Review: Ghost of Tsushima: Versão do Diretor chegou tarde, mas é arrebatadora
Review: Ghost of Tsushima: Versão do Diretor chegou tarde, mas é arrebatadora
A aventura de Jin Sakai ganha mais um capítulo, agora na ilha Iki.
Tsushima está te chamando para mais uma jornada épica! Ghost of Tsushima: Director’s Cut, a nova versão do sucesso de 2020 da Sucker Punch, tem lançamento marcado para o dia 20 de agosto, trazendo o game atualizado para o PlayStation 5, junto de uma nova expansão, melhorias e a integração do modo Legends ao pacote final.
Na Versão do Diretor, somos convidados a vivenciar uma história inédita com nosso samurai favorito, Jin Sakai: a ilha Iki, vizinha à Tsushima, foi tomada por um exército mongol diferente dos que te antagonizam no game original. A líder desse grupo possui habilidades estranhas que, se não forem paradas, podem trazer destruição das duas ilhas.
Graças à PlayStation, tive acesso antecipado à nova versão de Ghost of Tsushima para ajudar vocês entenderem melhor os caminhos perigosos da magnífica ilha Iki. Prepare sua katana e seu psicológico, pois uma guerra introspectiva se aproxima.
FICHA TÉCNICA
Título: Ghost of Tsushima: Versão do Diretor (Director’s Cut)
Lançamento original: 17 de Julho de 2020
Lançamento da nova versão: 20 de Agosto de 2021
Desenvolvedora: Sucker Punch
Gênero: Ação, Stealth,
Plataformas: PlayStation 4, PlayStation 5
Modos: Single player, Multiplayer online
DE VOLTA ÀS TERRAS DE TSUSHIMA
Fazia quase um ano que eu não tocava em Ghost of Tsushima. Depois de finalizar e platinar o original e testar o modo Legends um tempinho depois, o Jin ficou ali apenas como uma memória doce de um game fenomenal. E mesmo tendo investido várias horas no jogo lá atrás, retornar para Tsushima para essa nova versão foi quase como uma máquina enferrujada tentando funcionar.
Tsushima não possui uma jogabilidade tão simples assim que você vai lembrar logo de primeira ao pegar o controle. É algo que requer tempo para se acostumar novamente. Talvez isso cause um estranhamento entre você e o conto samurai caso você esteja retornando a essas terras. Se é sua primeira vez aqui, a progressão do game é ótima e não deve te dar problemas.
Digo isso de início porque esse foi um dos poucos problemas que tive com a Versão do Diretor de Ghost of Tsushima – além daqueles tradicionais que a gente já está calejado de saber e debater sobre como preço, necessidade de uma expansão, benefícios e tudo mais.
Ter levado um ano para o desembarque dessa DLC e seus agregados esfriou a relação que você criou com o game inicialmente. Ainda mais com o vendaval de lançamentos nesse meio tempo e até a chegada de uma nova geração de consoles poucos meses depois do original.
A reclamação termina aqui, no entanto. A Versão do Diretor de Ghost of Tsushima é a composição definitiva do épico de Jin Sakai e mostra o apreço que a desenvolvedora, Sucker Punch, teve pelo feedback dos jogadores. Tudo o que foi incluso no game desde o lançamento está aqui, incluindo o ótimo modo online multiplayer, Legends, além de correção de pequenos erros e da integração do jogo com as funcionalidades do PS5.
Testando no PlayStation 5, Ghost of Tsushima rodou melhor que nunca. A história do Jin, que já era visualmente de tirar o fôlego no PS4, ficou ainda mais majestosa. Tsushima e Iki são vibrantes, vivas, violentas e gloriosas. Existe uma beleza muito particular no contraste entre tranquilidade e brutalidade nesse game – e ela foi realçada com o avanço visual, sonoro e com as funções táteis do DualSense.
Lá atrás, conversando com o LR, autor da review original, cheguei à conclusão de que dificilmente você vai encontrar um game, hoje, que te passa o mesmo frenesi e paz que Ghost of Tsushima. A Versão do Diretor, por sua vez, amplifica esse sentimento e coloca para o jogador uma experiência completa de beleza, gameplay de primeira, rapidez e variedade nos caminhos acidentados das ilhas.
O FANTASMA DA ILHA IKI
Iki, como as descrições do game já revelaram para nós, ocidentais desavisados, é uma ilha vizinha de Tsushima que também foi atacada pelo exército mongol naquele período. Nesse cenário, Jin descobre sobre a invasão paralela e decide viajar até a área para investigar.
A nova ilha é uma reunião dos pontos mais legais do Tsushima original. É um território belíssimo e sólido, com uma abordagem mais íntima e crítica da história do Jin, mais minigames envolvendo santuários de animais, arco e flecha e exploração, tipos mais dinâmicos e desafiadores de combate e duelo e um clima quase sobrenatural envolvendo todo o enredo.
Enquanto o território principal de Tsushima passa por uma evolução de Verão – Outono – Inverno em seu visual, Iki é primaveril. São campos coloridos e vastos por todo canto, bosques com árvores majestosas e brilhantes, vagalumes, pássaros e vários tipos de animais te seguindo, tudo colaborando para transformar o cenário em algo vivo.
E praias. O ambiente marítimo é importantíssimo para essa história, assim, você vai encontrar logo de cara praias belas, mas amedrontadoras, que dão para águas e horizontes que todo mundo sonha em contemplar em alguma viagem de férias.
Quando você já está enfeitiçado pelo visual, Iki te conquista com a jornada do Jin. Essa é uma ilha já conhecida do samurai e ele deve confrontar fantasmas adormecidos ao mesmo tempo que lida com a Águia, a líder dessa invasão Mongol.
Isso parte dos pontos mais interessantes da narrativa de Tsushima, quando o herói precisa questionar sua história, moral e valores para seguir em frente. Nesse caso, a reflexão é bem mais severa – e maravilhosamente agoniante de acompanhar.
A Sucker Punch também ouviu os jogadores e incluiu muito conteúdo extra na ilha Iki. Seguindo o caminho das raposas de Tsushima, em Iki você ajuda e tenta se conectar com gatos do mato, cervos e macacos em minigames bem divertidos.
Desafios de arquearia, missões secundárias e míticas, retomada de territórios, santuários, fontes termais, etc. A expansão te oferece uma boa quantidade de conteúdo para te manter na vida de pseudo corsário por um tempo considerável.
Isso sem contar que o nível de desafio da ilha é consideravelmente alto. Os novos inimigos são mais inteligentes, durões e podem usar mais de um tipo de arma, deixando o combate mais dinâmico.
Sua troca de posturas ficará mais constante, você vai precisar usar mais seus equipamentos secundários e melhorar suas estratégias. Algumas batalhas de boss são bem bacanas, principalmente por conta desse incremento da troca de armas – mas ainda não são tão empolgantes quanto os duelos contra os ronin, por exemplo.
NOTA
Iki é muito boa no que se propõe e, mesmo que não inove muito, apresenta uma aventura extra que não perde em nada para a campanha principal. Na verdade, pode até agradar mais, quando aprendeu com alguns errinhos do passado.
As batalhas contra chefões poderiam ser melhores, ter mais missões secundárias e míticas deixaria a nova versão mais atrativa e sólida e alguma habilidade nova de combate poderia compensar na ferrugem dos players que jogaram Tsushima no lançamento. Mas não são faltas graves; no fim a Versão do Diretor (e a DLC da Ilha Iki) cumprem seu papel de entregar um conto completo de Jin Sakai.
Por tudo isso – e por me deixar brincar com gatos no game – Ghost of Tsushima: Versão do Diretor leva 8,5/10 da Legião!
O que você acha de Ghost of Tsushima? Não esqueça de comentar!
Veja agora nossa lista sobre o game: