O Cavaleiro das Trevas mudou o Oscar para sempre? Entenda impacto que filme do Batman teve na premiação

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O Cavaleiro das Trevas mudou o Oscar para sempre? Entenda impacto que filme do Batman teve na premiação

Por Gus Fiaux

Lançado em 2008, Batman: O Cavaleiro das Trevas ajudou a redefinir os super-heróis nos cinemas. Servindo como sequência direta de Batman Begins, o filme de Christopher Nolan aposta no clima realista para trazer uma história de corrupção moral norteada pelo Coringa e pelo Duas-Caras. Mas seus impactos vão além do cinema de super-heróis ou à franquia do Cruzado Encapuzado, já que o filme também provocou mudanças grandes no Oscar!

Quando O Cavaleiro das Trevas foi lançado, o discurso em torno do filme atingiu um novo patamar, mostrando que filmes de super-heróis eram feitos com o mesmo empenho e dedicação que muitos longas premiados no Academy Awards. Contudo, ainda havia um certo preconceito da Academia com cinema blockbuster – mesmo que, no início dos anos 2000, a trilogia d’O Senhor dos Anéis tenha levado um caminhão de Oscars para casa.

A atuação de Heath Ledger, no entanto, foi o que tornou o filme uma obra memorável não só para o público, como também para os votantes da Academia. E quando as indicações da premiação saíram, os fãs ficaram surpresos por dois motivos: Primeiro, Ledger havia sido indicado ao papel de Melhor Ator Coadjuvante, mesmo depois de sua morte. Segundo, O Cavaleiro das Trevas havia sido completamente esnobado da categoria de Melhor Filme.

Nessa época, havia um costume de que a categoria de Melhor Filme teria apenas 5 indicados, algo que vem desde 1953, quando a cerimônia foi televisionada pela primeira vez. Mas as reações do público após a ausência de Batman: O Cavaleiro das Trevas fizeram com que a Academia reconsiderasse a regra, especialmente por várias críticas sobre como eles ignoravam filmes blockbuster e os consideravam “inferiores”.

Heath Ledger ganhou o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante, sendo o primeiro ator em um filme de super-heróis a ser indicado e ganhar em qualquer categoria de atuação.

Internamente, várias conversas e discursos aconteceram, até que a Academia mudou a regra de limite: em vez de 5 filmes, a categoria de Melhor Filme poderia contar com até 10 indicados. Essa decisão foi tomada justo para dar espaço para longas que, de outra forma, ficariam de fora da corrida. E também era um método para dar um espaço maior para blockbusters, o que atrairia o público desses grandes sucessos de bilheteria.

Em um comunicado oficial lançado à imprensa, havia o seguinte: “Após mais de seis décadas, a Academia vai retornar às suas origens, com um campo maior de competidores para o maior prêmio do ano”. Dessa forma, desde 2010, a premiação conta com vagas para até 10 filmes – embora a maior parte das cerimônias feitas de lá para cá tenham contado com 8 longas na disputa.

No mesmo comunicado, o título de O Cavaleiro das Trevas não é citado uma só vez, mas todos sabiam que essas mudanças haviam sido provocadas pelo filme de Nolan. Em vez de rasgar o verbo, a Academia dizia: “Tendo dez filmes indicados a Melhor Filme permitirá que os votantes da Academia reconheçam e incluam os fantásticos filmes que sempre vão aparecer em outras categorias, mas que não conseguiriam chegar ao prêmio principal.”

Desde então, a Academia tem tomado passos lentos, mas curiosos em relação a um cinema mais “pipoca” – a prova disso é que os filmes de super-heróis continuam a pleno vapor, com Pantera Negra ganhando duas categorias em suas várias indicações, além de destaques para filmes como CoringaHomem-Aranha no Aranhaverso e até Logan.

Fonte: Polygon

Batman: O Cavaleiro das Trevas está disponível no HBO Max.

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