A historia real da doença do sono que inspirou Sandman

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A historia real da doença do sono que inspirou Sandman

Por Junno Sena

Mesmo com os eventos fictícios presentes em Sandman sendo amarrados a eventos e reais, como a Segunda Guerra Mundial, a verdade é que pouco, ou quase nada, do que está presente na série e quadrinho é crível. Porém, uma das tramas mais surreais da história de Neil Gaiman, a “doença do sono”, foi inspirada em um caso real.

Descoberta por Constantin von Economo, a encefalite letárgica ou doença do sono se espalhou pelo mundo entre 1915 e 1926, principalmente na Europa e na América do Norte. Com cerca de um milhão de pessoas afetadas por essa doença, a origem da epidemia nunca foi descoberta.

Calcula-se que metade das pessoas infectadas faleceram por conta dos sintomas que incluíam: letargia, sonolência incontrolável, tremores similares ao mal de Parkinson, além de sintomas comuns da gripe.

Em 1973, o autor Oliver Sacks decidiu investigar a doença em seu livro Awakenings (Despertos, em tradução literal). E, anos mais tarde, Robin Williams protagonizou Tempo de Despertar (1990), que contava a história do livro de forma ficcional.

Sonho foi aprisionado por 108 anos por Roderick Burgess. (Reprodução: Netflix)

Enquanto não sabemos a causa real da encefalite letárgica, em Sandman, a doença acometeu a população após Sonho ser aprisionado por Roderick Burgess. A lógica seria que, sem o gerenciamento do Perpétuo do Reino do Sonhar, alguns humanos se “perderam” em seus sonhos, sendo incapazes de retornar a seus corpos.

A única certeza que temos em relação a doença é que ela terminou em 1927 sem motivo aparente. Porém, diferente da personagem de Sandman Unity Kincaid, poucos conseguiram seguir com uma vida normal após despertarem.

Alguns melhoraram bastante após tratamento, mas a cura milagrosa durou pouco e acabaram morrendo. Já boa parte dos pacientes retornaram para um estado catatônico por dias ou até semanas.

Desde 1927, casos raros de encefalite letárgica foram registrados. Alguns médicos especulam que a causa de poucos casos novos seja pelo vírus estar adormecido.

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