Medabots: Relembre o surgimento e o legado da franquia que surfou na onda de Pokémon

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Medabots: Relembre o surgimento e o legado da franquia que surfou na onda de Pokémon

Por Junno Sena

Desde os anos 80, jogos e animes tem andado de mãos dadas. O primeiro anime baseado em um videogame que se tem registro foi Super Mario Brothers: Great Mission to Rescue Princess Peach, de 1986. Numa época em que os irmãos Mario e Luigi não eram muito conhecidos, a animação serviu para impulsionar as vendas dos jogos. E isso se repetiu. Dragon Quest. Sonic. Pokémon. Mega Man. Medabots.

E esse último tentou se estender por todas as mídias que Pokémon dominava na época. Além do jogo para Game Boy, Medarot, como era conhecido no Japão, investiu em animes e produtos licenciados feitos pela Hasbro. Aqui no Brasil, apenas o anime e a versão robótica do Pikachu, Metabee, fizeram sucesso, uma vez que os jogos, a princípio, apenas foram lançados no Japão.

Mas, a produção e desenvolvimento da obra é, na verdade, mais uma peça de uma onda que não se inicia com o anime de Super Mario Brothers, e sim, Pokémon.

Medabots, Game Boys e a criança dos anos 90

Game Boy e algumas fitas do console

E para compreender essa lógica, é necessário pensar em como eram as crianças do fim dos anos 90. Enquanto navegávamos na TV Manchete com Shurato e Cavaleiros do Zodíaco, em 1996, Pokémon Red and Green era lançado. No processo, o jogo inspirou produtos colecionáveis, um jogo de cartas popular até hoje e uma série animada.

O sucesso apenas se estenderia para a América cerca de dois anos depois, mas se tornou essencial para descrever no que as crianças do fim dos anos 90 e do início dos anos 2000 sonhavam: pets falantes, ou não, com poderes extraordinários.

As crianças queriam pegar todos. Não demorou muito para que outros animes e jogos entrassem no “esquema”. Digimon é um caso clássico, assim como Yu-Gi-Oh!, que modificou a sua estrutura do e no mangá para se tornar mais “vendável”. Mas, se o sucesso dessas duas franquias foi garantido, para Medabots, a história foi outra.

Medabots, o jogo

Assim como Pokémon, Medabots teria duas versões do mesmo jogo, Metabee e Kuwagata.

Desenvolvido pela Natsume, também responsável por Harvest Moon, Medabots ganhou seu primeiro jogo em 1997. Assim como a franquia dos monstros de bolso da Nintendo, o game teria duas versões do mesmo jogo: a primeira com Metabee como representante e a segunda com Kuwagata.

Enquanto Pokémon se apoiava na ideia de capturar os 151 monstros da Pokedéx, em Medabots, você teria diferentes robôs que poderia capturar ou batalhar. E cada um deles com design inspirado em animais reais.

Como um aspirante a Mestre Pokémon, o jogador passaria por diversas localidades do mapa e enfrentaria diversos oponentes. Sem contar que encontraria pelo caminho um grupo de vilões — nesse caso com roupas de couro duvidosas — chamado Gangue RubberRobo.

No Japão, o jogo teria um sucesso moderado, a ponto de desenvolverem uma continuação e mais alguns títulos para a franquia. Mas, assim como a Nintendo, a desenvolvedora queria encontrar outras formas para expandir sua influência e lucrar com os Medabots.

Medabots, o anime

Foi então que entre um jogo de cartas e brinquedos da Hasbro, surgiu o anime. Com 52 episódios, ele seria lançado entre 1997 e 1999. Nela, Ikki Tenrio, o protagonista do jogo, sonharia em se tornar o campeão do Torneio Mundial de Cyberlutas. Sem dinheiro para comprar seu próprio Medabot, Ikki encontra uma forma de adquirir um modelo mais barato e ultrapassado, o Metabee.

O diferencial de Metabee seria a Medalha encontrada por Ikki em um rio. Rara entre os treinadores de Medabots, o rapaz traça seu caminho entre Cyberlutas e confrontos com a Gangue RubberRobo.

Distribuído pela Globo e Jetix no Brasil, Metabots faria um sucesso relevante entre as crianças do início dos anos 2000. O sucesso na América faria com que Natsume lançasse alguns poucos jogos ao redor do mundo.

O futuro dos Medabots

Medabots possui alguns jogos produzidos nos últimos anos além de um game mobile.

Os jogos dos robôs colecionáveis iriam continuar chegando até 2020. Entre uma versão para Nintendo DS e algumas outras para 3DS, Medabots se tornaria uma pérola dos jogos que, constantemente, entraria em hiato.

Uma das razões disso seria a influência de Pokémon. Mesmo que a aventura de Ash e seus amigos estivessem em alta no Brasil no meio dos anos 2000, nos Estados Unidos, a ordem era outra. Aos poucos, os monstros foram ganhando menos espaço, mas ainda assim eram relevantes no mercado.

Isso levou para escanteio franquias como Digimon, Yu-Gi-Oh! e principalmente, Medabots, que possui um material interessante, mas pouco público. Como se não bastasse, a crítica especializada massacrou os jogos, e tanto eles quanto o anime ficaram apenas na lembrança junto de sua saudosa abertura: “Vai começar a cyberluta até cair! Não perca o controle e aos poucos, vamos subir!”

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