Cauã Reymond critica ocupação de filmes da Marvel nas salas de cinema do país
Cauã Reymond critica ocupação de filmes da Marvel nas salas de cinema do país
Filmes nacionais estão perdendo espaço.
Não é um exagero afirmar que a Marvel Studios dominou os cinemas. Cada novo lançamento da empresa chega a ocupar 90% das salas de exibição por todo o país, o que vem prejudicando a performance do cinema nacional. Em entrevista ao programa Mais Você, Cauã Reymond desabafou sobre os prejuízos que esta prática traz à cultura brasileira.
O ator global foi ao programa para divulgar seu mais novo filme A Viagem de Pedro, que promete desmistificar a imagem heróica de Dom Pedro I. Além de protagonizar a história, Reymond também atua como produtor e explica a ansiedade gerada pelo cenário atual.
“A gente fica sensível,” confessa, “A gente sabe que o momento da cultura brasileira, e principalmente do cinema brasileiro, é um momento delicado. Eu não tenho nada contra esses grandes filmes da Marvel, que são um ótimo entretenimento e tal. De vez em quando até passam mensagens interessantes, mas a gente sabe que eles tomam as nossas salas de cinema a ponto dos nossos filmes… Se eles não performam bem, eles saem da sala de cinema e dão lugar a outro filme.”
O modelo atual se assemelha bastante a práticas duramente criticadas das plataformas de streaming. Assim como séries incríveis são canceladas caso não haja uma resposta imediata do público, filmes nacionais são retirados dos cinemas caso não vendam bem próximo a estreia. Nos últimos meses, os filmes nacionais precisaram lotar salas de cinema logo na primeira semana para garantir que sejam exibidos por mais tempo, como diz Cauã.
“Às vezes a gente fica uma semana, duas semanas para um trabalho de nove anos,” criticou o produtor, “Então a gente fica um pouco ansioso, ao mesmo tempo com pé no chão.”
Outro longa nacional que sofreu bastante com essa prática foi Medida Provisória, dirigido por Lázaro Ramos. Antes da estreia, o elenco e os produtores do filme começaram uma campanha para que o público prestigiasse o projeto na primeira semana. E só depois da comoção pública que o longa chegou a mais salas por todo o Brasil.
Mesmo com dificuldades, o cinema nacional ainda prospera, produzindo filmes criativos como 45 do Segundo Tempo e O Velho Fusca. Mas para que nossas histórias continuem sendo contadas, as salas de cinema precisam voltar a dar um espaço maior ao cinema nacional.
A Viagem de Pedro estreia dia 1º de setembro nas grandes capitais.
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