Ghostwire: Tokyo — Primeiras impressões do novo exclusivo de PlayStation 5

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Ghostwire: Tokyo — Primeiras impressões do novo exclusivo de PlayStation 5

Por Gabriel Mattos

Pode ter virado um meme de tão batida, mas a frase “tradição e modernidade convivem harmonicamente no país do Sol Nascente” resume bem a experiência Ghostwire: Tokyo. O novo jogo da Bethesda, que chega esta semana exclusivamente ao PlayStation 5 e PC, não tenta criar nada muito revolucionário, apostando em fórmulas tradicionais do mundo dos games, mas apresenta de uma maneira tão caprichada que é impossível não se apaixonar com esse clássico moderno.

Foi só ligar o videogame que eu me vi completamente sugado por este título, que conquista na simplicidade. Passei o último final de semana imerso nesta Tóquio sobrenatural e, apesar de não ser tempo o suficiente para ter uma opinião definitiva, já deu para construir minhas primeiras impressões de Ghostwire: Tokyo.

Então prepare um selo de proteção, onii-san, e mergulhe comigo nesta jornada espiritual!

Tóquio continua cheia de vida, mesmo vazia

A primeira coisa que chama atenção é o ritmo da narrativa. Sem rodeios, a trama começa cheia de mistérios e não perde tempo tentando justificar seus acontecimentos esquisitos. Todo mundo começou a desaparecer e o protagonista só sobreviveu porque foi possuído por um espírito — isso é tudo que você precisa saber a princípio e o resto vai sendo explorado conforme o jogo progride, de maneira bem orgânica.

Para sobreviver a este novo normal, Akito vai precisar aprender a conviver com esta entidade misteriosa, o investigador KK, que tem uma quantidade suspeita de conhecimento sobre o que este incidente sobrenatural. E é exatamente a dinâmica entre os dois que cativa, graças a um nível de química capaz de rivalizar com as maiores duplas humano-possessão da cultura pop, como Venom e Eddie Brock ou Yuji e Sukuna.

É graças a KK que Akito consegue canalizar poderes místicos para enfrentar as forças sobrenaturais, conhecidas aqui como Tecelagem Mágica. De longe o ponto mais atrativo em todos os trailers e vídeos de gameplay, por lembrar bastante a magia do Doutor Estranho, o sistema de magia acaba sendo meio broxante quando fica claro que não passa de uma skin mística para um jogo de tiro em primeira pessoa.

Combate empolga, mas não revoluciona

Assim como em Call of Duty ou Wolfenstein, os inimigos são derrotados com uma certa quantidade de tiros ou um golpe furtivo, caso você seja adepto de soluções stealth. A única diferença é que, ao invés de usar uma escopeta, Akito dá preferência para magia de fogo. Não me leve a mal, é uma experiência de combate super sofisticada e que dá gosto de jogar, mas não deixa de ser apenas mais um jogo de tiro em primeira pessoa (FPS).

Mas a força de Ghostwire: Tokyo está exatamente nisso. Este não é um jogo que tenta reinventar a roda. Pelo contrário, o esforço que ele economiza implementando mecânicas clássicas de maneira eficiente e elegante, ele gasta investindo no que realmente é seu grande trunfo: sua inigualável personalidade.

Tudo na apresentação deste jogo foi pensado para realçar o lado mágico da cultura japonesa. O capricho do Tango Gameworks em reproduzir cada cantinho de Tóquio é palpável. Mesmo sem habitantes, a cidade exala vida na sua eterna escuridão. E os cenários urbanos cheio de luzes caminha lado a lado das áreas mais tradicionais, em que Toris corrompidos aguardam pacientemente para serem descobertos.

Ambientação cheia de personalidade é o grande charme de Ghostwire: Tokyo

O aspecto sobrenatural é uma tradução bastante direta das lendas urbanas que sobrevivem na cultura japonesa há milênios, apresentando com o devido respeito versões modernas e realistas de yokais clássicos que parecem uma adaptação live-action do imaginário oriental. No tempo que eu tive com o jogo, algumas dessas criaturas foram apresentadas em missões secundárias inspiradas diretamente nos contos antigos.

Até onde eu joguei, Ghostwire: Tokyo parece ser bastante promissor. Principalmente com a dublagem original, em japonês, ele consegue atingir aquele ponto de escapismo ideal dos animes que nos transporta para um mundo cheio de possibilidades. A ação é bem empolgante, mas quem estava esperando um título de terror vai acabar se decepcionando um pouco.

O fato de que eu gostei bastante do que vi é argumento o suficiente para dizer que não tem nada de assustador no título. Eu corro de tudo que é “de terror”, mas Ghostwire: Tokyo me dá vontade de mergulhar de cabeça para descobrir onde a mitologia do jogo vai dar. Caminhar pelas ruas vazias de Tóquio não é assustador. Pelo contrário, traz uma serenidade e uma paz de espírito muito grande. Talvez por isso as sequências de ação funcionem tão bem — é um equilíbrio bem reconfortante, como tradição e modernidade.

Início do game não traz muita variedade de adversários, ou desafio.

Ghostwire: Tokyo chega ao PlayStation 5 e PC no dia 25 de março. Fique ligado que a análise completa pela Legião vai sair em breve.

Até lá, fique com: