Recap: Um resumo de tudo que rolou em A Casa do Dragão 1×01 – Os Herdeiros do Dragão
Recap: Um resumo de tudo que rolou em A Casa do Dragão 1×01 – Os Herdeiros do Dragão
Os Sete Reinos de volta às telinhas – e com vários dragões!
Atenção: Alerta de Spoilers!
A Casa do Dragão finalmente chegou à HBO, levando telespectadores de volta aos Sete Reinos de Game of Thrones. Quem é fã da série original com certeza se empolgou com esse início, que promete muito para o futuro.
No início, somos apresentados ao novo contexto por uma narração de Rhaenyra Targaryen, personagem central da nova história. Ela conta sobre o Conselho de Harrenhal, que aconteceu no reinado de Jaehaerys I. Após anos de paz, e com mais de um possível herdeiro, o rei decidiu estabelecer a sucessão antes de sua morte por meio dessa reunião de lordes.
Muitas possibilidades surgiram, mas apenas duas foram consideradas seriamente, de acordo com o episódio: a de Viserys (Paddy Considine), irmão do rei, e a de Rhaenys (Eve Best), sua filha mais velha viva. Para quem não leu os livros, uma curiosidade: Rhaenys é descartada pelo conselho por ser mulher, e quem realmente chega às “finais” na disputa é seu filho, Laenor, ainda criança na época.
Mas, em ambas as versões, Viserys é escolhido como sucessor, e é coroado após a morte de seu irmão. Essa premissa é importante, já que a situação volta a se repetir, com Viserys não possuindo um filho homem, e tendo um irmão e uma filha como possíveis herdeiros.
Como o nome do episódio deixa claro, Os Herdeiros do Dragão tem esse foco na sucessão, mas não é só o que a trama traz. Também somos apresentados a diversos personagens, começando por Rhaenyra, que aparece sobrevoando Porto Real em seu dragão, Syrax. Ela pode até apresentar alguma semelhança visual com Daenerys nesse contexto, mas a personagem vivida por Milly Alcock logo mostra que tem personalidade própria, sendo espirituosa, carismática, e um tanto rebelde ao evitar seus deveres para voar no dragão.
Isso é reforçado na cena que ela divide com a mãe, Aemma (Sian Brooke). Enquanto a rainha, grávida e desconfortável, afirma que esta é a posição de ambas por causa de seus “úteros reais”, Rhaenyra demonstra desejar mais – por que não servir em batalha?
A conversa remete à relação entre Cersei Lannister e sua mãe, nos livros. Enquanto a rainha sempre se mostrou descontente em ser limitada por ser mulher, sua mãe a teria aconselhado a usar “armas de mulher”. Aemma faz comparações semelhantes, afirmando para Rhaenyra que o campo de batalha delas é o parto – sem saber o quão real isso se tornará para a própria rainha grávida, ainda nesse episódio.
É óbvio que a princesa não aceita isso bem e não concorda que a vida de sua mãe é menos importante do que a do possível herdeiro, mas ela segue com seus deveres, chegando ao Conselho do rei Viserys I. É então que somos introduzidos a vários novos personagens, alguns que terão grande destaque: Otto Hightower (Rhys Ifans), que serve como Mão do Rei; Corlys Velaryon (Steve Toussaint), o Mestre dos Navios; o lorde Lyman Beesbury (Bill Paterson), Mestre da Moeda; e o Grande Meistre Mellos (David Horovitch). Também temos uma menção ao príncipe Daemon (Matt Smith), que só dará as caras um pouco à frente.
Por mais que pareça apenas uma conversa qualquer, vale lembrar as palavras de Corlys na série: ele avisa sobre uma aliança entre as Cidades Livres, que passou a se chamar de Triarquia. Além disso, ele menciona Craghas Drahar, o “príncipe-almirante” responsável por liderar uma batalha contra piratas em uma área que pode afetar os portos dos Sete Reinos. Essa introdução não é por nada – e isso pode afetar certos eventos futuros da trama da série.
Ainda assim, o aviso não é levado a sério, e a reunião continua com uma conversa sobre o Torneio em comemoração ao herdeiro – ainda não nascido – do rei. Com Rhaenyra presente, e servindo aos lordes reunidos, esse é mais um momento de mostrar o descontentamento dela, que não é considerada digna da coroa apenas por ser mulher.
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Continuando com a princesa, finalmente somos apresentados ao infame Daemon, que mostra toda sua arrogância ao se sentar casualmente no Trono de Ferro, e tomar para si o Torneio discutido anteriormente, já que ele seria “em honra do herdeiro de Viserys”. Os dois conversam em valiriano, e apesar das provocações, logo fica claro que há afeto entre tio e sobrinha, com o personagem presenteando Rhaenyra com um colar de aço valiriano.
Depois, é a vez de vermos a princesa ao lado de Alicent Hightower (Emily Carey), única outra ao seu redor que tem idade aproximada da sua. As duas parecem ser amigas próximas, deitadas casualmente embaixo de uma árvore-coração enquanto a primeira estuda sobre a história de Westeros, questionando Rhaenyra sobre a vida da princesa Nymeria.
Mais que isso, o momento serve para mostrar mais das duas, desde a liberdade que Alicent tem em dizer diretamente que a princesa é “desagradável” quando está preocupada, até Rhaenyra brincando que desejava apenas voar com a outra pelo mundo e comer apenas bolo. Sem ter a liberdade de não se preocupar com sua posição, Alicent fica irritada – mas as duas logo fazem as pazes quando a princesa demonstra que não é tão desatenta a seus deveres quanto sua atitude despreocupada pode sugerir.
O foco então passa para outros Targaryen, começando com Viserys. O rei apresenta um ferimento feio, que ele afirma ter sido causado pelo trono, e que não está se curando. Isso gera preocupação ao seu redor, e claramente cansado disso, ele concorda com cauterizar a ferida.
Em seguida, ele visita sua esposa, Aemma, que está no banho. Assim como em suas outras cenas, a rainha aparece abatida, além de preocupada com sua gravidez e a possibilidade de falhar em dar um herdeiro ao rei. Mais que isso, ela conta sobre todas as crianças que perdeu ao longo dos anos, e afirma que não consegue fazer isso novamente.
Por sua vez, o rei fala sobre o sonho que teve, de seu filho nascido usando a coroa de Aegon, o Conquistador, ao que Aemma fala de forma sofrida que o parto dói o suficiente sem isso. Apesar da preocupação com dar um herdeiro a Viserys, seu cansaço e sofrimento se destacam, assim como o desejo dele (e sua certeza) de que o príncipe herdeiro finalmente virá.
Vale notar que os sonhos proféticos dos Targaryen tem um certo destaque nesse primeiro episódio. A descrição apresentada por Viserys deve ter chamado a atenção de que já leu os livros – mas sem spoilers aqui.
Mudando de cena, Daemon aparece exercendo seu papel de Lorde Comandante da Patrulha da Cidade. Em Game of Thrones, eles eram conhecidos também como os Mantos Dourados – e aqui, é visto que foi o príncipe Daemon que deu a eles as capas que se tornaram tão características.
Mais que isso, a cena demonstra a brutalidade empregada pelo príncipe e seu exército. Eles partem pelas ruas de Porto Real, cortando mãos, pênis e cabeças para punir ladrões, estupradores e assassinos. As consequências disso são vistas depois, com Otto informando ao rei sobre o derramamento de sangue, e que foram necessárias duas carroças para transportar as partes de corpos mutilados pela Patrulha.
Claramente descontente, a Mão do Rei chega à reunião do Conselho falando sobre o príncipe não poder agir assim e ficar impune – apenas para ser surpreendido com a presença de Daemon na reunião. Os dois discutem, e o príncipe se justifica afirmando que a cidade fora da Fortaleza Vermelha era vista como sem lei, algo que não podia ser mantido, principalmente com tantos convidados vindo para o torneio.
Viserys não critica o irmão com seriedade, e o príncipe recebe apoio de Corlys Velaryon. Otto, então, fala que Daemon deveria mostrar a mesma devoção a sua esposa. Descontente com seu casamento, ele se refere à própria esposa como sua “vaca de bronze”, fazendo comentários ainda piores sobre as mulheres do Vale de Arryn.
Quando ele menciona a falecida esposa de Otto, porém, o Mão do Rei se irrita, e é preciso que o rei interceda para que o conflito entre os dois não piore. Ele pede a seu conselheiro que não caia nas provocações de seu irmão, e adverte Daemon que não volte a realizar nada como o show de horrores que a Patrulha fez na noite anterior – mas defende o irmão após sua saída da sala.
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A história então segue Daemon a um bordel, onde ele transa com Mysaria (Sonoya Mizuno). Quando ele para repentinamente, ela questiona o que há de errado, oferecendo trazer outras garotas para ele, possivelmente donzelas, e “até uma de cabelos prateados”. Prosseguindo, ela reafirma o que o príncipe é, dizendo que o rei não pode substituí-lo.
A série então passa para o torneio, sendo iniciado por um discurso do rei, que anuncia que a rainha entrou em processo de parto. Os jogos então começam, com um destaque sendo dado para um participante misterioso de uma casa pouco conhecida: ser Criston Cole (Fabien Frankel).
Em meio a isso, um Baratheon pede pelo favor de Rhaenys, se referindo a ela como A Rainha Que Nunca Foi, já que o Grande Conselho de Harrenhal optou por Viserys como herdeiro ao invés dela, anos antes. Embora Otto Hightower veja isso como uma ofensa, o rei Viserys não se abala, alegando que os comentários não mudam nada.
Enquanto as disputas continuam, Alicent e Rhaenyra trocam fofocas sobre a corte. Quando Daemon chega, o Príncipe da Cidade volta a provocar Otto, desafiando o filho dele para uma justa e vencendo sem poupar brutalidade. Como se não bastasse, ele pede o favor de Alicent, que apesar de perceber o desgosto de seu pai, também entende que não poderia negar o príncipe.
Interrompendo o torneio, o rei é chamado aos aposentos onde a rainha, bem literalmente, luta para dar a luz. Viserys é informado que o bebê estava virado, e apesar de todas as tentativas, os meistres não conseguiram colocá-lo na posição certa. Vendo sua esposa em agonia, ele exige que algo seja feito por Aemma, mas apenas escuta que tudo que era possível já foi feito. Aemma, em meio à dor e aos efeitos do leite da papoula dados a ela para diminuir sua dor, mal está consciente do que ocorre ao seu redor.
A cena é interrompida por um corte do torneio, que se torna cada vez mais violento. Corlys e Rhaenys conversam sobre este não ser o meio adequado de celebrar um nascimento, com a princesa afirmando ainda que todos os cavaleiros ali presentes não sabiam o que era uma batalha de verdade.
De volta ao parto, o Grande Meistre Mellos conversa com Viserys. Ele afirma que o rei terá que fazer uma escolha impossível: sacrificar a mãe pelo bem do bebê, ou arriscar perder os dois. Apesar de horrorizado, o monarca considera a ideia, questionando se era mesmo possível salvar o bebê – ao que o meistre responde que sim, desde que eles agissem imediatamente.
As cenas nos dois ambientes continuam se revezando, com Daemon e Criston Cole se enfrentando, enquanto Aemma aparece claramente fora de si. Viserys diz a ela que “eles vão tirar o bebê agora”, e ela claramente não entende o que ele quer dizer – até que começa a ser segurada à força na cama pelos meistres e parteiras, e vê a lâmina que está prestes a cortá-la.
Desesperada, a rainha implora que não façam isso. Mas nenhum dos presentes, nem mesmo seu marido, dá ouvidos aos pedidos de Aemma. Isso é contraposto à brutalidade do torneio, onde Daemon e Criston se enfrentam diretamente após o príncipe ser derrotado nas justas. Enquanto a rainha perde a vida sem que ninguém se importe, no torneio o público celebra a violência, ainda que esta não termine em morte.
Ser Criston pede pelo favor de Rhaenyra, que entrega sua prenda e deseja sorte ao cavaleiro. Nos aposentos da rainha, Viserys finalmente tem seu filho homem, que apesar de nascer aparentemente bem, começa a tossir de modo que indica algo errado.
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A corte logo fica sabendo sobre a morte da rainha, e a próxima cena já se passa algum tempo depois: no funeral da mãe e do bebê, ambos aguardando para terem suas piras funerárias acesas. Rhaenyra demonstra seu ressentimento de seu pai, julgando que ele só se importa com ter um filho homem que possa ser seu herdeiro.
Daemon, porém, argumenta que o pai dela precisa da princesa agora mais que nunca. Viserys aparece abatido, e a aura de luto permeia todos os presentes. Apenas quando Rhaenyra finalmente ordena que Syrax acenda as piras com o famoso dracarys, o momento chega ao fim.
Na cena seguinte, o Conselho do rei se reúne. Eles discutem a sucessão, falando sobre a possibilidade de Daemon herdar a coroa e a necessidade de isso ser impedido, com Corlys Velaryon levantando mais uma vez a possibilidade de sua esposa, Rhaenys, ser coroada, já que ela já possuía um filho homem, enquanto Otto sugere que Rhaenyra seja nomeada herdeira. Viserys se irrita, gritando que não vai ouvir enquanto abutres tentam se banquetear nos corpos de sua esposa e filho, e sai da reunião.
Mostrando um pouco mais de sua ambição, Otto aparece na cena seguinte, conversando com sua filha. Apesar do momento familiar começar de modo leve, com os dois se abraçando e trocando notícias sobre a princesa e o rei, Otto logo manda a jovem aos aposentos do monarca com segundas intenções. Além disso, ele sugere que ela use um dos vestidos de sua mãe, de modelos mais adultos do que o utilizado normalmente pela donzela.
Apesar de incerta, ela cumpre com o que seu pai diz, mesmo que seja uma clara insinuação de que ela tente seduzir o rei. Ao chegar lá, a garota apenas conversa com Viserys em seus aposentos, sendo sincera ao dizer que sente muito sobre a perda dele.
Daemon aparece em uma situação completamente diferente, estando em um bordel cercado por prostitutas e homens da patrulha. Ainda que ele pareça um tanto sério, o ambiente é de celebração, e a cena é intercalada com o dia seguinte, quando Otto Hightower relata para o rei o que seu irmão havia feito.
A ênfase fica para o brinde que Daemon teria feito ao príncipe Baelon, filho de Viserys e Aemma que viveu por apenas um dia. O irmão do rei teria o chamado de “Herdeiro de Um Dia”, algo que deixa Rhaenyra abalada e Viserys enfurecido.
Desta vez, o rei enfrenta seu irmão com seriedade, questionando se ele havia mesmo dito estas palavras. Quando Daemon não nega, os dois se confrontam, com Viserys dizendo que o irmão cuspia em tudo que era oferecido a ele, e Daemon afirmando que Viserys é fraco e precisa de proteção contra pessoas como Otto Hightower. Daemon parte para o Vale de Arryn em seu dragão, Caraxes, mas não vai sozinho, levando Mysaria consigo.
É importante notar que o rei se corta no Trono de Ferro no fim dessa cena, algo que, apesar de não acontecer muito em Game of Thrones, tem importância nos livros – sendo interpretado dentro do universo como sinal de que um rei não é digno e está sendo rejeitado pelo próprio trono. Para muitos, isso seria um sinal de fraqueza.
Viserys e Rhaenyra finalmente conversam, e o rei explica a ela que deseja torná-la sua herdeira. É dito que o poder de controlar os dragões é uma ilusão que coloca os Targaryen acima dos outros, e ele também explica a ela que Aegon, o Conquistador, primeiro rei da dinastia Targaryen, teve uma visão sobre o fim do mundo, chamada de A Canção de Gelo e Fogo (nome da série de livros, em inglês, que é A Song of Ice and Fire). A profecia vista por ele seria referente aos Caminhantes Brancos de Game of Thrones, mas nenhum deles sabia exatamente quando ocorreria, motivo pelo qual ela foi passada de uma geração de Targaryens para outra.
Rhaenyra e o pai escutam juramentos de lordes de todo o reino na cena seguinte. Diante do trono, eles prometem fidelidade ao rei e sua herdeira escolhida, jurando defender seu direito de governar. Por fim, o próprio rei a nomeia solenemente como Princesa de Pedra do Dragão e Herdeira do Trono de Ferro, terminando o primeiro episódio.
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