Review: Mulher-Hulk 1×09 – De Quem é Essa Série?
Review: Mulher-Hulk 1×09 – De Quem é Essa Série?
Spoiler! Não é do K.E.V.I.N.
Fórmulas. O que seria do Universo Cinematográfico da Marvel sem suas tramas intrincadas, segredos guardados a sete chaves e receitas de bolo para criar produções “perfeitas” – ou quase sempre perfeitas? O nono episódio de Mulher-Hulk: Defensora de Heróis começa com uma pergunta sobre de “quem” é a série e termina nos dizendo que regras são feitas para serem quebradas e fórmulas podem ser jogadas no lixo.
No último ano, a Marvel Studios tem se esforçado para superar o mega evento que foi Guerra Infinita e Ultimato. Se a organização de Kevin Feige foi crucial para construir o sucesso do MCU, o estúdio agora tem o desafio de criar algo novo e surpreendente para alimentar o monstro que criou.
A direção criativa de Sam Raimi, o especial de Halloween e a série da Mulher-Hulk são apenas alguns dos exemplos de como a empresa tem tentado sair de sua caixinha. Com algumas derrapadas, o último episódio da primeira temporada de Mulher-Hulk: Defensora de Heróis não apenas confirma essas tentativas, como mostra que ser criativo com o que lhe é dado é algo intrínseco ao mundo dos quadrinhos.
Característica que moldou um dos traços de personalidade de Jennifer Walter: a quebra da quarta parede. Surgindo como uma homenagem a A Gata e o Rato, série com Bruce Willis, houve uma abordagem exploratória nos quadrinhos da heroína que, agora, foi transportada para o mundo dos live-action. Dando ao MCU algo tão novo quanto The Sensational She-Hulk (A Sensacional Mulher-Hulk em tradução literal, escrita por John Byrne) foi para a época.
Essa constatação não se refere apenas a uma Mulher-Hulk quebrando o serviço de streaming da Disney e, literalmente, se jogando nos bastidores da série; Mas, ao seu rico universo, personagens carismáticos e uma autoconsciência que diverte e intriga o público.
A ausência de uma Jennifer aprisionando Kevin Feige – algo que a personagem já fez com Byrne nos quadrinhos – no episódio final dá espaço para uma variante a lá GLaDOS dos jogos Portal, K.E.V.I.N, que zomba das expectativas do público. Todo esse encontro e conversa podem parecer rasos, mas ele esconde um problema que a própria Marvel criou.
Expectativas, reviravoltas de cair o queixo, o famoso “o importante é o início e o final da série”. Todas essas críticas do público feitas a produções como Ms. Marvel e Wandavision são usadas aqui para dizer que nada disso é tão importante e está tudo bem.
O tempero final do episódio fica para Tatiana Maslany. A atriz consegue fazer até seus comentários soltos sobre os X-Men parecem relevantes. As perguntas de Jennifer Walters sobre “de quem é a série” e constatações autocentradas vão do cômico para um debate quase filosófico.
O mais curioso de escrever tudo isso sobre De Quem é Essa Série? é que a trama teve início com Um Quantidade Normal de Raiva, um episódio que entregava apenas o que prometia: meia hora de divertimento com uma personagem carismática.
Aqui, a primeira temporada é finalizada de forma positiva e amarrando todos os oito episódios prévios. A maior crítica desse universo compartilhado de séries do MCU tem sido como seus finais parecem ignorar a construção narrativa e focar na “pancadaria”. Criando uma solução para esse problema, o nono episódio traz de volta personagens que aprendemos a amar, como Nikki, Pug, Emil Blonsky, Titânia e Matt Murdock, os que aprendemos a odiar e todo o ritmo divertido que Jennifer entregou desde o início.
Olhando por esta ótica, o mais frustrante desse final de Mulher-Hulk: Defensora de Heróis é não ter o que falar mal do mesmo. Nos foi entregue fidelidade aos quadrinhos e uma modernização da heroína. Nem a falta do vilão Líder consegue “esmagar” essas qualidades. Talvez K.E.V.I.N. consiga no futuro, mas isso, apenas o futuro dirá.
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