O dia em que a Marvel foi processada por causa do Mefisto
O dia em que a Marvel foi processada por causa do Mefisto
Editora foi processada por uma gangue de motociclistas!
Ao longo dos anos, a Marvel já teve que enfrentar diversos processos judiciais de todos os lados. Acusações de plágio se misturam com brechas em direitos autorais, e a editora já parou na justiça algumas vezes, embora tenha se livrado na maioria das ocasiões. Porém, um caso bem curioso envolve Mefisto, uma anti-heroína obscura e uma famosa gangue de motociclistas, o que rendeu um caso judicial bem curioso!
O ScreenRant recentemente publicou um artigo contando mais da história de Hell’s Angel, uma heroína que já até lutou ao lado dos X-Men. Seu nome significa, em tradução livre, “Anjo do Inferno“, e ela fazia parte da iniciativa da Marvel UK, que trazia roteiristas britânicos para contar histórias ambientadas no Reino Unido, aproximando o País da Rainha das publicações norte-americanas.
Seu nome oficial era Shevaun Haldane e ela foi marcada desde cedo pelo demônio Mefisto, já que testemunhou o vilão matando seu pai (que fazia parte de um culto que buscava imortalidade através de um pacto faustiano). Após ser aprisionada pelo demônio, Shevaun acabou tomando para si um pedaço do Tecido do Universo e virou a Hell’s Angel, uma heroína vingativa que possuía um traje cheio de poderes e habilidades, por ser constituído com a partir do que ela conquistou.
Acontece que a criação da heroína rendeu uma dor de cabeça para a Casa das Ideias quando, em 1992, a editora foi processada pela gangue de motociclistas Hell’s Angels, por infringirem os direitos autorais de seu nome. A gangue foi fundada em 1948 e perdura até hoje, conhecidos por pilotarem motos da Harley-Davidson e pelo desdém com as autoridades e participações em protestos.
Sem querer causar um auê por conta do processo, a Marvel chegou em um acordo com a gangue e optou por doar US$ 30 mil para a caridade, além de alterar o nome da personagem — que passou a se chamar Dark Angel, ou “Anjo Sombrio” em tradução livre. Porém, sem que soubessem, os editores acabariam sendo arrastados para outro processo por conta dessa mudança.
Na época, a Boneyard Press –– outra editora de quadrinhos, conhecida por seus trabalhos de horror e gore — também possuía uma HQ chamada Dark Angel. Isso acabou se tornando outro processo e a Marvel recebeu um ultimato: ou eles mudavam o nome da personagem uma segunda vez ou precisariam cancelar a revista dela. Percebendo a dor de cabeça que teriam com mais um rebranding e o baixo número de vendas da HQ, eles optaram pelo cancelamento.
Shevaun acabaria aparecendo em algumas revistas ao longo dos anos, incluindo obras do Homem de Ferro e até uma saga própria onde seu arco de histórias foi resolvido, mas nunca mais ganhou notoriedade ou um quadrinho solo — e levando em conta que a editora não quer mais receber processos de outras empresas de quadrinhos ou gangues de motociclistas, é bem pouco provável que ela ganhe isso um dia.
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