Preview: Rainbow Six Mobile traduz com perfeição a intensidade de Siege para os celulares

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Preview: Rainbow Six Mobile traduz com perfeição a intensidade de Siege para os celulares

Por Arthur Eloi

Em retrospecto, até parece meio bobo que os jogos de celular tinham uma reputação de serem inferiores ou menos sérios que as obras de console e PC. Isso já ficou no passado, tanto pelo mobile se tornar uma das mais jogadas plataformas dos últimos anos, como também pela grande quantidade de franquias de peso ganhando versões portáteis – mesmo as que parecem impossíveis de traduzir para a tela de toque, como Rainbow Six.

A franquia de tiro, criada pelo autor Tom Clancy, é conhecida por sua jogabilidade tática e punitiva. Não é exatamente algo que parece em casa em uma plataforma comumente aproveitada em ônibus e salas de espera, com atenção diminuída. Ainda assim, a Ubisoft aceitou o desafio, e Rainbow Six Mobile surpreende justamente por soar natural nos celulares.

No final de agosto, a Ubisoft convidou o Detonado Legião – a vertente da games da Legião dos Heróis – para testar o jogo em primeira mão durante um evento em São Paulo. Os testes foram curtos, mas altamente satisfatórios. Na ocasião, ainda não foi possível experimentar uma partida de jogadores vs. jogadores – o prato principal do game, claro -, mas sim experimentar uma sessão contra bots.

Se você já jogou Rainbow Six Siege contra o computador (especialmente nas dificuldades mais altas), sabe que as máquinas não perdoam. Em uma equipe de cinco jornalistas, curtindo um evento com bebidas e reencontros após anos em casa, essa noção só bateu após os bots destruírem todos com facilidade. Para o segundo round, o charme estratégico do game tomou conta: a mesa rapidamente começou a organizar quais pontos dos objetivos precisavam ser reforçados para facilitar na defesa, e também apontar de quais lados os inimigos robóticos estavam invadindo.

Nem mesmo álcool e um ambiente de festa conseguiu ofuscar a intensidade de uma partida de Siege, que soava idêntica ao game de console. Muitos dos mesmos Operadores do jogo, com suas habilidades especiais, estavam presentes, e todas as mecânicas necessárias podiam ser facilmente encontradas. Para quem já tem alguma experiência com shooters na tela de toque, em pouco tempo se verá inclinando para os lados para investigar salas suspeitas, ou então se deitando em cantos do chão para buscar o ângulo perfeito contra invasores.

Se uma festa barulhenta não é o ambiente ideal para uma partida de Rainbow Six, o mundo real será ainda mais desafiador. O jogo parece pronto para lidar com toda situação imaginável em que as pessoas tentarão tirar umas partidas. Essa é uma preocupação para Justin Swan, diretor criativo de Rainbow Six Mobile: “Foi bem complicado”, refletiu sobre o processo de quatro anos de desenvolvimento em entrevista ao Detonado.”Eu costumava falar que Siege seria o pior jogo para tentar adaptar para celulares, e acho que isso é o que tornou tudo tão especial. Aceitamos o desafio e vencemos”.

Rainbow Six Mobile traduz toda a complexa jogabilidade de Siege para uma tela de touch – e funciona muito bem!

Swan explica que Rainbow Six Mobile não foi só um trabalho de conversão para as novas plataformas, mas sim que foi necessário destrinchar todos os elementos de Siege para entender o que torna o game tão satisfatório de jogar para os veteranos, e atrativo e acessível para os novatos. A jornada não foi nenhum um pouco fácil.

Ao longo desses quatro anos, os desenvolvedores não só precisaram entender a essência de Rainbow Six, como também adaptar partes vitais para as dificuldades do mobile. Algo que muita gente não leva em conta, por exemplo, é o fato de que muita gente joga no celular sem fones de ouvido – afinal, é a plataforma que você costuma curtir quando está fora de casa.

Os desenvolvedores estão bem cientes disso, e investiram pesado em formas de garantir que a experiência seja intensa para todo tipo de jogador:

Nosso áudio é excelente se você está de fones. Posso dizer que, discutivelmente, temos o melhor sistema de áudio em um jogo mobile até agora. Você pode escutar sons vindo de uma sala, mas se quebrar um buraco na parede fica mais fácil de escutar pela abertura. Nossa equipe de áudio é incrível.

 

Se você estiver no mudo, temos elementos como a bússola de áudio, que serve para representar o áudio ao seu redor de forma visual. Fizemos cerca de 11 protótipos, e testamos a performance nos nossos laboratórios em Paris de todas as formas mais estranhas. A que está no jogo é objetivamente a melhor forma de visualizar áudio.

Swan cita ainda um sistema de ping inteligente e muitas informações transmitidas sutilmente na interface, ajudando também quer se comunicar com a equipe sem precisar de um microfone ou parar a ação para digitar – funções que ainda estão presentes: “Claro, temos chat de voz, mas temos diversas opções para quem quiser ficar em silêncio, tipo se você quiser tirar umas partidas na igreja ou algo assim”, brinca Swan. “Dá para jogar sem som e ainda aproveitar bastante a experiência”.

Já pensou jogar Rainbow Six sem fone e nem ouvir o inimigo plantando a bomba?

Por todo o esforço que o diretor criativo fala, fica claro que Rainbow Six Mobile quer ser um verdadeiro blockbuster para celulares. Há quem ainda tenha certo pé atrás. Ainda que a plataforma seja uma das mais jogadas no mundo, e a forma preferida dos brasileiros curtirem jogos, muita gente ainda pensa em games de celular como produtos inferiores.

Para Justin Swan, isso é uma visão elitista – assim como o preconceito dos jogadores de PC com os gamers de console -, e que só falta um jogo excelente para desafiar essa noção errônea. Ele então compara com um fenômeno que aconteceu nos jogos de tiro para videogame: “Eu era um grande fã de Halo por volta dos anos 2000”, relembra. “Halo é muito especial para mim porque, na época, ninguém levava shooters de console a sério antes”.

Halo foi responsável por mostrar que jogos de tiro podem ser ótimos nos consoles – e Justin Swan acredita que o mesmo processo acontecerá nos celulares

Swan elabora que as mudanças implementadas pela Bungie na primeira aventura do Master Chief, que hoje são padrão para muitos jogos, foram um divisor de águas para mudar a percepção de FPS como um gênero que só era viável no PC:

Até tinha Perfect Dark e GoldenEye, que eram legais de curtir em tela dividida, mas foi só quando a Bungie veio e adicionou funções especiais: mira automática, mudanças no campo de batalha, combates intimistas e a possibilidade de carregar apenas duas armas para facilitar alternar no inventário. Eles fizeram tudo isso e, de repente, era um shooter legítimo nos consoles, para jogar com controles. 20 anos depois, jogos de tiro em primeira pessoa são o maior gênero nos consoles.

 

Acredito que estamos no mesmo ponto com jogos de celular. Algum jogo vão se consagrar com uma jogabilidade tão boa que fará as pessoas levarem a sério. Já temos alguns exemplos por aí que mostram que é possível uma experiência séria de shooter mobile, mas acredito que o nosso game será o melhor quando for lançado.

Algumas pessoas sempre terão preconceitos com jogos de celular”, conclui, “Mas é uma indústria em constante mudança”.

Diretor criativo de Rainbow Six Mobile, Justin Swan subiu ao palco da Ubisoft Forward 2022 para apresentar o beta fechado do game

Ainda não há data para o lançamento completo de Rainbow Six Mobile, mas as primeiras impressões são bastante promissoras. Para quem quiser experimentar por conta própria, o beta fechado do game começou em 12 de setembro para usuários do Android. Basta tentar a sorte no pré-registro direto pelo Google Play.

Você costuma jogar shooters no celular? Deixe nos comentários abaixo, e aproveite para conferir: