Por que a Warner Bros. não está enfrentando os mesmos problemas legais que a Disney devido ao streaming?
Por que a Warner Bros. não está enfrentando os mesmos problemas legais que a Disney devido ao streaming?
As duas empresas adotaram estratégias parecidas, mas uma não está sofrendo consequências legais. Por quê?
Em tempos de pandemia, Hollywood precisou se reorganizar para contornar o fechamento das salas de cinema. Foi assim que vários estúdios começaram a lançar seus filmes direto em VOD ou streaming, para evitar que esses conteúdos ficassem “encalhados”. Em alguns casos, tivemos também o lançamento simultâneo – que é quando o filme em questão é lançado tanto nas salas de cinema quanto no streaming ao mesmo tempo… e isso acabou dando um baita problema para a Disney.
Em 2021, a Disney decidiu lançar Viúva Negra, o primeiro filme do Universo Cinematográfico da Marvel após cerca de dois anos sem novos lançamentos no cinema. Para isso, o longa foi tanto para os cinemas quanto para o Premiere Access, o modo de acesso pago localizado dentro do Disney+. Após perder muito dinheiro que ganharia caso o filme tivesse sido lançado nos cinemas, a estrela do longa, Scarlett Johansson, decidiu processar a Disney por quebra de contrato.
A questão é a seguinte: no final do ano passado, a Warner também anunciou que iria lançar boa parte de seus filmes de 2020-2021 no formato híbrido, já que nos Estados Unidos eles saem simultaneamente nos cinemas e no HBO Max. Mas até agora, o estúdio não foi processado por nenhum artista ou diretor – mesmo que não faltem exemplos de pessoas que ficaram insatisfeitas com esse modelo de divulgação. Afinal de contas, por que isso só aconteceu com a Disney?
De acordo com o Los Angeles Times, a Warner não deu bobeira antes de anunciar o lançamento híbrido de mais de dez filmes em seu catálogo. Antes mesmo do anúncio, eles revisaram os contratos de todas as produções, para que não houvesse uma brecha aparente para que pudessem atacá-la legalmente. Além disso, os artistas foram compensados pelas perdas, caso contassem com o recebimento do bônus da bilheteria. De acordo com o site:
“A WarnerMedia pagou mais de US$200 milhões combinados para alguns cineastas e atores de alto-perfil, para compensar pela participação perdida nos lucros da bilheteria, tudo isso quando decidiu que lançaria todos os seus filmes de 2021 no HBO Max, sem custo adicional para os assinantes.”
Essa decisão fez com que a empresa conquistasse um respaldo legal no que diz respeito a esses contratos, já que não há brechas possíveis para um processo. Isso, claro, não impediu que alguns cineastas se manifestassem contra essas decisões – como foi o caso de Patty Jenkins e Gal Gadot por conta de Mulher-Maravilha 1984, ou então Denis Villeneuve pro Duna. Em casos mais extremos, tivemos Christopher Nolan, que rompeu sua parceria de longa data com o estúdio.
Tanto o HBO Max quanto o Disney+ estão disponíveis no Brasil e na América Latina.
Abaixo, veja as séries de super-heróis disponíveis no HBO Max: