Bob Chapek, CEO da Disney, pode perder emprego após polêmicas anti-LGBTQIA+
Bob Chapek, CEO da Disney, pode perder emprego após polêmicas anti-LGBTQIA+
Em meio ao caos, funcionários especulam que Chapek pode perder o cargo
O status quo da Disney parece estar próximo de mudar. Desde as polêmicas da empresa devido ao projeto de lei anti-LGBTQIA+, popularmente conhecido como Don’t Say Gay, o CEO da Disney, Bob Chapek, tem enfrentado uma revolta interna de seus funcionários e externa com seu público. Apenas em seu segundo ano no cargo, fontes internas sugerem que podem demitir Chapek devido a falta de sensibilidade que demonstrou ao tentar resolver o assunto (via The Hollywood Reporter).
E isso por si só é uma novidade na história da Disney, uma vez que, além de Chapek, a empresa teve apenas dois CEOs: Michael Eisner, que se manteve no cargo de 1984 até 2005 e Bob Iger, de 2005 a 2020.
Com a possibilidade de ser o CEO com o mais curto tempo de trabalho da história da empresa, funcionários ainda tem mostrado o seu descontentamento. Por exemplo, um desenho foi colocado na porta da sala de produção de Os Simpsons. Nele, Chapek estava na sessão “In Memoriam” do Oscar, sugerindo que ele já está morto, e levando a empresa consigo.
Aparentemente, os bastidores da empresa estão em puro caos. De acordo com uma das fontes internas do THR, um dos maiores eventos da empresa foi adiado, enquanto Chapek manteve reuniões com investidores por dois dias.
“Esses eventos são como corridas políticas, coroações, acampamentos esportivos e formaturas, tudo ao mesmo tempo”, explicou. “O adiamento não é fatal para a carreira de Chapek, mas é bem sério e desestabilizador”.
Disney e Don’t Say Gay
Todo o caos teve início com a posição do CEO diante da notícia de que a Walt Disney Company doou dinheiro para financiar políticos que apoiam a lei discriminatória, Don’t Say Gay. No caso, a atitude de Chapek foi não tomar posição alguma sobre, criando desconforto entre funcionários e público. E, impulsionada por acusações de boicote a cenas LGBTQIA+ nos filmes de seus estúdios, a polêmica apenas perdurou.
Mas, esse movimento não é necessariamente algo novo na carreira de Chapek. De acordo com funcionários, ele é do tipo que sempre tenta estar por cima, sendo o líder que mais fala do que escuta.
“É engraçado como tantas pessoas viraram para mim e disseram: ‘É uma confusão, mas não estou surpreso’. E essa é a parte que é difícil de se recuperar”.
Essa recuperação pode incluir a saída de Chapek do cargo, mas, para isso, o conselho da Disney, formado por 11 membros, precisa entrar em um consenso sobre o assunto. Entre alguns burburinhos, há o receio de que alguns não se sintam confortáveis em tomar o lugar de Chapek, até a dúvida se existe alguém com formação para tomar o cargo.
Porém, o atraso em se colocar contra a lei da Flórida, além de sua postura sugerir que nada do que podiam fazer impediria o governo do estado que financiavam, mancharam a imagem da empresa.
“Eles tem alguns CEOs que eu acho que sabem quando alguém é um problema. Uma das cadeiras do conselho é gay”, explicou um dos funcionários, se referindo a Susan Arnold, que é abertamente gay.
Agora, Chapek parece estar em meio a fogo cruzado. De um lado, o estado da Flórida não está satisfeito com a Disney após as últimas alegações, fazendo com que conservadores olhem para a empresa com maus olhos. Do outro, o público geral e LGBTQIA+, além dos funcionários que tornam os filmes e séries possíveis, estão desconfortáveis com Chapek no cargo. Como disse uma das fontes: a Disney “conseguiu chatear os dois lados”.
O problema de mantê-lo é que, mesmo que consiga reverter a situação e mostrar movimentos pró-LGBTQIA+, a fama de Chapek vai manter o público desconfiado da Disney — uma situação que não é ideal para nenhuma empresa.
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