Beyblade X gera polêmica ao usar inteligência artificial em vídeo de encerramento do anime

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Beyblade X gera polêmica ao usar inteligência artificial em vídeo de encerramento do anime

Por Gabriel Mattos

A indústria de anime sofre uma crise trabalhista difícil de ignorar. Além de uma sobrecarga e desvalorização de animadores, como exposta pela equipe de Jujutsu Kaisen, a categoria encara mais um ataque a seu trabalho com o avanço do uso de inteligência artificial nas animações. Desta vez, o novo alvo das polêmicas é Beyblade X, criticado pelos fãs ao admitir o uso da tecnologia na divulgação de sua recente temporada.

A incorporação de IA acontece no clipe musical que divulga a canção de encerramento dos episódios: ZOOM ZOOM do grupo de k-pop aespa. Enquanto a música respeita a criação de artistas humanos, as imagens exibidas no clipe com a letra da música são geradas por computação com os esforços da empresa AiHUB. Confira:

Não demorou para que os fãs de Beyblade inundassem as redes sociais com críticas as escolhas, tanto por conta dos resultados quanto pela questão trabalhista envolvida. O Youtuber brasileiro Cyprus foi um dos maiores críticos, apontando falhas graves nas artes, como dedos alongados, inconsistência de cores e traços artificiais. “Era só usar os artistas da OLM e manipular um modelo 3D sólido normal q dava,” defende.

Outro brasileiro, que responde nas redes por @SirrEstranho, explica ainda que muito provavelmente o trabalho de storyboard e animação dos funcionários do estúdio OLM, responsável por Beyblade X, foi usado sem consentimento para treinar a inteligência artificial da tecnologia. E no final, tais artistas sequer tiveram seu trabalho reconhecido nos créditos.

A questão ética do caso é mais confusa do que o comum por ser uma empresa utilizando material cujo os direitos autorais lhe pertencem para reduzir os custos de produção usando IA. Geralmente, as maiores críticas a implementação da tecnologia surgem devido ao uso de artes não autorizadas para treinamento e replicação, o que legalmente não é o caso.

No momento, o Governo do Japão estuda uma forma de regulamentar o uso de inteligência artificial para prevenir o impacto de um possível roubo intelectual dos trabalhadores criativos do país. Um projeto de lei foi formulado mas ainda espera aprovação.

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