Jason Aaron, quadrinista da Marvel, pede desculpas após polêmica envolvendo nome de personagem em HQ

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Jason Aaron, quadrinista da Marvel, pede desculpas após polêmica envolvendo nome de personagem em HQ

Por Leo Gravena

O escritor Jason Aaron divulgou um pedido de desculpas após uma adição controversa na revista Rei Conan, da Marvel. Na nova edição da HQ uma personagem chamada “Princesa Matoaka” foi introduzida na trama, o problema é que muitos, principalmente nativo-americanos, não gostaram e ficaram ofendidos pelo fato do nome de uma importante figura histórica nativo-americana, comumente conhecida como Pocahontas, ter sido utilizado em uma personagem indígena hipersexualizada.

Em uma declaração, Aaron disse que a decisão de dar o nome de uma figura real, que foi sequestrada por colonizadores europeus, para a personagem foi “imprudente” e confirmou que o nome e aparência da personagem serão alterados.

Princesa Matoaka em King Conan #3

Na história de King Conan #3, escrita por Jason Aaron e com arte de Mahmud Asrar, a Princesa Motoaka é introduzida e, além de ter o mesmo nome de uma importante figura histórica, a personagem dos quadrinhos possui um romance tórrido com um invasor de outras terras, fazendo com que muitos leitores acreditassem que a trama e a personagem fossem uma referência desrespeitosa. Além da trama, as vestimentas da Princesa, que consistem de minúsculas peças de roupas, também foram criticadas pela representação da figura da mulher indígena como algo exótico e um objeto sexual. A combinação do visual, com a história e o nome fizeram com que muitos leitores, principalmente os nativo-americanos, ficassem bastante ofendidos com a representação e conteúdo da HQ.

Em uma declaração (via ScreenRant), Jason Aaron pediu desculpas e tomou responsabilidade total, afirmando que a aparência e o nome da personagem serão alterados nas próximas edição, reimpressões e lançamentos digitais. O novo nome ainda não foi revelado. Confira abaixo a declaração de Aaron:

“Em KING CONAN #3 eu fiz a imprudente decisão de dar a uma personagem o nome de Matoaka, um nome mais associado com a figura nativo-americana real, Pocahontas. Essa nova personagem é uma princesa sobrenatural, com mais de mil anos, de uma ilha amaldiçoada dentro de um mundo fictício de fantasia sombria e nunca deveria ter sido baseada em uma pessoa histórica. Eu deveria ter compreendido melhor o verdadeiro significado do nome e como ele ressoaria e seria compreendido, que não era apropriado usá-lo. Eu entendo o ultraje expressado por aqueles que mantém o legado da verdadeira Matoaka, e por toda a angústia que causei, pelo perdão. Como parte desse pedido de desculpas, peguei o que me foi pago por essa edição e doei para o Centro de Recursos Nacional da Mulher Indígena. O nome da personagem e sua aparência serão ajustados pelo resto da minissérie e em todas as edições colecionáveis e digitais”.

Personagem possui um romance com um “explorador” de terras distantes.

Essa não é a primeira polêmica envolvendo Aaron e a população nativo-americana. Sua série da Vertigo, chamada “Scalped” foi bastante criticada pelos anos em que foi publicada, de 2007 até 2012, devido ao título da HQ, além de trazer representações imprecisas da vida em uma reserva indígena.