Mario + Rabbids: Sparks of Hope – Conversamos com a produtora sobre as novidades do game tático na BGS 2022
Mario + Rabbids: Sparks of Hope – Conversamos com a produtora sobre as novidades do game tático na BGS 2022
Testamos o próximo jogo do Mario e batemos papo com uma de suas desenvolvedoras
A Brasil Game Show 2022 vai ficar na memória como a maior edição da história e um grande destaque desse ano foi o estande da Nintendo. Dezenas de sucessos do Nintendo Switch estavam disponíveis para o público, mas o que mais despertou curiosidade foi o inédito Mario + Rabbids: Sparks of Hope. A convite da Ubisoft, conversamos com a produtora Cristina Nava para entender como esse jogo que mal foi lançado e já conquistou tanta gente.
Como é jogar Mario + Rabbids: Sparks of Hope?
Durante o evento, era possível testar aproximadamente meia hora da versão final do título, completamente legendado em Português do Brasil. O tempo foi o suficiente para atravessar os tutoriais que explicam didaticamente os principais sistemas da aventura, que retoma o foco em estratégia do antecessor, Kingdom Battle.
Entretanto, algumas mudanças foram feitas no gameplay para torná-lo mais intuitivo aos fãs de Super Mario Bros que não tem muito costume com gêneros táticos. “Estava entre nossos objetivos principais tornar esse gênero mais adequado ao grande público,” explica Cristina, produtora sênior da Ubisoft Milan.
“Nós começamos isso com Mario + Rabbids: Kingdom Battle, o jogo anterior, e agora com Sparks of Hope nós revolucionamos de novo as mecânicas de jogabilidade introduzindo movimentação em tempo real durante os turnos, permitindo que os jogadores se movam livremente em sua área, e também introduzimos personagens bonzinhos, os Sparks, que dão poderes adicionais aos heróis,” comenta.
Enquanto os Sparks não estavam disponíveis em nosso curto período com o game, a liberdade de movimentação muda completamente a maneira de encarar cada batalha. Ao invés de precisar planejar meticulosamente até mesmo onde posicionar seus personagens, andar livremente pelo campo, podendo refazer seus passos sem perder o turno, incentiva a experimentação de novas táticas e facilita a visualização para novos jogadores.
A mudança também se estende aos momentos de exploração, onde os próprios guerreiros do Reino do Cogumelo podem andar pelas belas paisagens do game, ao invés de apenas seguir um robô. Essa nova abordagem, além de agradar os novatos, também pretende atrair mais crianças ao título. Afinal, esse é o tipo de jogo onde todos são bem-vindos.
Para os pequenos também existem opções menos desafiadoras de dificuldade, como um modo especial comum em títulos recentes do Mario. “Nós temos um modo de invencibilidade, em que você se preocupa com a história e a gente se preocupa com todo o resto,” revela Cristina. E o mesmo cuidado em garantir uma experiência divertida foi estendido aos veteranos.
“Os jogadores hardcore, aqueles que realmente adoram o gênero tático, vão encontrar muito [conteúdo pensado] para seu gosto,” garante, “O jogo tem muitas camadas. Então você pode encará-lo de um jeito mais leve, mas se você quiser um desafio, nós vamos te dar um desafio.” E para isso, será possível ajustar elementos de dificuldade individualmente, para deixar a experiência do seu jeito.
Como Super Mario Galaxy influencia Sparks of Hope?
Inimigos mais resistentes, chances de acerto mais severas… Tudo pode ser adaptado aos gostos do jogador e isso é reflexo da principal diferença entre Sparks of Hope e seu antecessor que, para Cristina, é a mudança de atitude do time de desenvolvimento.
“Em Kingdom Battle, nós fizemos uma aposta. Nós não sabíamos se ia funcionar,” conta, “[Na sequência,] a gente sabia que não poderia surpreender os jogadores com a mistura dos Rabbids com Nintendo, porque a gente já tinha feito isso antes, então a gente queria fazer uma história ainda mais empolgante. Então a história tem mais camadas e é mais ambiciosa, porque estamos indo para o espaço.”
A demonstração da BGS 2022 acabou assim que essa história começou a se expandir ainda mais, sem perder o humor e a irreverência típica da série. A turma decide investigar o que aconteceu com Rosalina, o que só comprova o comprometimento em aproveitar tudo que há de mais rico na mitologia da franquia Super Mario.
Afinal, a Princesa Rosalina é uma das personagens mais completas desse universo, com uma rica história de origem que a coloca no centro do núcleo galáctico de Super Mario. “Trocando ideias com a equipe de narrativa, nós decidimos que, ‘ok, no jogo anterior a gente bagunçou o Reino dos Cogumelos. Agora estamos no mesmo universo, porque ainda é o universo Mario + Rabbids… Para onde deveríamos ir? Vamos pro espaço.’”
Assim que o elemento sideral foi escolhido, as referências à saga Super Mario Galaxy começaram a surgir naturalmente. “Claro que não é o próximo Super Mario Galaxy,” brinca, fazendo alusão ao ilusório Super Mario Galaxy 3 que nunca foi lançado, “Ainda é Mario + Rabbids, mas temos galáxias nele.”
Como foram escolhidos os heróis e os novos Rabbids?
A temática também influenciou na escolha do elenco, que conta com algumas adições interessantes nesta edição, como a versão inversa da princesinha do espaço. “Rabbid Rosalina cativou [a equipe], pouco a pouco. Sua personalidade tão cansada, tão incomodada, que não parece querer interagir, mas na hora que ela decide agir, é super poderosa.”
A criação de novas versões Rabbids de clássicos da Nintendo é um dos grandes atrativos dessa colaboração, que surpreendeu no primeiro título com a estreia da metida Rabbid Peach. Segundo Cristina, há uma grande liberdade na hora de imaginar como essas versões deveriam ser, por parte da Nintendo, uma vez que a Ubisoft “tem uma relação muito forte de confiança mútua, com eles.”
“Nós queremos fazer jus aos personagens da Nintendo,” garante a produtora, “E também os Rabbids, a maioria deles, são as contrapartes dos personagens da Nintendo. Claro que, como isso é uma parceria, a Nintendo supervisiona todo o processo.”
A única personagem completamente original no novo elenco é Edge, a nova Rabbid com um estilo punk cativante e um passado um tanto enigmático. “Queríamos outra personagem feminina forte,” explica, “A gente queria alguém que fosse misteriosa no começo e também bem poderosa. Uma personagem que fosse uma surpresa, não só para os jogadores, mas para os próprios heróis também. Porque no começo eles estão bem surpresos ao vê-la aparecer.”
Edge tem suas próprias motivações para querer ajudar os mocinhos, assim como o grande Rei dos Koopas, Bowser, que é um aliado jogável nesse jogo. “Ele não está muito feliz de se aliar com o Mario, mas como Malumbra está controlando a mente de seus capangas… Bowser quer eles de volta e se isso significa se alinhar com Mario e seus amigos, que seja,” comenta.
O vilão esteve nos planos da equipe desde o começo e foi uma grande demanda dos fãs de Kingdom Battle. A equipe queria ver quais interações hilárias poderiam surgir de ter o vilão entre os mocinhos. Mas nem sempre o processo de escolha de quais heróis da Nintendo participariam da história foi tão simples e direto.
“É sempre uma questão de troca de ideias… É uma escolha que vem com o andamento do desenvolvimento. Não é como se você sentasse na cadeira e dissesse ‘Ok, eu quero isso’. Às vezes você vai por outros caminhos e descobre que, talvez, seja melhor um personagem no lugar de outro,” pontua.
Um personagem que acabou sendo cortado do enredo principal foi o clássico Rayman, antigo mascote da Ubisoft. Foi em seus jogos que os Rabbids surgiram pela primeira vez, então tê-lo neste crossover é um retorno às origens que o time está bastante animado em desenvolver na primeira expansão de Sparks of Hope.
“A gente não quer dar muitas dicas, mas Rayman vai ser um personagem jogável. Nós somos fãs do Rayman desde o começo, porque muitos de nossos amigos desenvolvedores trabalharam nos jogos do Rayman, então ter Rayman em uma DLC com uma história dedicada vai ser incrível pra gente,” declara Cristina.
Além de Rayman, podemos esperar novas histórias e novos modos de gameplay para o futuro. Entretanto, não é muito provável que role a adição de novos personagens. O futuro da franquia parece brilhante, com o jogo recebendo notas incríveis da crítica especializada. E você já pode viver essa história insana em sua própria casa.
Mario + Rabbids: Sparks of Hope chega ao Nintendo Switch hoje, dia 20 de outubro.
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