Parasita: Como a vida do diretor Bong Joon Ho inspirou a história do filme ganhador do Oscar
Parasita: Como a vida do diretor Bong Joon Ho inspirou a história do filme ganhador do Oscar
Um episódio na vida do cineasta sul-coreano inspirou o maior sucesso de sua carreira
Parasita é um filme que conta a história de duas famílias com classes sociais opostas, sendo uma extremamente rica e outra pobre. Até que um dos personagens pobres se infiltra em meio a família rica e o que vemos no filme é a consequência dessa interação. Mas recentemente, o diretor Bong Joon Ho revelou que um momento de sua vida inspirou seu filme.
Segundo Bong Joon Ho, por volta dos seus 20 anos ele conseguiu um emprego como o tutor de um garoto nascido em uma família podre de rica em Seul, capital da Coreia do Sul. A casa era uma mansão e contrastava muito com a realidade em que Bong cresceu, mas graças a uma indicação ele virou o tutor de matemática do menino.
Ele foi apresentado à família por sua namorada da época (agora sua esposa) que já trabalhava para a família como tutora de inglês do mesmo filho, mas eles precisavam de um específico para matemática e, sob a recomendação de alguém “confiável”, Bong conseguiu o emprego. Segundo o diretor:
“Eles queriam outro tutor para matemática, então ela me apresentou como um amigo confiável, mesmo que eu fosse realmente muito ruim em matemática”, explica Bong. “É assim que funciona com esses trabalhos. Não é como se eles publicassem muitos anúncios procurando ajuda doméstica – você é apresentado.”
Temos então uma semelhança gigantesca com a história do filme, já que ele nos apresenta duas famílias de classes econômicas distintas e Kim Ki-woo (Choi Woo-sik), um jovem de 20 e poucos anos que consegue um emprego de tutor de inglês para o filho da família rica. Em pouco tempo toda a família de Kim consegue um emprego na casa, mas todos precisam fingir que não se conhecem. Sobre essa dinâmica, Bong contou ao The Hollywood Reporter:
“Essa ideia de uma família pobre se infiltrando na vida de uma rica é onde eu me aprofundei.”
Muitos críticos interpretaram o filme como uma crítica contundente ao capitalismo e à desigualdade na distribuição de renda, mas o diretor afirma que seu pensamento era bem mais simples:
“Era mais como colocar esses personagens juntos em um ambiente muito controlado e depois assistir às reações químicas se desenrolarem.”
A produção se tornou o primeiro filme da Coreia do Sul a ser indicado e vencer o Oscar, levando o prêmio em quatro categorias: Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Roteiro Original e Melhor Filme Internacional.
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