), Suzuki discutiu o assunto da sucessão no Studio Ghibli, afirmando que, antes de qualquer coisa, o estúdio é o resultado da “genialidade criativa” de Miyazaki. Na visão do cofundador, o diretor é “insuperável” no que diz respeito ao poder de expressão de sua arte, o que torna difícil encontrar alguém que consiga carregar esse legado para frente.

“Este é a minha principal preocupação. Certo ou errado, a verdade é que o Studio Ghibli é, antes de tudo, parte da genialidade criativa de Miyazaki”, Toshio Suzuki disse ao Libération. “Teremos apenas que esperar outro grande talento para sucedê-lo. No momento, não há ninguém em nenhum lugar do Japão. É muito difícil estar no lugar dele. Gostaria de ver alguém que o superasse, mas não é fácil. Criar uma obra requer duas coisas — o poder de expressão, que é a especialidade de Miyazaki, e a habilidade de pensar e realizar um projeto. Acho que quando se trata de um poder expressivo, Miyazaki é insuperável.”

Hayao Miyazaki é cofundador do Studio Ghibli.

Antes de Hiroyuki Fukuda ser anunciado como o responsável pela empresa a partir da aquisição da Nippon TV, a expectativa inicial era de que Goro Miyazaki, o filho de Hayao Miyazaki, assumisse o controle criativo do Studio Ghibli no lugar do pai. Contudo, Goro desistiu da ideia por ser “um peso para seus ombros”.

Vale lembrar que O Menino e a Garça, novo filme de Hayao Miyazaki que chegou aos cinemas japoneses de surpresa em julho deste ano, marca o retorno do prestigiado diretor ao universo da animação, anos após anunciar sua aposentadoria.

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