Star Wars: Conversamos com Ming-Na Wen sobre a jornada de Fennec Shand em The Bad Batch
Star Wars: Conversamos com Ming-Na Wen sobre a jornada de Fennec Shand em The Bad Batch
Fennec estará também em The Book of Boba Fett.
Nesta terça-feira (22), participei de uma mesa redonda, em nome da Legião dos Heróis, com a renomada atriz Ming-Na Wen. Conversando com muita simpatia sobre sua participação em The Bad Batch, nova animação do Disney+, ela revelou segredos sobre a mentalidade de se tornar uma mercenária de primeira.
Para quem não lembra de onde conhece esse nome, ela é uma verdadeira lenda da Disney — foi a dubladora de Fa Mulan na animação original, interpretou Melinda May em Marvel’s Agents of Shield e agora rouba a cena como Fennec Shand na franquia Star Wars.
Desvendando Fennec Shand
Ming conta que trabalhar com Star Wars tem sido um sonho. “Todo dia no set de gravação, eu fico igual uma criança numa loja de doces”, brinca. Quando a personagem estreou na primeira temporada de The Mandalorian, ela nunca imaginou que entraria de vez no panteão de sua franquia favorita. “Achei que ela só apareceria em um episódio”, revela.
Por esse motivo, ela acabou imaginando todo um passado para a personagem que vem sendo explorado de maneira surpreendente em The Bad Batch, que acontece cerca de vinte anos antes dos eventos de The Mandalorian. Para Ming, descobrir o verdadeiro passado da caçadora de recompensas tem sido o mais empolgante da animação.
“Estou curioso para descobrir o porquê dela ter se tornado uma caçadora de recompensas mesmo tão jovem. Será que ela é órfã? Ou ela cresceu em uma família ruim? Estou muito curiosa.”, teoriza, como uma verdadeira fã da franquia. “E como ela aprendeu suas habilidades? Quem ensinou ela?”, continua.
Ansiosa para descobrir todos os segredos de sua personagem, Ming chama atenção a detalhes pequenos que podem resultar em histórias incríveis.
“Não acho que estou errada, mas em The Bad Batch, Fennec Shand não tem sua cicatriz… Então, eu estou meio que muito interessada para descobrir como ela conseguiu essa cicatriz, sabe? Qual é a história por trás disso? Qualquer história sobre ela é fascinante para mim!”, se empolga. “Quem sabe não descobrimos o que tem no armário dela além daquele único traje?”, brinca a atriz.
O futuro de Star Wars
Ela avalia a posição da série neste momento tão específico da linha do tempo de Star Wars — os primeiros dias do terrível Império Galático — bastante oportuno para explorar mais a fundo o lore da saga, “porque pessoas que podem ter morrido, podem voltar (para as telas).”
Ao refleter sobre o assunto, Ming percebeu que esse fato abre possibilidade para encontros inusitados para a sua personagem. Até mesmo com um certo caçador de recompensas com um fraco por princesas rebeldes.
“Ai meu Deus, já imaginou se a Fennec encontra com o HAN (SOLO)?”, comemorou. A atriz chegou a se emocionar só de considerar esse evento. “EU IA SURTAR! D-Á P-R-A I-M-A-G-I-N-A-R? Eu na mesma sala que o trio?”
Enquanto a parceria com Han Solo, interpretado por Harrison Ford, não acontece, Fennec acabou se bandeando para o lado de outro caçador de recompensas adorado pelos fãs: Boba Fett. Essa conexão surgiu em The Mandalorian, começa a dar frutos em The Bad Batch e irá explodir de vez em The Book of Boba Fett.
“Fennec ama o Boba porque ele a salvou”, declara, mas ressalta que há uma natureza mais ambígua nessa relação. “Ela também não aprecia tanto sua companhia porque, agora que ele a salvou, ela tem essa dívida imensa com ele, certo?”
Essa predisposição a cumprir o código de honra acima dos seus sentimentos pessoais, para Ming, é uma grande revelação do que podemos esperar dessa personagem. “Talvez exista algo nela que seja genuinamente sólido e confiável e talvez exista uma pessoa boa por baixo de todos esses instintos assassinos.”
Porém, esse é um lado que a personagem procura esconder a todo custo. Perguntada sobre sua relação doce com Omega — revelada neste último episódio como irmã de Boba Fett — Ming alertou que o público precisava ficar atento para não cair em seu joguinho mental. “Não sei se era muito altruísta o que ela estava fazendo com Omega, mas fico feliz que você achou que era. Sinal de que ela está fazendo um bom trabalho”, brinca.
“No fim do dia, ela continua sendo uma personagem mercenária. Ela sempre pensa em tomar conta de si mesma“, explica. Todas as ações de Fennec miram em uma motivação própria. “Em tudo que ela faz, ela é muito elusiva, muito adaptável… Acho que por isso ela é uma caçadora tão boa. Ela sabe ler as pessoas, como fazê-las ter medo ou confiarem nela”, define.
Como é trabalhar com Star Wars?
Viver esse lado mais ambíguo da personagem se tornou muito mais fácil na versão animada. Mesmo sendo conhecida por suas incríveis cenas de artes marciais, Ming aprecia a praticidade do trabalho de dublagem. “Fisicamente, é definitivamente mais fácil!”, brinca.
A liberdade de não precisar preparar o visual complexo da personagem antes de cada gravação é algo que alivia muito o trabalho da atriz, mas ela ressalta também os pontos negativos de atuar apenas com sua voz. “Para um ator, muitas vezes é um trabalho bem solitário. Porque você só está no estúdio com os produtores, diretores, escritores e nenhum dos outros atores.”
Esse isolamento acabou se acentuando nas gravações de Bad Batch devido a pandemia de covid-19, que ainda assola o mundo. “Eles me mandaram o equipamento de áudio, computador e tudo mais. Montei um estúdio no meu closet e gravei todas as minhas falas com os diretores assistindo por uma chamada de Zoom.”
Entretanto, para Ming, essa nem chegou a ser a parte mais difícil de viver a personagem. Quando eu perguntei sobre o maior desafio do papel, ela respondeu que era a pressão de querer entregar o melhor pros fãs. “Nós temos fãs maravilhosos e eles são ferrenhos em seu amor por Star Wars”, desabafa.
“Então as expectativas são muito altas, mas eu tento não pensar muito nisso. Eu foco apenas no trabalho. Jon Favreau, Dave Filoni e também o produtor de The Book of Boba Fett, Robert Rodriguez, são líderes incríveis que comandam o tom. Eles são tão tranquilos que fazem você se sentir calma, aproveitar o processo e se divertir.”
Uma Eterna Esperança
Sobre retornar a novas versões de projetos antigos, Ming-Na Wen revela que pensaria muito dependendo do roteiro, mas não é a sua prioridade. “Eu tenho Star Wars agora!”, se orgulha.
Parece que ela não tem planos de deixar sua querida franquia nem tão cedo. Para Ming, Star Wars nunca deixou de ser relevante, mesmo nos períodos de hiato entre grandes lançamentos. “Talvez seja porque eu sou tão fã, que nunca pareceu que Star Wars foi embora”, revela.
Ela afirma comemorar o lançamento do primeiro filme, Uma Nova Esperança, todo ano e que essa mensagem de esperança, tão importante nos tempos turbulentos em que vivemos, faz com que Star Wars se mantenha relevante sempre. “Acho que a franquia só voltou para o nível de empolgação que costumava ter no seu ápice.”
“O que eu amo sobre Star Wars, é que é sempre sobre esperança. As narrativas, o que George Lucas queria, sempre foi criar um legado de histórias que promovessem esperança. E promove sim, mesmo no meio de tanta guerra e coisas de histórias do bem contra o mal, no fim a esperança é que o bem prevaleça. E acho que essa é a mensagem que precisamos. Definitivamente precisamos nos dias de hoje. Então fico muito feliz de fazer parte dessa mensagem”, concluiu a atriz.
Você pode conferir mais de Fennec Shand, a personagem de Ming-Na Wen, sendo uma mercenária durona no mais recente episódio de Star Wars: The Bad Batch. A animação tem novos episódios liberados toda sexta-feira, no Disney+.
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