Review: The Last of Us Part I é um remake impecável, mas dispensável

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Review: The Last of Us Part I é um remake impecável, mas dispensável

Por Leo Gravena

Em 2013, The Last of Us mostrou para o mundo que videogames também podem ser arte. Em 2022, o remake do título continua tão impecável e belo quanto o original, mas traz uma questão cada vez mais comum quanto o assunto é remakes e remasterizações para a nova geração: é realmente necessário?

Trazendo visuais melhorados, jogabilidade atualizada e – o grande destaque – uma variedade gigantesca de opções de acessibilidade, The Last of Us Part I foi feito do zero, utilizando-se da mesma tecnologia da sequência. Mas será que todo esse trabalho era realmente necessário quando falamos de uma história que já foi remasterizada e teve uma continuação na geração anterior?

Ficha Técnica:

Desenvolvedora: Naughty Dog

Distribuidora: Sony Interactive Etertainment

Plataforma: PlayStation 5

Lançamento: 2 de setembro de 2022

Gênero: Ação

Tradução para o Português: Sim

Modo: 1 jogador

The Last of Us Part I será lançado para PlayStation 5 em 2 de setembro

Em The Last of Us Part I retornamos a uma das melhores histórias já contadas no mundo dos games. Em um futuro pós-apocalíptico, Joel é um contrabandista que precisa levar a jovem Ellie para um grupo paramilitar na esperança de acabar com uma infecção que dizimou boa parte da sociedade.

Com a série de The Last of Us prestes a chegar à HBO, obviamente a Naughty Dog, desenvolvedora do título, não deixaria de lado um de seus maiores títulos. Part I traz visuais melhorados, uma jogabilidade muito mais fluida e tantas configurações diferentes de acessibilidade que é fácil se perder nos menus do jogo. Ainda assim, a impressão que fica é que (exceto os novos gráficos), tudo isso poderia ter sido adicionado em uma atualização.

Essa foi a terceira vez que joguei o título e mesmo que ele tenha problemas (tanto no jogo quanto fora dele), The Last of Us e sua continuação continuam sendo os meus jogos favoritos. Ainda assim, não me parece uma ideia muito proveitosa refazer ele do zero quando tantas outras possibilidades existiam – como um DLC da Part II com uma remasterização do primeiro jogo para o PS5 e todas as melhorias de jogabilidade e acessibilidade inclusas.

Mas caso você nunca tenha jogado The Last of Us anteriormente, não deixe que minhas palavras te assustem: The Last of Us Part I é um jogo impecável, belíssimo e que chega muito próximo da perfeição.

The Last of Us Part I não traz nenhuma novidade na história ou exploração, mas atualiza gráficos e jogabilidade

Os visuais estão mais belos do que nunca e a jogabilidade se consagra como uma das melhores da nova geração. É inegável que o visual e expressões faciais e corporais estão muito superiores – e assim como na Part II o título faz um trabalho formidável ao transitar entre as partes jogáveis e as cutscenes. Tendo jogado no modo fidelidade, é fácil entender como o remake irá deixar qualquer um maravilhado, principalmente aqueles que nunca chegaram perto da franquia anteriormente.

Os novos menus e UI são excelentes e deixam o jogo muito mais elegante, seja ao andar pelos corredores da universidade, hospital ou fugindo dos caçadores em Pittsburgh, a experiência é completamente imersiva. Todos os movimentos são bem mais fluídos, seja em combate, ao correr ou na bancada de aprimoramento – que foi atualizada junto das peças utilizadas para melhorar as armas.

Mas por mais que os visuais em 2013, para o PlayStation 3, já fossem excelentes, o que realmente faz com que The Last of Us seja especial é a sua história e seus personagens – seja no PS3, PS4 ou PS5. O lançamento do título é sim focado em uma parcela que irá se interessar pelo game após a série estrear, mas ele também é uma boa pedida para quem sempre quis jogar e nunca teve a oportunidade.

Ação do título continua frenética e deixa jogador apreensivo nos momentos certos

Exclusivo para o PlayStation 5, The Last of Us Part I utiliza ao máximo todos os recursos que o console oferece, principalmente os do DualSense. Andar na chuva e senti-la com a resposta tátil, enquanto acompanha a história se desenrolando e os personagens conversando, é algo assombroso no melhor sentido da palavra. E mesmo os gatilhos adaptáveis, que dependendo do jogo acabam atrapalhando mais do que ajudando, aqui também funcionam perfeitamente bem, especialmente ao usar o arco e flecha.

Dentre as novidades, as IAs estão bem mais inteligentes, tanto dos inimigos quanto de aliados. Os espreitadores, ou stalkers, agora replicam os da Part II e são bem mais difíceis de se enfrentar, principalmente quando existem vários deles. Outros elementos que foram adicionados são objetos do ambiente que podem ser destruídos, como máquinas de vendas antigas e vidros de carros.

Nos extras, mais novidades: com mais retratos dos personagens e artes conceituais, os jogadores mais ávidos irão gostar bastante de poder escolher uma seleção bem grande de visuais para Joel e Ellie, com várias novas skins tendo sido adicionadas após finalizar o título pela primeira vez.

The Last of Us Part I traz diversas opções de acessibilidade

E mesmo com os visuais incríveis e cenários de tirar o fôlego, as opções de acessibilidade roubam a cena. Seja para pessoas portadoras de deficiência visual ou auditiva, o título consegue se destacar como um dos mais inclusivos atualmente, mas elas não param por aí: elas também oferecem mudanças no controle, auxílios visuais e até mesmo um modo que remove a movimentação da câmera para quem sofre de enjoo com movimento.

Todos os textos do título também possuem tradução: seja em nomes de lojas, livros, cartas ou pichações, e mesmo que algumas vezes elas acabem soando estranhas ou automáticas demais, elas são bem melhores que as versão remasterizada.

 

Ellie e Joel no inicio da campanha de The Last of Us Part I

No fim, The Last of Us Part I, assim como sua versão remasterizada e como sua versão original, é um jogo excelente, que eleva o gênero e traz não apenas um visual incrível como uma bela história. Porém, caso você já tenha jogado o título no PS4 e não se importe muito com a melhora visual, talvez seja melhor economizar o seu dinheiro.

Já se você nunca se aproximou desse universo ou se interessa em jogar com as diversas melhorias em jogabilidade, acessibilidade e localização – o título é indispensável e definitivamente a melhor forma de se jogar The Last of Us.

Todas as capturas de tela foram feitas no modo Fidelidade. 

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