Elvis: O que é fato e o que é ficção na cinebiografia de Elvis Presley
Elvis: O que é fato e o que é ficção na cinebiografia de Elvis Presley
Entenda o que aconteceu na vida real e o que é ficção!
Elvis chegou aos cinemas brasileiros recentemente para apresentar ao público a cinebiografia do cantor Elvis Presley, considerado por muitos como o Rei do Rock. E para interpretar o músico nas telonas o diretor Baz Luhrmann contou com a performance do ator Austin Butler, que até chegou a realmente cantar no longa.
Mas, sendo um filme biográfico, será que tudo que está na produção aconteceu na vida real ou a liberdade criativa falou mais alto? Vem com a gente que nós vamos te contar o que é fato e o que é ficção em Elvis!
Elvis e B. B. King realmente eram amigos próximos?
A amizade entre Elvis e o músico B. B. King, que é interpretado pelo ator Kelvin Harrison Jr. no filme, é um dos destaques do longa. Mas será que isso de fato aconteceu na vida real? A resposta mais simples é não.
Enquanto, no filme, Elvis e King aproveitam a juventude para curtir a vida e o astro do rock até mesmo chega a pedir conselhos ao grande cantor de blues, a vida real foi bem diferente disso tudo. Isso porque, de acordo com Alanna Nash, autora de diversas obras relacionadas à vida de Presley, o que a torna praticamente uma expert no assunto, os dois cantores “eram apenas conhecidos, mas não amigos próximos” (via USA Today).
Os músicos participavam dos mesmos círculos sociais e devem ter se esbarrado em certos momentos pelo Sun Studio, mas não passou disso. Não há registros de uma possível grande amizade entre os dois, o que significa que o filme de Luhrmann tomou algumas liberdades criativas para contar a história de sucesso de Elvis Presley.
Elvis demitiu o empresário Tom Parker durante um show?
Um dos momentos mais intensos de Elvis é quando o músico demite Tom Parker (Tom Hanks), seu empresário, durante um show em Las Vegas. Na cena, o cantor, que já está esgotado de todo o abuso financeiro de Parker, explode contra o Coronel ainda em cima do palco, onde ele grita e o humilha na frente de todo mundo ao acusá-lo de usar o cantor apenas para pagar suas dívidas de jogo.
Embora a relação entre Parker e Presley realmente não tenha ido às mil maravilhas, a cena em questão nunca aconteceu na vida real. Elvis não demitiu seu empresário em cima de um palco, mas a sequência pode ter sido inspirada em um incidente que de fato ocorreu na trajetória do músico. Ainda segundo a especialista Alanna Nash, em 1974, Elvis atacou verbalmente Barron Hilton, dono do hotel Hilton, quando subiu no palco para performar.
O motivo para essa explosão foi porque Barron tinha demitido um funcionário depois que o cantor visitou sua esposa que estava morrendo de câncer. A ação ia contra a política do estabelecimento, que não permitia o contato de funcionários com artistas hospedados.
Nesta mesma noite (e fora dos palcos), o empresário de Elvis discutiu com o cantor por causa do ocorrido, levando-o a ser demitido. Entretanto, a parceria logo seria retomada algum tempo depois.
Priscilla Presley deixou Elvis por causa de seu vício em medicamentos?
De certa forma, sim, essa realidade impactou a decisão. Mas Priscilla Presley, o grande amor da vida de Elvis, que é interpretada pela atriz Olivia DeJonge no filme, não deixou o músico apenas por causa do vício em medicamentos que ele estava enfrentando na época. O que mais pesou na decisão foi a infidelidade do cantor.
Na cinebiografia, Priscilla anuncia a Presley que está se separando dele porque não aguenta mais lidar com seu comportamento em relação às drogas. Embora isso também tenha marcado pontos a favor da separação, a esposa de Elvis, na vida real, já declarou que as frequentes traições do marido foram as grandes responsáveis pelo divórcio (via Collider).
Priscilla Presley tentou enviar o cantor para a reabilitação?
Mesmo após a separação, Elvis e Priscilla seguiram com uma relação amigável, especialmente por causa da filha. Em um dos momentos do filme, a então ex-esposa do cantor tenta convencê-lo a ir à reabilitação para se livrar de seu vício, algo que o músico recusa.
Já na vida real, isso nunca aconteceu. Priscilla não fez planos para levar seu ex-marido para a reabilitação. De acordo com o livro Elvis by the Presleys, ela não chegou a fazer uma intervenção porque sabia que ele apenas riria e não aceitaria. Em sua resposta, Priscilla disse que “as pessoas que perguntam isso não conhecem Elvis” e que “não há ninguém, a não ser seu pai [o de Elvis] que poderia conseguir esse feito” (via USA Today).
Elvis Presley realmente serviu ao exército dos Estados Unidos?
Sim, Elvis Presley realmente serviu ao exército dos Estados Unidos por dois anos, mas não de um jeito convencional. Tudo não passou de uma ação publicitária do empresário do cantor para que ele se tornasse mais “amigável” aos olhos de uma parcela conservadora da sociedade que não aprovava as apresentações provocantes de Elvis.
Ainda segundo a especialista Alanna Nash, ao apresentá-lo com uma imagem de soldado norte-americano, Parker queria que Presley assumisse a fachada de queridinho da América e conquistasse o coração dos resistentes.
Já no filme, o empresário negocia uma vaga para Elvis no exército para evitar que o músico seja preso por suas “indecências” nas apresentações. O motivo é diferente, mas as circunstâncias realmente aconteceram na vida real.
Elvis foi preso por seus movimentos provocantes nas apresentações?
Falando na reputação de Elvis Presley, quem conhece um pouco da jornada do cantor sabe que ele impactou sua geração especialmente por causa de suas apresentações provocantes. O molejo do cantor era tanto que os movimentos que ele fazia em cima do palco eram considerados por muitos como indecentes ou sensuais demais para a época.
Mas, afinal, ele chegou a ser preso por isso? A resposta é não, mas Elvis de fato teve alguns problemas com a polícia por mexer seus quadris nos palcos. Em 1956, um juiz da corte da Flórida (EUA) ameaçou o cantor antes de um show, ordenando que ele pegasse leve em sua apresentação naquele dia (via EW).
Enquanto no filme Presley ignora as ameaças e segue seu ato normalmente, o que acaba com suas mãos presas em algemas, na vida real foi diferente. Com a polícia vigiando o cantor, o único movimento que ele fez no palco foi com seu dedo mindinho, zombando dos oficiais.
O empresário Tom Parker realmente vivia de forma ilegal nos EUA?
Sim. Nascido como Andreas Cornelis van Kuijk, na Holanda, Tom Parker foi aos Estados Unidos quando tinha 20 anos de idade sem qualquer tipo de documentação. Assim, para esconder sua verdadeira identidade e as circunstâncias em que ele se encontrava, o futuro empresário de Elvis mudou de nome e assumiu um sotaque sulista para passar despercebido (via The Wrap).
Como dito anteriormente, quem dá vida ao Coronel na cinebiografia é Tom Hanks, um dos atores mais queridos de Hollywood. Retratado como um vilão no longa, o empresário de fato foi uma figura bastante controversa na vida real, principalmente por causa de seu comportamento manipulador e obsessivo ao lidar com a carreira de Elvis Presley.
Além disso, Parker também tinha problemas com jogos de azar e impedia o cantor de performar no exterior, levando-o a fechar projetos que iam contra ao que Presley queria fazer (via Screen Rant).
Elvis está em cartaz nos cinemas brasileiros.
Aproveite para conhecer mais sobre Austin Butler, o ator que vive Elvis Presley na cinebiografia: