Billy Porter, de Pose, diz que terá que vender sua casa para sobreviver em meio à greve de atores
Billy Porter, de Pose, diz que terá que vender sua casa para sobreviver em meio à greve de atores
Ator criticou postura de produtores e CEOs
As greves de roteiristas e atores em Hollywood continuam sem previsão de terminar. Diante dessa situação, alguns artistas já estão sendo afetados pela pausa em seus contratos, como Billy Porter alegou ser o seu caso. O ator, conhecido por seu trabalho na série Pose, afirmou que terá que vender sua casa para se manter pelos próximos meses – mas defendeu a greve, criticando a postura gananciosa das produtoras e CEOs.
“Terei que vender minha casa,” ele disse, de acordo com a Variety. “Sim! Porque estamos de greve. E não sei quando vamos voltar. A vida de um artista, até você fazer tanto dinheiro que f***-se – o que não é o meu caso – ainda é de pagamento a pagamento. Eu ia fazer um novo filme e uma nova série, começando em setembro. Nada disso vai acontecer. Então para a pessoa que disse ‘vamos matá-los de fome até que tenham que vender seus apartamentos’, você já conseguiu fazer isso comigo.”
Sua fala se refere a um artigo do Deadline, no qual uma fonte anônima entre executivos dos estúdios de Hollywood afirmou que os produtores não iriam retomar as negociações com o sindicato de roteiristas até que os roteiristas estivessem falidos. Além disso, Porter criticou o CEO da Disney, Bob Iger, por um comentário no qual disse que as demandas de atores e roteiristas não eram “realistas”.
“No fim dos anos 50, início dos anos 60, eles estruturaram uma maneira de artistas serem devidamente compensados por meio de [pagamentos] residuais, o que permitia que os dois por cento dos atores trabalhando – e temos 150 mil pessoas no nosso sindicato – que trabalham consistentemente… E aí chegou o streaming,” ele disse. “Não há contrato para isso… E eles não têm que ser transparentes com os números – não é a escala de Nielsen mais. As empresas de streaming são notoriamente vagas com seus números de audiência. O negócio evoluiu. Então o contrato tem que evoluir e mudar, ponto final. Ouvir Bob Iger dizer que nossas demandas por um salário que nos permita viver são irrealistas? Enquanto ele ganha $78 mil por dia?”
“Não tenho palavras para isso além de: f***-se você,” Porter adicionou sobre Iger. “Isso não é útil, então fiquei de boca fechada. Não me envolvi porque fiquei tão enraivecido. Estou feliz que estava aqui [na Inglaterra]. Mas quando eu voltar, vou me juntar aos protestos.”
Apesar de uma reunião recente, até o momento, a associação de produtores e os sindicatos de atores e roteiristas não parecem prontos para firmar um acordo, e a greve continua. Assim, é possível que o impacto do movimento seja sentido por muitos, uma vez que as grandes empresas da indústria se recusam a fazerem acordos mais justos que garantam dignidade dos artistas responsáveis por suas produções.
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