Review: Valkyrie Elysium é um capítulo esquecível da franquia Valkyrie Profile
Review: Valkyrie Elysium é um capítulo esquecível da franquia Valkyrie Profile
Depois de quinze anos longe dos consoles, a retomada da franquia Valkyrie é frustrante
O fim do mundo está próximo, mas ainda temos uma chance: nossa salvação está nas mãos da Valquíria! Valkyrie Elysium, novo jogo da icônica franquia Valkyrie Profile, foi lançado no dia 29 de Setembro para PlayStation e PC, mas não é exatamente o que os fãs esperavam.
Depois de mais de 20 horas de aventura por Asgard, Midgard e Nifhelheim, a história da nova Valquíria chegou ao fim e já posso contar para vocês se essa jornada faz jus aos seus clássicos antecessores ou não.
Vem comigo?
FICHA TÉCNICA
Título: Valkyrie Elysium
Lançamento: 29 de Setembro de 2022
Desenvolvedora: Soleil
Distribuidora: Square Enix
Gêneros: JRPG e RPG de Ação
Plataformas: PlayStation e PC
Tradução PT-BR: Sim
—
POBRE DE ESPÍRITO
Se você é um fã de longa data de JRPGs, é impossível que nunca tenha ouvido sobre Valkyrie Profile. O game da tri-Ace para PS1, de 1999, está entre os mais famosos do gênero para o console, parte da “era de ouro” dos jogos japoneses. Assim, o anúncio de Valkyrie Elysium, pouco tempo atrás, deixou uma legião de jogadores ansiosos e nostálgicos.
Elysium é o primeiro título da franquia para consoles em 15 anos e também o primeiro feito por uma desenvolvedora diferente: a japonesa Soleil. O novo capítulo faz parte da recente estratégia de reboots, remakes e retomadas de clássicos da Square, com o objetivo de reacender o interesse de jogadores veteranos e renovar a saga para a geração atual.
Infelizmente, essa missão não foi bem sucedida. Ainda que evoque seus antecessores com visuais, história e estrutura, Elysium não carrega a “alma” da franquia Valkyrie Profile ou de grandes JRPGS. Ele é simples, rápido e previsível demais, tentando se apoiar em uma base mais “dinâmica”, mas pecando na naturalidade, qualidade e profundidade da aventura.
Valkyrie Profile é reconhecido por sua história, personagens, design, música e jogabilidade. Enquanto Elysium acabou me divertindo — talvez não por bons motivos — as melhores coisas que posso apontar no jogo estão em seu gameplay, mas, mesmo assim, não são elementos brilhantes.
A história é tão simples que você pode adivinhar boa parte do enredo e finais logo na primeira hora de jogo. As atitudes são caricatas, as falas são forçadas e as intenções do game ficam tão expostas que você se engana, esperando ser proposital. Não é. A verdade é a que você imagina desde o início e sua única diversão fica em descobrir como o game fará para enrolar algo tão plano.
Se o enredo não convence, muito menos os personagens. É evidente que Elysium tentou seguir certos estereótipos de sucesso de jogos mais atuais, como Dragon Quest XI, Final Fantasy XV e até NieR. Eles não são ruins, mas não são originais. Dá para se apegar e gostar da Valquíria e dos Einherjar, mas, se você prestar mais atenção, perceberá como tudo é muito conveniente e vazio. Nem os vilões convencem, seja em caráter, motivações ou ameaça.
Mesmo os elementos de design e música parecem vir de outros lugares, minando a originalidade em Elysium. A trilha sonora possui traços das composições melancólicas e icônicas de NieR Replicant, quase como se fossem demos ou um “lado B”. Já os designs até conversam com o que vemos em Valkyrie Profile, mas dessaturados, sem vida, beirando o genérico.
Claro, não é como se Profile fosse o pináculo da originalidade em tudo isso. O primeiro game tem um personagem que é uma versão mais pacífica do Guts de Berserk, por exemplo. Além do fato de ser uma adaptação de mitologia nórdica, que inunda a cultura pop há muito tempo. Porém, esses jogos conseguiram tirar algo único e cativante dessa mistura toda. Elysium não vai além daquilo que já estava estabelecido e regride para algo insosso. Ele nem ganharia muita atenção se fosse apenas “Elysium” e não “Valkyrie Elysium”.
Mas calma: existem qualidades no jogo. O que entretém de verdade aqui é também o que causa mais estranhamento: o sistema de batalha. Longe da estrutura de turnos de Profile, Valkyrie Elysium traz ataques em tempo real, combos e diferentes tipos de arma, ficando no limiar do hack n’ slash em alguns momentos, mas de uma maneira mais lenta, onde o peso dos equipamentos é mais considerável.
A maneira como os Einherjar são incorporados no gameplay também é muito legal, funcionando como “invocações”. Tudo isso contribui para combinações de luta divertidas, desafiadoras e, principalmente, que não enjoam o player. Na verdade, você até quer mais, considerando que as outras partes do jogo não são lá tão empolgantes.
No fim das contas, nada em Valkyrie Elysium é realmente péssimo, com exceção da estrutura narrativa tosca. É só um game que não carrega nada especial consigo além de como as batalhas mais violentas combinam com uma Valquíria. A história, a trilha sonora, os designs, etc, nada é exatamente ruim, apenas esquecível, um pecado, considerando o histórico da franquia e da Square.
Não posso dar uma nota ruim porque, ainda que lhe falte inspiração, o jogo é bem feito e dá para você se entreter na pele da Valquíria. Porém, Elysium não vai além do mediano em todos os aspectos, então, a avaliação deve refletir isso – especialmente por ser um título da titânica dos JRPGs, Square, e carregar consigo o peso de Valkyrie Profile.
Assim, Valkyrie Elysium leva nota 5 da Legião dos Heróis. Um game que recomendo para épocas de promoção, especialmente para quem, às vezes, precisa jogar algo que não requer muito pensamento.
E você, já jogou Valkyrie Elysium? E Valkyrie Profile? Não esqueça de comentar!
Veja agora nossa lista: