Review: Just Dance 2023 inova com acessibilidade e customização, mas sem perder o charme pelo qual é conhecido
Review: Just Dance 2023 inova com acessibilidade e customização, mas sem perder o charme pelo qual é conhecido
Novo jogo apresenta modo história e multiplayer online
Pokémon, Forza, Fifa. Algumas franquias do mundo dos jogos se tornaram clássicos anuais. Enquanto há os que esperam por novos monstros de bolso, outros aguardam para tirar o volante do armário, as chuteiras ou, no caso da franquia Just Dance, a caixa de som. Para finalizar o ano de 2022, a Ubisoft lançou o seu mais novo capítulo de Just Dance. De k-pop até League of Legends, a nova edição traz algumas novidades, mas sem perder o seu charme.
Ficha Técnica
https://www.youtube.com/watch?v=abpgBqt7xwA
Título: Just Dance 2023
Distribuidora: Ubisoft
Gêneros: Dança, multiplayer
Lançamento: 4 de Novembro de 2022
Plataformas: Nintendo Switch, PlayStation 4 | 5, Xbox One, Xbox Series S | X, Google Stadia
Tradução para o PT/BR: Sim
Bem-vindo ao Danceverses!
Charme é algo que não falta em Just Dance 2023. Deixando o visual “clean” das últimas edições de lado, adentramos um menu azul e dinâmico nesse novo jogo. Aqui, os desenvolvedores exploram o tema do momento: multiverso. Convidando não apenas seus jogadores a adentrar em um mundo cheio de cor e música, mas também sua protagonista.
O que pode parecer inusitado, pois, até o momento, Just Dance se limitou a ser um jogo de dança e com pouquíssima lore presente no serviço Just Dance Unlimited. Porém, na edição 2023, temos a novidade de um modo história.
Desenvolvido a partir de uma playlist com sete músicas — Can’t Stop the Feeling de Justin Timberlake, Witch de Apashe ft. Alina Pash, Physical de Dua Lipa, Rather Be de Clean Bandit ft. Jess Glynne, Locked Out to Heaven de Bruno Mars, Majesty de Apashe ft. Wasiu e If You Wanna Party de The Just Dancers —, conhecemos a missão de Wanderlust de recrutar a tímida Sara para uma jornada através do multiverso.
Nela, a garota irá precisar dançar para salvar os treinadores de Just Dance e derrotar Night Swan, uma bruxa que não aceita nada além da perfeição. Sendo o carro chefe do jogo, se percebe o trabalho investido nas animações, coreografias e a harmonia das músicas.
A história, literalmente, pulsa através da tela e contagia o jogador. Mesmo que a mesma não trate de algo extremamente elaborado, é surpreendente o que conquistaram com a inusitada tarefa de construir uma história em um jogo musical.
Tudo isso com o visual já conhecido de Just Dance. Algo que agora é expandido para o usuário também ser capaz de brincar com esse recurso. A personalização do perfil apresenta diversos personagens, belamente ilustrados, além de mudanças de fundo, molduras, codinomes e medalhas para deixar o jogo com “a sua cara”.
Qual o futuro de Just Dance para os consoles?
Essas características são o que sustentam o novo Just Dance. Ao mostrarem que são capazes de trazer novidades, mas sem deixar a “alma do negócio”, a Ubisoft reitera que a franquia está longe de morrer.
O problema surge no hardware, que não parece ajudar nessa nova fase. Quando falamos do Nintendo Switch, por exemplo, o método como o console administra a contagem de pontos dos jogadores pode deixar a desejar. Para os jogadores mais competitivos, jogar Just Dance é mais frustrante do que relaxante.
Nesse caso, o melhor método para se entrar no Danceverse é cair de cabeça na música e deixar de lado as pontuações. E quando falamos em pontuar, a nova funcionalidade de jogar de maneira offline não satisfaz completamente.
Just Dance 2023 possibilita que seu usuário baixe músicas e dance quando quiser, porém, apenas contabiliza seus pontos quando o mesmo se conecta novamente a internet. Isso não é prejudicial para o funcionamento geral do jogo, mas pode acabar soando mais como um erro para alguns.
Um universo limitado
Com novas funcionalidades online para interagir com os amigos, muita cor, personagens e história para animar o jogador, o novo capítulo da franquia decepciona no que antes era o seu diferencial: diversidade musical. Mesmo com a nova função Just Dance+, o jogo não parece estar pronto para oferecer ao seu usuário a quantidade de músicas e coreografias prometidas.
Enquanto o Just Dance Unlimited do Just Dance 2022 oferecia mais de 700 músicas, o novo “streaming” se contenta com apenas 150 novas músicas. Desta forma, o que parecia grandioso e diversificado se mostra pouco para suprir os mais ecléticos fãs de música.
Na versão normal do jogo, por exemplo, a seção K-pop inclui apenas cinco músicas. Dentre elas, temos BTS, Itzy e até mesmo K/DA — grupo virtual feminino com quatro personagens de League of Legends.
À primeira vista, a escolha das músicas parece estranha. Entre Psycho, do Red Velvet, que não é marcada pela sua coreografia e Wannabe, do Itzy, a curadoria deixa a desejar. Por outro lado, Just Dance+ promete ser um serviço que estará em constante expansão. Logo, se o jogo não oferece a variedade musical que o usuário deseja no momento, em breve, isso pode mudar.
Um universo que ainda precisa ser melhor explorado
Com tantos pontos positivos e vários outros negativos, a verdade é que Just Dance 2023 apresenta uma boa ideia, mas peca em não explorá-la adequadamente. Desta forma, o jogo agrada aos consumidores que não chegam perto da pista de dança da Ubisoft há anos, mas frustra os fãs assíduos da franquia.
Além do jogo apresentar problemas quando tratamos de conexão com a internet e as polêmicas de um jogo físico sem cartucho, o novo capítulo tenta entregar o que promete: música e muita dança. A grande questão agora é o quanto de “música” ainda será incluída no futuro do jogo.
Para responder essa pergunta, o “streaming” Just Dance+ parece ser quem irá tomar as rédeas da situação. Porém, de início, as recompensas do jogo apenas surgem quando falamos em história, coreografia e customização.
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