Lisa Kudrow, a Phoebe, defende a falta de diversidade de Friends

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Lisa Kudrow, a Phoebe, defende a falta de diversidade de Friends

Por Junno Sena

Quase vinte anos depois do fim de Friends, a série ainda levanta discussões sobre diversidade e representatividade. Após Martha Kauffman, co-criadora da série, revelar que estava constrangida com a falta de representatividade da série, Lisa Kudrow, que interpretava Phoebe Buffay, comentou que não era função dos criadores “escrever histórias sobre as experiências de ser uma pessoa de cor”.

Em entrevista para a The Daily Beast, Kudrow defendeu a falta de diversidade de Friends. De acordo com a atriz, os autores estavam apenas “escrevendo sobre o que sabiam” e que, a verdadeira questão em relação a série é onde estavam as pessoas de cor da equipe.

“Bom, eu sinto que era uma série criada por duas pessoas que frequentaram a Universidade Brandeis e escreveram sobre a vida delas após a faculdade. E principalmente para séries, quando se trata de uma comédia focada em personagens, você escreve sobre o que sabe. Eles não deveriam escrever histórias sobre as experiências de ser uma pessoa de cor. Acho que naquele tempo, o grande problema que eu via era: ‘Onde estavam os aprendizes?'”, explicou a atriz.

Charlie foi a única personagem negra com destaque em Friends

Friends é apenas uma das produções dos anos 80 e 90 que tem sido reavaliada pela sua falta de diversidade. Mesmo que Kauffman aponte sua experiência de roteirista como “difícil e frustrante” e Kudrow diga que faltava diversidade na produção de Friends em um geral, a verdade é que não houve grande mudanças desde então.

How I Met Your Mother (Como Eu Conheci Sua Mãe no Brasil) de 2005, por exemplo, se debruçava sobre os mesmos problemas. Enquanto Friends teve apenas um personagem negro de destaque — Charlie Wheeler interpretada por Aisha Tyler —, How I Met Your Mother ainda chegou a ser acusada de yellowface, prática de usar maquiagem para fazer atores brancos parecidos com o povo leste asiático.

Felizmente, mais diretores e roteiristas negros e amarelos tem recebido espaço na cultura pop. Entre Moonlight: Sob a Luz do Luar ganhando o Oscar de Melhor Filme em 2017 e Parasita, o de 2020, algumas mudanças tem sido feitas, mas pequenas em comparação a totalidade da indústria do entretenimento.

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