Review: Outriders, Primeiras impressões da demo do jogo
Review: Outriders, Primeiras impressões da demo do jogo
A demo de Outriders mostra um jogo bom, mas que poderia ser melhor.
Os últimos anos não foram gentis com os novos looter shooters. Enquanto Marvel’s Avengers ainda tem chance de melhorar com o tempo (mesmo decidindo manter o sistema ruim de coleta e compra de itens) e os servidores de Anthem sendo oficialmente encerrados. Outriders parece vir com uma ideia um pouco mais simples e interessante na parte do “loot”, e mesmo com uma história nada original e personagens desinteressantes, o jogo compensa na parte diversão, trazendo um estilo bem divertido e fácil de se jogar.
Logo nos primeiros minutos jogando a demo de Outriders, o novo game da People Can Fly, que já está disponível para baixar no PC, PlayStation e Xbox, é possível notar que os visuais foram bem trabalhados e as opções de personalização do Outrider com quem você irá jogar são pequenas, mas interessantes e sólidas, com diversas opções diferentes, trazendo bastante diversidade para as escolhas do jogador.
A história de Outriders é bem simples, você é um mercenário de uma equipe paramilitar que, junto de outras pessoas, foi levado para o planeta Enoch, porém, após chegar lá eles descobrem que o planeta possui uma grande anomalia temporal que destrói e mata várias pessoas, porém, também dá poderes especiais para outras. O Outrider protagonista é colocado em uma câmara de criogênesis e fica ali por trinta anos, quando o personagem finalmente é libertado, ele precisa descobrir seus poderes enquanto ajuda seus antigos aliados em sua missão para sobreviver.
Ao jogar pela primeira vez duas coisas se destacam: o controle do personagem é bem “suave”, você consegue controlar para onde ele vai e o que faz de uma maneira bem simples, não existem segredos e a jogabilidade das armas e poderes é simples e eficaz, completamente intuitiva e você pega tudo bem rápido. Por outro lado, os cenários, mesmo bonitos, são bastante limitados e você não pode sair por aí explorando, nem mesmo existe a possibilidade de você subir em uma pedra ou uma árvore e ir para o local da missão por um outro caminho, tudo é delimitado de uma maneira que chega a ser irritante. É como se houvesse apenas um corredor e você tivesse que fazer tudo atravessando ele.
Um ponto positivo do jogo é que as armas e os loots são bem fáceis e simples de se adquirir, diferente da complexidade desnecessária de outros jogos, Outriders aposta nos elementos de RPG sem fazer disso algo que vai te quebrar e tornar impossível vencer uma fase caso você não consiga as melhores armas e equipamentos.
Outra coisa bem interessante é que o jogo te dá a opção de jogar com quatro tipos de classes diferentes, cada uma possui um poder que é acessado por seu personagem, que é um “divergente”. Na demo você tem a opção de trocar entre as quatro classes e cada uma possui seu valor, porém, para aqueles que querem jogar sozinho, a “Trickster” definitivamente é a melhor, enquanto a “Devastador” também te ajudará bastante nas fases mais difíceis.
A história e os personagens de Outriders, contudo, são a pior parte do jogo, um clichê ambulantes atrás do outro. Todos os diálogos parecem ter saído diretamente de um filme ruim do SyFy e os personagens não possuem muitas motivações além de sobreviver. Mais rasos do que um pires, cada personagem apresentado e que possui destaque na demo é apenas a versão de algo que você já viu em outros jogos, filmes ou séries que mostram um mundo pós-apocalíptico.
A líder do grupo é aquele clássico personagem durão, que usa um tapa-olho, está sempre bebendo e grita com todo mundo porque ela é uma sobrevivente que não tem tempo a perder. Em determinado momento ela vira para o personagem e diz “a gente estava aqui lutando enquanto você dormia confortavelmente”, sendo que menos de 20 minutos antes ela literalmente empurra você na câmara de criogênesis – para ficar congelado e dormindo.
Ooutriders também apresenta outros clichês do gênero, como o melhor amigo russo de bom coração mas totalmente confuso sobre tudo que está acontecendo ao seu redor, além de uma poderosa figura misteriosa, que pode acabar sendo seu mentor ou um inimigo no final.
As missões secundárias também apresentam um pouco mais do mundo de Enoch – que no prólogo do jogo possui um visual bem bonito, com árvores e florestas, mas depois do salto temporal se torna uma wasteland genérica ao estilo Mad Max. Em uma das mais engraçadas, você precisa salvar um soldado somente para ele morrer, literalmente, 2 segundos depois de você ter o ajudado e descobrir que ele era uma pessoa horrível.
O foco maior do jogo quando ele for lançado e no pós-lançamento, provavelmente, será no multiplayer. Por enquanto, na demo, a opção faz com que você apenas jogue as missões da história com outras pessoas, porém, caso eles decidam investir e criar fases e locais diferentes especificamente para o modo multiplayer, o jogo pode se beneficiar bastante, principalmente por trazer o crossplay entre diferentes plataformas – algo no qual mais jogos deveriam apostar.
Por mais que a história seja extremamente clichê e lembre muito todos os filmes ruins de ficção científica com militares que você já assistiu, Outriders realmente é um jogo divertido, as partes ruins do diálogo e história fazem com que você sinta estar participando de um filme B tão ruim que dá a volta e fica engraçado, porém a jogabilidade compensa, e muito, nisso tudo.
Outriders será lançado, oficialmente, dia 1 de abril. Até lá você pode jogar a demo gratuitamente.
Para a análise, foi testada a versão do PlayStation 5. Em breve, também teremos a crítica do jogo completo.
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