Review: Scorn é um quebra-cabeças rápido e fascinante

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Review: Scorn é um quebra-cabeças rápido e fascinante

Por Leo Gravena

Scorn, novo jogo da Ebb Software, é muitas coisas. Descrever o título como um “video game de horror e sobrevivência biopunk em primeira-pessoa” pode ser a forma mais simples de explicar tudo o que o game traz de diferente e novo, porém a experiência de jogá-lo – mesmo que rápida caso você seja muito bom com puzzles e quebra-cabeças – é algo bastante único e diferente.

Na história de Scorn você acorda como um ser humanoide silencioso que precisa explorar um ambiente assustador, mágico e misterioso para encontrar a saída e fugir de seres parasitas que estão focados em te destruir. Com cerca de 8 a 9 horas de duração (pode ser menos se você não for tão ruim quanto eu na hora de lidar com os quebra-cabeças) o jogo pode até ser curto, mas isso não afeta em nenhum momento a sua qualidade.

Ficha Técnica

Título: Scorn

 

Desenvolvedora: Ebb Software

 

Distribuidora: Kepler Interactive

 

Plataformas: PC e Xbox Series X/S

 

Lançamento: 14 de outubro de 2022

 

Gênero: Terror, Aventura e Puzzle.

 

Tradução para o Português: Sim

Requisitos Mínimos para PC

Processador: QuadCore AMD Ryzen 3 3300X / Intel Core i5-8400
Memória: 8 GB de Ram
Placa de Vídeo: NVIDIA GeForce GTX 1060 (3 GB)
Espaço no HD: 50 GB

Configurações usadas na Review

Processador: Intel(R) Core(TM) i7-7700HQ @ 2.80GHz 2.81 GHz
Memória: 8 GB de RAM
Placa de vídeo: NVIDIA GeForce GTX 1050

Captura de tela da jogabilidade de Scorn feita pelo Steam

Scorn traz uma história atmosférica, diferente e com cenários belíssimos

Antes de tudo, é importante deixar claro que Scorn não é aquele jogo feito para todo mundo curtir e gostar – isso se reflete nas críticas iniciais do título que foram bastante divisivas. O game apresenta apenas um fragmento de uma história muito maior e o roteiro joga mais respostas que perguntas, é quase que como um episódio de Além da Imaginação, só que com uma forte influência do horror corporal de Clive Barker e a visão cósmica de Ridley Scott.

O jogo em si é completamente inspirado no trabalho dos artistas visuais H.R. Giger e Zdzisław Beksiński e, conhecendo o trabalho de ambos, é fascinante a maneira como a visão artística de ambos foi trazida para o jogo. Mesmo que em um ambiente pequeno, é incrível se sentir dentro de uma das obras belamente grotescas desses artistas.

Sendo um game em primeira pessoa e com um ambiente escuro, assustador e tenso, é fácil entender como muitos podem acabar passando mal com a movimentação da câmera e das tecnologias encontradas por ali – um pequeno problema para alguns, que se une aos vários pontos que deixam claro que esse jogo não é para todos.

Imagem de Scorn. Créditos: Divulgação

Seja com os monstros grotescos, cenas brutais e um visual tenebroso, Scorn não é um título que qualquer pessoa que gosta de jogos de terror ou de puzzle irá gostar. E isso faz parte do apelo do game… Pelo menos para mim. Fazendo correlações cinematográficas, Scorn também parece se inspirar bastante em Prometheus; ambas as obras utilizam o visual biopunk para entregar uma história grandiosa, mas contida e, justamente por causa da maneira que essa história é apresentada, não irá cair nas graças de todos.

A verdade é que precisamos de mais jogos (e narrativas) como Scorn; não a parte de um horror de sobrevivência biopunk, mas sim jogos diferentes que não tem medo de arriscar e fazer algo diferente, estranho e que seja divertido ao mesmo tempo em que é assustador. Scorn até mesmo traz alguns momentos bastante singelos e emocionais – em uma parte especialmente violenta é impossível não sentir pena do ser que você precisa matar, ele chora e te olha pedindo misericórdia, mas não existe nada que você possa fazer.

Captura de tela da jogabilidade de Scorn feita pelo Steam

Sem mais spoilers da trama, é importante dizer que a jogabilidade não é das melhores. O game possui dois modos: combate e exploração, no primeiro você tem a sua disposição quatro armas diferentes que variam entre corpo-a-corpo e distância, enquanto no segundo você apenas anda pelos locais e resolve os quebra-cabeças.

Ainda assim, nem sempre a câmera e as teclas direcionais parecem funcionar como deveriam e em determinado momento uma arma simplesmente sumiu da minha mão. Porém, é notável que o jogo praticamente não possui bugs e tirando um ou outro momento, ele rodou sem problemas no meu computador nada adequado para gamers.

Imagem de Scorn. Créditos: Divulgação

Atmosférico, belo e especial, Scorn pode ser finalizado em poucas horas, mas não acredito que essa seja a intenção original dos criadores e desenvolvedores do título. Explorar os cenários, lutar contra os seres grotescos e ir descobrindo aos poucos as mínimas informações sobre o que está acontecendo é uma experiência bastante interessante que deveria vir aos poucos, esse é o tipo de game no qual você pode jogar um pouquinho todo dia e sempre estará encontrando algo novo.

Muitos também podem dizer que Scorn não é assustador o suficiente para ser um “jogo de terror”, afinal, não temos um festival de sustos a cada virada ou um assassino que tenta te matar implacavelmente enquanto você corre pelos corredores e diferentes ambientes. Porém o título consegue te deixar tenso e criar um leque de emoções completo para aqueles que estão dispostos a olhar um pouco além da superfície.

Nota do Jogo: 8/10

 

Scorn não tem medo de se arriscar, de ser criticado por ser estranho e diferente – é exatamente isso o que o horror deveria ser.

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