Fãs planejam boicote contra Disney devido à projeto de lei polêmico nos Estados Unidos
Fãs planejam boicote contra Disney devido à projeto de lei polêmico nos Estados Unidos
Empresa financiou todos os políticos que apoiaram lei discriminatória na Flórida
Apesar de se posicionar pró-LGBTQIA+, a Walt Disney Company se envolveu em uma polêmica nos Estados Unidos ao emergir detalhes de que a empresa doou dinheiro para financiar políticos que apoiam a recente lei discriminatória popularmente conhecida como “Don’t Say Gay”, que avança por vários estados do país (via CBR).
Uma tendência conservadora em todo o mundo, a lei discriminatória tem como objetivo banir qualquer tipo de discussão sobre gênero e sexualidade nas escolas estadunidenses. Ainda mais intrusivo e discriminatório é que a lei obriga professores a informar os pais sobre crianças que suspeitam ser LGBTQIA+, o que foi apontado como uma abordagem insensível e bastante perigosa. No estado da Flórida, onde a Disney é sediada e atua fortemente com seus vários parques de diversão, a lei já foi aprovada pelo governo de lá.
Após a descoberta de que a empresa apoia políticos que ajudaram a avançar a lei, muitos passaram a repudiar os atos. Dana Terrace, criadora do desenho A Casa da Coruja (que foi cancelado pelo Disney Channel por “não se encaixar na marca Disney”, decisão questionável visto que o desenho tem um casal sáfico como protagonistas), postou um vídeo no Twitter reclamando do comunicado interno enviado pelo CEO Bob Chapek, que afirmava que a empresa não pretende mudar suas práticas, e que acredita que o melhor jeito de reforçar a inclusão é através das obras que cria.
Terrace deixou claro seu desgosto pelo posicionamento da empresa, e se juntou com um grupo de artistas queer para uma série de livestreams para arrecadar dinheiro para organizações de caridade pró-LGBTQIA+:
I’m fucking tired of making Disney look good so WHO’S READY FOR ANOTHER ✨CHARITY LIVESTREAM✨ MARCH 13th!!!
More details to come. ️ #dontsaygay #disneydobetter pic.twitter.com/1MtumvjfB0
— Dana Terrace (@DanaTerrace) March 7, 2022
Já outros fãs passaram a pedir por um boicote e questionar a hipocrisia das campanhas de inclusão e representatividade da empresa:
It’s called rainbow capitalism and while they love the gay dollar, the buck stops there. #BoycottDisney pic.twitter.com/GMmkhKyiff
— ℕ ℍ ℝℕ (@darkblue1012) March 8, 2022
“Se chama capitalismo colorido. Eles amam dinheiro gay mas acaba por aí”, reclamou um.
I am a huge @Disney fan with an annual pass to @Disneyland etc but I am officially team #BoycottDisney after learning that they funded every single politician who voted for the “don’t say gay” bill in FL. They profit off fake pride while destroying our lives behind the scenes. pic.twitter.com/n9LGVv18zS
— Dr. Jasmine Plows (@JasminePlows) March 1, 2022
“Sou grande fã da Disney, com um passe anual para Disneyland e tudo, mas sou oficialmente do time do boicote após descobrir que eles financiaram cada um dos políticos que votaram a favor da lei ‘Don’t Say Gay’ na Flórida. Eles lucram com representatividade falsa enquanto destroem nossas vidas nos bastidores”, afirmou outra.
Por conta de pedidos assim, a hashtag #BoycottDisney subiu aos Trending Topics do Twitter. Até o momento, o único posicionamento da empresa foi o comunicado citado por Dana Terrace, em que o CEO Bob Chapek dá a entender que a empresa não pretende mudar, apenas compensar com obras mais inclusivas.