Mulher-Hulk: Estrela da série quebra silêncio sobre as más condições de trabalho dos artistas de efeitos da Marvel
Mulher-Hulk: Estrela da série quebra silêncio sobre as más condições de trabalho dos artistas de efeitos da Marvel
Tatiana Maslany se colocou ao lado dos artistas visuais, afirmando que as condições precisam melhorar
Mulher-Hulk é uma das séries mais esperadas do Universo Cinematográfico da Marvel no Disney+, pelo seu excelente elenco, senso de humor afiado e até retorno do Demolidor. Mas há um grande elefante verde na sala: a qualidade da computação gráfica da protagonista, e as várias histórias sobre exploração de artistas de efeitos visuais pela Marvel Studios nos bastidores. Agora, a atriz Tatiana Maslany comentou a polêmica ao lado da diretora e roteirista do seriado.
A série teve um painel durante o TCA, a tradicional apresentação anual das emissoras para a Associação de Críticos Televisivos dos Estados Unidos (via Comic Book). Por lá, Maslany se reuniu com a diretora Kat Coiro e a roteirista-chefe Jessica Gao, e discutiram a primeira impressão negativa que a prévia inicial deixou nos fãs mais vocais, fazendo alusão às reclamações dos artistas de efeitos visuais. A atriz da protagonista afirmou:
“Respeito demais o quão talentosos esses artistas são, e o quão rapidamente eles trabalham. Obviamente, muito mais rápido do que o tempo que eles realmente merecem para lançar tantas obras assim. Precisamos ser super conscientes de suas condições de trabalho, que nem sempre são as ideais.”
A fala de Tatiana Maslany reflete uma polêmica recente em que várias denúncias anônimas pintam a Marvel Studios como um dos piores clientes para produtoras de efeitos visuais em Los Angeles. Pelo enorme sucesso do MCU, a empresa tem presença gigantesca na cidade, mas oferece valores muito abaixo da média, faz demandas irrealistas de prazos e pede alterações a todo momento, constantemente jogando fora grande quantidade de trabalho no lixo e fazendo com que os artistas peguem diversas horas extras seguidas.
A roteirista-chefe também se mostrou sensível às reclamações anônimas:
“É um enorme desafio ter uma série em que a protagonista é toda de computação gráfica, e é terrível que tantos artistas se sintam pressionados e com cargas de trabalho gigantescas,” disse Gao. “Acredito que todos do nosso painel têm solidariedade com todos os trabalhadores. Nós os apoiamos no que dizem ser a verdade. Trabalhamos com eles, mas não estamos presentes nos bastidores durante essas longas noites e dias. Se estão se sentindo pressionados, estamos com eles e os ouvimos.”
Mulher-Hulk está diretamente relacionada à crise dos efeitos visuais na Marvel Studios, por conta da reação inicial à primeira prévia da série ter despertado questionamentos. Mas a diretora Kat Coiro acredita que toda essa onda de negatividade dos fãs também tem toques de machismo:
“Sobre as críticas aos efeitos visuais, acredito que tem a ver com a crença em nossa cultura de domínio dos corpos femininos. Muitas dessas críticas surgem do sentimento de capacidade de destrinchar o corpo de uma mulher. Muito foi falado sobre seu corpo, mas nos baseamos em atletas olímpicos, e não em fisiculturistas. Receberíamos críticas mesmo se tivéssemos feito o oposto. É muito difícil ganhar quando se está lidando com corpos femininos.”
No fim das contas, o segundo trailer de Mulher-Hulk trouxe reações mais positivas quando se trata de efeitos visuais, mas as reclamações de bastidores continuam se desenrolando. Resta saber se toda essa crise ficará visível na versão finalizada do seriado.
Mulher-Hulk estreia no catálogo do Disney+ em 18 de agosto. Após isso, a transmissão acontecerá semanalmente, às quintas.
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