Pantera Negra 2: Por que o reino de Namor se chama Talokan ao invés de Atlântida?
Pantera Negra 2: Por que o reino de Namor se chama Talokan ao invés de Atlântida?
Não foi apenas para evitar comparações com Aquaman!
No último final de semana, Pantera Negra: Wakanda para Sempre chegou aos cinemas trazendo uma grande adição à mitologia do Universo Cinematográfico da Marvel. Se o primeiro filme já tinha apresentado Wakanda e todas as suas maravilhas tecnológicas, dessa vez conhecemos Talokan, o reino subaquático comandado por Namor e que serve como uma “adaptação” da Atlântida dos quadrinhos.
Embora a estreia do reino tenha sido bem-vinda pelos fãs, muitos ainda se questionam os motivos da mudança para a adaptação, já que Namor sempre esteve associado com uma visão mais “clássica” de Atlântida. Porém, o diretor do filme, Ryan Coogler, explicou a mudança em uma entrevista recente dada ao ScreenRant.
Ele disse:
“Eu adoro ‘Aquaman’ e realmente amava ‘Atlantis: O Reino Perdido’ da Disney, que saiu quando eu era novo. E eu queria fazer algo que podia ficar no panteão cinematográfico ao lado desses filmes e, ainda assim, ser diferente, mas fiel. Nós estávamos atrás de algo que parecesse verídico e real, e nós pudemos ter um grande mergulho cultural. Isso pareceu fiel ao tema, como se [Talokan] pertencesse a um mundo onde há Wakanda e isso fosse crível, mas também como se fosse um mito; como se as pessoas pudessem se enxergar ali.”
Vale ressaltar que, por mais que o Namor tenha sido criado antes do Aquaman nos quadrinhos, nós tivemos uma visão da Atlântida da DC Comics em 2017, com o lançamento de Liga da Justiça – e isso se expandiu em 2018, já que o Rei dos Sete Mares ganhou seu próprio filme solo. Faz sentido que a Marvel Studios tenha optado por uma representação diferente, justamente para evitar comparações… mas não é só isso.
Em uma entrevista à revista Empire, o astro Tenoch Huerta, que interpreta o Príncipe Submarino no filme, disse que a mudança veio justamente para dar mais complexidade ao povo de seu personagem. De acordo com ele, “você pode pegar Atlântida dos mitos gregos, ou você pode adaptá-la a partir de uma cultura real“. E foi isso mesmo que aconteceu.
Ainda que seja uma nação fictícia, Talokan é inspirada nas lendas de Tlālōcān, uma cidade governada pelo deus da chuva Tlāloc. Na mitologia asteca, esse era o destino final para aqueles que morreram de afogamento ou graças aos raios. Isso se conecta diretamente com a forma como o filme explora culturas mesoamericanas e como elas tiveram que se readaptar após a colonização espanhola e o genocídio e a escravização de povos nativos.
Em entrevista ao Gizmodo, o produtor Nate Moore também explicou que Wakanda para Sempre não será a última aparição de Talokan no MCU. Na verdade, o filme é apenas o começo:
“Essa não é uma história única com Namor e o mundo de Talokan. Obviamente – ou talvez não tão obviamente assim – eles terão uma presença no futuro. Esse filme traz uma pergunta muito intrigante que é: ‘Ei, e se eles estão escondidos por tanto tempo e, agora, alguém os descobre, qual seria a reação deles?’ E como essa introdução impacta como Wakanda é vista no cenário mundial? E eu acho que há um fio narrativo muito divertido para se desenrolar, porque Wakanda se acha em uma posição geopolítica bem diferente do que no primeiro filme. Eles eram vistos inicialmente como essa nação estagnada, apenas para revelarem que possuíam todas essas coisas. Bem, agora eles possuem tudo isso que as pessoas querem. Isso vai afetar o tecido do MCU daqui para frente.”
Apesar de reclamações por parte de um pequeno e específico grupo, Talokan tem sido muito bem recebida por boa parte do público, e a presença de Tenoch Huerta no papel de Namor já nos faz querer vê-lo em outras histórias – e quem sabe, até mesmo um filme solo dentro do Universo Cinematográfico da Marvel.
Pantera Negra: Wakanda para Sempre está em cartaz nos cinemas!
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