Sequência, reboot, remake ou requel: Entenda as diferenças entre cada um
Sequência, reboot, remake ou requel: Entenda as diferenças entre cada um
O guia definitivo para se acostumar com as franquias de Hollywood!
Não há para onde correr: as franquias dominaram de vez a indústria cinematográfica. Enquanto ideias e histórias originais são cada vez mais escassas, os fãs de grandes sagas e propriedades intelectuais estarão sempre com seu prato cheio para novos capítulos, continuações e projetos, desde que isso seja atrelado a algo que já faz um relativo sucesso.
E nos últimos anos, muitos ouviram à exaustão termos como prequel, spin-off, reboot, remake e até neologismos recentes, como requel e sequência de legado. Tudo isso pode causar uma grande confusão em quem não conhece o que cada uma dessas expressões significas, mas aqui reunimos todas as diferenças entre essas palavras, em um guia definitivo para entender as franquias do cinema!
Sequência
Aqui temos o termo mais comum e que todos se acostumaram a usar da forma mais correta. Uma sequência é, por definição, algo que acontece após alguma coisa. Ou seja, é uma história que dá continuidade a algo que foi contado anteriormente – e nesse sentido, vale também a palavra “continuação“, que é até um pouco mais autoexplicativa. Aqui é onde entram os “Nº 2” de cada franquia.
Contudo, um filme pode ter várias sequências sem precisar apelar para outras firulas. Um bom exemplo disso é toda a saga de A Hora do Pesadelo, onde cada filme dá continuidade à história do original de 1984 (alguns com muitas conexões ao longa original, outros com menos). Em suma, se uma franquia segue em frente e tem uma cronologia ou linha narrativa linear, trata-se de uma sequência ou continuação.
Exemplos: Harry Potter e a Câmara Secreta (continuação de A Pedra Filosofal), Homem-Aranha 2 (continuação de Homem-Aranha), Pânico 3 (continuação de Pânico e Pânico 2).
Prequel
Em inglês, sequência é “sequel” e isso acabou formando o neologismo prequel, onde o prefixo pre- indica algo que acontece antes de alguma coisa. Essencialmente, uma prequel volta a história no tempo para explorar como alguns personagens chegaram até um ponto já estabelecido, ou como um universo fictício evoluiu para ficar do jeito que aconteceu no filme original.
Ou seja, um prequel – ou prequela – é sempre uma história que antecede os eventos de um filme/livro/série que já havia se estabelecido. Existem também franquias inteiras que são formadas como prequel de outras franquias, um belo exemplo disso é a saga Animais Fantásticos, que antecede a história de Harry Potter em mais de cinquenta anos, ou então a franquia O Hobbit, que se passa antes dos eventos de O Senhor dos Anéis. Na dúvida, é só se lembrar dos episódios I, II e III de Star Wars – a trilogia prequel – que se passa antes dos episódios IV, V e VI, mesmo que os filmes tenham sido lançados depois.
Exemplos: Prometheus e Alien: Covenant (prequel da quadrilogia Alien), O Hobbit (prequel de O Senhor dos Anéis), O Massacre da Serra Elétrica: O Início (prequel de O Massacre da Serra Elétrica de 2003).
Spin-off
Sabe quando um filme é lançado e um personagem coadjuvante faz muito mais sucesso que os protagonistas? Logo, os estúdios correm para produzir um filme solo para esse personagem, que faz conexões ao filme original ou à saga principal, mas que também possui sua própria história. Isso é a definição de um spin-off.
Um spin-off pode ser criado para explorar diferentes personagens dentro de uma franquia ou apenas expandir todo o universo fictício criado por ela. O exemplo perfeito disso é a saga de Invocação do Mal, que conta com três filmes em sua franquia principal e diversos spin-offs (ou derivados) focados em diferentes monstros e assombrações.
Ah, e é importante dizer – um spin-off também pode ser um prequel ou uma sequência, dependendo de onde ele se situa na cronologia da franquia. É esse o caso, por exemplo, de Rogue One, que é um prequel do Episódio IV de Star Wars.
Exemplos: A Freira (spin-off e prequel de Invocação do Mal), Rogue One (spin-off e prequel de Star Wars: Uma Nova Esperança), Minions (spin-off de Meu Malvado Favorito).
Remake
Agora, as coisas ficam um pouco mais complexas. Muito se confunde a respeito das diferenças entre o remake e o reboot, mas é fácil entender o que é o quê quando analisamos a etimologia de cada palavra. Remake significa, em inglês, “refazer“. Geralmente, essa ideia é trazida para quando um filme tenta recriar, com alto nível de fidelidade, a trama ou elementos de uma obra original.
Por exemplo, podemos citar os remakes live-action da Disney como O Rei Leão, Aladdin e A Bela e a Fera, que possuem essencialmente a mesma história das animações originais, mas são feitos com novas tecnologias. O mesmo vale para quando produtores americanos criam “versões em língua inglesa” de filmes estrangeiros que fazem muito sucesso, mantendo boa parte da história mas adaptando a trama para o idioma nativo de Hollywood.
Exemplos: O Rei Leão de 2019 (remake de O Rei Leão de 1994), Violência Gratuita de 2007 (remake americano de Violência Gratuita de 1997), O Beco do Pesadelo (remake de O Beco das Almas Perdidas).
Reboot
Já reboot é uma palavra que significa, em tradução literal, “reiniciar“. Geralmente, quando os produtores querem começar uma nova franquia que siga rumos muito diferentes da história original, eles optam pelo reboot ao invés do remake. Basta pensar em O Espetacular Homem-Aranha, que não é apenas um remake de Homem-Aranha, uma vez que levaa a franquia em uma direção original.
Embora remakes possam ter continuações, isso não é pensado de antemão. Já um reboot deriva das expectativas de produtores ou do estúdio de transformar o filme/a série em uma franquia prolífica. É um “novo início” para algo que já foi apresentado anteriormente, e que promete mudar algumas coisas em relação ao filme ou à franquia original.
Assim, enquanto um remake “refaz” uma obra prévia, um reboot “reinicia” essa franquia com uma outra abordagem.
Exemplos: O Espetacular Homem-Aranha (reboot de Homem-Aranha), Star Trek (reboot da série Jornada nas Estrelas), Planeta dos Macacos: A Origem (reboot de Planeta dos Macacos).
Que diabos é um soft reboot?
Você já deve ter ouvido essa expressão algumas vezes. Soft reboot (ou “reinício suave“) indica quando há algumas mudanças em relação ao cânone original, mas a franquia não ignora completamente o que veio antes. Se Planeta dos Macacos: A Origem desconsidera todas as versões anteriores dessa história, o Halloween de 2018 deixa de lado só as continuações do filme original, dando continuidade à franquia de onde o clássico de 1978 parou.
Requel
Quem foi ver o novo Pânico nos cinemas deve ter aprendido bem o beabá do que é um requel – também chamado de sequência de legado ou continuação espiritual. Trata-se de uma mescla entre sequência e reboot, e o seu propósito é dar um novo início a uma franquia ao mesmo tempo em que agrada fãs antigos, unindo duas gerações de público.Para um requel funcionar, ele precisa ter bastante apelo para a nostalgia e contar com a presença de “personagens legado” — os atores ou personagens da franquia original, que retornam para ajudar na trama enquanto uma nova geração de protagonistas assume as rédeas. Star Wars: O Despertar da Força fez isso ao trazer de volta nomes como Han Solo, Chewbacca e Leia ao mesmo tempo em que “passava o bastão” para Rey, Finn e Poe Dameron.
Os requels também possuem uma particularidade do momento, que é o fato de serem lançados após muitos anos do lançamento da obra original (ou das últimas aparições da franquia na mídia). Ghostbusters: Mais Além, por exemplo, é tanto um soft reboot –– por ignorar o filme das Caça-Fantasmas de 2016 — quanto um requel por reunir os atores originais com um novo elenco, em uma trama que deriva diretamente do senso de nostalgia do público.
Exemplos: Ghostbusters: Mais Além, Star Wars: O Despertar da Força, Pânico (2022), Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros, O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio.
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