Review: Mulher-Hulk 1×05 – Malvadinha, Verdinha e de Calça Apertadinha…

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Review: Mulher-Hulk 1×05 – Malvadinha, Verdinha e de Calça Apertadinha…

Por Junno Sena

O quinto episódio de Mulher-Hulk: Defensora de Heróis nos mostra que até os segmentos mais básicos da série conseguem entregar uma aventura, no mínimo, divertida. Em Malvadinha, Verdinha e de Calça Apertadinha, adentramos mais e mais nas dificuldades de Jennifer Walters em se ver como a Mulher-Hulk.

Entre tantos pontos curiosos, o que se destaca nesse episódio é como a personagem tem, constantemente, negado a persona da mulher verde de dois metros de altura. Mas, ao mesmo tempo, a utiliza como uma forma de mostrar seu verdadeiro eu. Mas, do outro lado da mesa, temos Titânia, uma personagem que não parece possuir nada de verdadeiro, porém, visualmente, é a síntese do que é ser uma modelo no século XXI.

Isso, somado ao fato de que Jameela Jamil é uma ativista que, constantemente, utiliza de suas redes sociais para alertar o público de que nem modelos se parecem com modelos, torna todo o conceito desse quinto episódio ainda mais interessante.

A construção de mundo de Mulher-Hulk se consolida nesse episódio

Mas, antes de seguirmos para o cerne da situação, precisamos ir por partes. Algo que eu não havia dado tanto crédito até o momento é a construção visual de mundo de Mulher-Hulk. Como Nikki é a amiga espalhafatosa, enquanto Mallory é a mulher “vestida para matar” e Jennifer é apenas um saco de batatas tentando se encaixar.

À princípio, o figurino é apenas um detalhe do enredo, para nos lembrar que Jennifer não está confortável em sua própria pele verde. Porém, roupas, artigos de luxo, produtos de beleza, todos esses artigos “supérfluos” têm uma razão maior para estarem ali.

Jenn serve de contraponto para as pessoas ao seu redor. Mesmo confiante com o que diz e pensa, ela não sabe como agir, já que é duas pessoas ao mesmo tempo. E, mesmo lidando com sua atual condição como um “grande acidente”, essas mudanças afetam a personagem mais do que aparenta.

Os produtos de beleza de Titânia trazem mais a série do que aparenta

Ter esse episódio como um respiro para tratar do assunto amarra bem tudo o que vimos até o momento. Quando, por exemplo, Jenn rebola com Megan Thee Stallion no terceiro episódio, o que vemos não é a Jenn “certinha” e sim a “advogada divertida”, a “incrível” Mulher-Hulk.

O enredo desse episódio pode parecer explícito demais, quase como uma quebra da regra “mostre, não conte”, mas, em uma sociedade onde vivemos imersos em produtos para pele e marcas de grife, às vezes, é necessário tratar do óbvio.

Mesmo que na série as questões sejam resumidas a dois lados: Jennifer e Titânia — o real e o falso —, a verdade é que ambas não estão erradas. Ainda trazendo cenas antigas para provar como o restante da série parece se amarrar aqui, temos o momento do último episódio onde um dos encontros de Jenn lendo Má Feminista de Roxanne Gay.

Mulher-Hulk nos lembra que figurino não é apenas “roupa”

O momento é passageiro e pode não significar nada de fato, mas é uma lembrança de que não existe um “feminismo certo”. Que, pessoas como Titânia são frutos da sociedade. Mas também que os sentimentos conflitantes de Jenn, em se beneficiar com seu corpo verde, mas também negá-lo, são normais.

Para uma personagem que foi feita de “ícone sexual” nos quadrinhos em uma indústria machista, todos esses pormenores de Mulher-Hulk nos lembram que a personagem sempre esteve falando muito mais do que lhe permitiam.

Mas, não pensem que eu esqueci do grande elefante na sala: Matt Murdock. O nosso (segundo) advogado favorito da Marvel está vindo e, se tudo der certo, será a cereja do bolo para conciliar essas duas entidades tão distintas: Jennifer Walters e Mulher-Hulk. A minha única expectativa é que, no próximo episódio, não tenha apenas Murdock, mas também mais uma das cenas pós créditos da série.

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