Viúva Negra: Mesmo após acordo, Scarlett Johansson defende seu processo contra a Disney
Viúva Negra: Mesmo após acordo, Scarlett Johansson defende seu processo contra a Disney
“É importante saber seu próprio valor e se afirmar nessa indústria”, reforçou a atriz e produtora-executiva
Quando Viúva Negra foi lançado nos cinemas e no streaming Disney+, a atriz e produtora-executiva Scarlett Johansson processou a Disney por entender que a manobra da empresa feria sua remuneração – já que ganharia um bônus de acordo com a bilheteria do filme, enquanto a estreia simultânea não agregaria em nada.
A história se tornou pública, e Scarlett Johansson ganhou apoio de muitos colegas da indústria, mas o caso sequer precisou ir ao tribunal quando os dois lados fecharam um novo acordo. Agora, durante um evento na Cinemateca dos Estados Unidos (via AP), a atriz discutiu a importância de se impor para conseguir uma remuneração digna.
“Acredito que, no geral, é importante saber o seu próprio valor e se afirmar nessa indústria. Trabalho nisso há muito tempo, quase 30 anos, e muita coisa mudou ao longo dessas três décadas. Há alguns anos atrás, ao fazer algo assim você sentiria que nunca mais ia trabalhar de novo, ou que entraria para alguma lista negra. Por sorte, isso está mudando com o momento atual. Honestamente, em uma indústria tão gigantesca e universal como a do entretenimento, pareceu muito importante liderar essa investida pela mudança.”
A ação de Scarlett Johansson de fato pode ser um ponto de virada na indústria, já que abriu margem para a discussão de como os estúdios e corporações devem remunerar os profissionais envolvidos em obras lançadas no streaming. Acordos tradicionais envolvem observar o desempenho dos filmes na bilheteria, ou até mesmo as vendas em home video, mas as métricas de sucesso em uma plataforma digital são mais nebulosas, e apenas a empresa que é dona lucra com o fluxo constante de novos assinantes, sem repartir nada com os criadores além de um pagamento inicial.
Scarlett Johansson, que assina a produção-executiva pela primeira vez com Viúva Negra, dificilmente é a primeira cineasta a se revoltar com as práticas do streaming. A lista ainda inclui Christopher Nolan, que rompeu uma relação de décadas com a Warner Bros. após ver Tenet (2020) na HBO Max; Patty Jenkins, que se viu na mesma enrascada que Johansson quando Mulher-Maravilha 1984 (2020) ganhou lançamento simultâneo no cinema e no streaming; e Denis Villeneuve, que é um defensor vocal da experiência de assistir obras como Duna (2021) nos cinemas.
No fim das contas, Johansson não só afirmou seu lugar como também manteve boas relações com a Disney. A atriz deve estrelar um filme de Tower of Terror, baseado no brinquedo homônimo dos parques da empresa, e também vai produzir um projeto super secreto dentro do Universo Cinematográfico da Marvel, que marcará sua passagem para trás das câmeras após mais de uma década interpretando Natasha Romanoff. Os detalhes desse projeto – que pode ser filme ou série – ainda não foram revelados.
Depois de todo o auê, negociações com o patrão e um final feliz, Viúva Negra está disponível no catálogo do Disney+ sem custo adicional aos assinantes.
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