Além do Guarda-Roupa: Atores contam como “dorama brasileiro” vai se conectar com o público em entrevista à Legião dos Heróis
Além do Guarda-Roupa: Atores contam como “dorama brasileiro” vai se conectar com o público em entrevista à Legião dos Heróis
Conversamos com os atores e a equipe por trás do programa original da HBO Max!
E se um portal mágico que conecta o Brasil e a Coreia do Sul aparecesse dentro do seu armário? É essa premissa que a série nacional Além do Guarda-Roupa, que já começou a ser disponibilizada na HBO Max, vai usar para contar a história de uma adolescente cheia de sonhos. Inspirada no universo dos doramas, a produção promete trazer muita brasilidade, além dos adorados clichês da televisão coreana que encantam o público do nosso país.
Há um mundo de possibilidades no novo programa da HBO Max, e a Legião dos Heróis teve a oportunidade de entrevistar parte do elenco e da equipe de Além do Guarda-Roupa para saber como foi a experiência de participar do projeto!
Um portal que conecta dois mundos
Embarcando na alta popularidade que os doramas conquistaram no Brasil ao longo dos últimos anos, a série Além do Guarda-Roupa pode até, em um primeiro momento, ser vista como um “dorama brasileiro”, mas ela é muito mais do que isso.
No programa, o público vai acompanhar a história da Carol (Sharon Cho), uma adolescente de 17 anos com ascendência sul-coreana que, após a morte da mãe e o abandono do pai, vive com sua tia Regina (Júlia Rabello) no bairro do Bom Retiro, em São Paulo. Mas a normalidade de sua vida se transforma em um verdadeiro caos quando um portal mágico aparece dentro de seu guarda-roupa, conectando seu quarto ao apartamento do ACT, um grupo de K-pop que é um grande fenômeno mundial.
Para a atriz Sharon Cho, que vive a protagonista na série, é essa conexão entre Brasil e Coreia que vai fazer com que o público brasileiro se identifique com a série, principalmente por causa do histórico multicultural da formação da cidade de São Paulo, o local onde a trama é ambientada:
“É uma série brasileira, então é a gente que conta a história. Nós temos o nosso jeito, as nações [Coreia e Brasil] são distintas e os diálogos tem um tom diferente dos doramas coreanos. Tem muitos elementos que foram inspirados nos doramas, como a velocidade mais lenta, o romance, o desenrolar dos personagens e da história que deixa aquela curiosidade sobre o que vai acontecer. Mas, com certeza, todo mundo que assistir vai poder se identificar porque a história é brasileira.”
Embora seja uma produção nacional, a influência dos doramas vai se fazer presente a todo momento, misturando os clichês das produções coreanas com a nossa brasilidade. E grande parte desse charme também vem do ACT, um grupo fictício de K-pop que vai abalar o mundo de Carol.
A produtora Geórgia Costa Araújo, da companhia Coração da Selva, contou um pouco sobre como foi o processo de gravações da série com os atores e idols sul-coreanos Kim Woojin e Jinkwon, que no programa interpretam integrantes do ACT. Apesar da barreira do idioma, segundo Geórgia, “a linguagem da arte é universal” e foi isso que fez o programa dar certo:
“Não tinha nenhuma língua em comum, então era o português e o coreano com intérpretes. Mas eles [os idols que fazem os integrantes do ACT] são muito preparados. Eles têm formação desde criança – uma formação de idol que é de um intenso estudo – e saíram falando algumas coisas em português, além de ensaiarem e decorarem muito para entender a deixa do outro. Para Sharon [Cho] era mais fácil porque ela entende coreano, então ela conseguia compreender quando era a hora de reagir, e eles fizeram isso pela superação do preparo e da dedicação.”
Foi isso que Kim Woojin, ator e idol sul-coreano, sentiu ao participar da produção. Segundo o intérprete de Kyung, um dos membros do ACT, o obstáculo comunicacional até foi uma preocupação no começo, mas tudo acabou se tornando em algo extremamente divertido:
“Quando a gente chegou aqui [Brasil] para de fato gravar a série, eu senti que as pessoas eram muito boas. Encontramos muitas pessoas que nos trataram de forma agradável. Em relação à diferença do idioma, eu tive certos questionamentos sobre se isso daria certo, mas quando vi o resultado tive a resposta de que, sim, dá certo! Mais do que eu imaginava, e foi muito divertido”.
A presença feminina na série
Por mais que as relações entre os dois países estejam presentes em cada aspecto de Além do Guarda-Roupa, a série original da HBO Max também conta com uma forte influência feminina, dentro e fora das câmeras. A atriz Júlia Rabello, a intérprete da tia Regina, acredita que há diferentes versões da mulher brasileira no programa: “São muitas possibilidades de mulheres na luta, de nós brasileiras”, disse à LH.
É isso que Silvia Fu, a líder de produções roteirizadas da Warner Bros. Discovery, reforça a respeito da influência da cultura matriarcal do nosso país, onde mulheres de diferentes personalidades e com várias vivências comandam suas famílias, na trama e na construção das personagens femininas:
“Acho que tem uma questão da vida brasileira, as mulheres realmente levam as casas. Nós temos uma cultura matriarcal, principalmente na questão da mãe solteira. Você vê a tia [Regina] que tem a filha dela e ainda cria a filha da irmã. Cadê esse pai? A gente não sabe e nem se discute isso na série. Então, acho que tem uma coisa muito brasileira aí.”
Isso só foi possível graças à presença de mulheres nos bastidores: além de Silvia Fu, a série conta com a produtora Geórgia Costa Araújo e as diretoras Sabrina Greve e Paula Kim, que dividem o posto com Marcelo Trotta ao longo dessa jornada.
A temática se faz ainda mais presente na relação entre Carol e Regina, principalmente com as inseguranças particulares de cada uma. “É amor com um pouco de dor. Acho que as duas se identificam bastante na dor”, afirma Sharon sobre a conturbada relação entre tia e sobrinha. Rabello concorda, dizendo que também há “muito sofrimento” na vida de Regina, algo que traz humanidade para a trama.
É com todos esses diferenciais que Além do Guarda-Roupa promete balançar o coração do público brasileiro. Com uma “forte presença da cultura do K-pop”, como reforçou Jinkwon, ator e idol que também integra o grupo ACT, à LH, a série vai aproveitar o melhor dos clichês da TV coreana para contar uma história sobre autodescoberta, relações familiares e primeiros amores. Tudo com aquela magia especial dos doramas que tanto conquistam o público do nosso país.
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