Gavião Arqueiro 1×03: Ecos
Gavião Arqueiro 1×03: Ecos
Novo episódio de Gavião Arqueiro avança a trama e apresenta uma personagem incrível
Gavião Arqueiro finalmente decolou. O terceiro episódio da série, que também marca a metade da trama, finalmente mostra a que veio e, a partir daqui, provavelmente não haverá descanso para Clint Barton e Kate Bishop, com os personagens começando a ter uma sintonia melhor, mesmo que os atores ainda não tenham chegado lá.
Eco chegou! Maya Lopez finalmente está no Universo Cinematográfico da Marvel e se esse episódio de Gavião Arqueiro mostra algo é que a personagem tem tudo para conseguir segurar muito bem sua série solo, que foi recentemente anunciada pela Marvel Studios e Disney+. É muito surpreendente descobrir que seu papel na série é o primeiro trabalho de Alaqua Cox em atuação, ela é uma estrela e está ótima em todos os momentos que aparece em tela.
Mas voltando para os protagonistas, após um começo bom – com uma história legal e uma ótima atuação de Hailee Steinfeld como Kate Bishop, que rouba todo o protagonismo para si, o terceiro episódio continua a trazer uma química em cena bem ruim entre a jovem atriz e Jeremy Renner como Clint Barton.
E aqui, abro um parênteses: Por algum motivo, muitas pessoas ficaram confusas com a crítica feita a “química entre os atores” no primeiro e segundo episódio, achando que me referi à como os personagens estavam se relacionando na história quando, na verdade, a crítica vem da direção de atores – toda a vez que Renner e Steinfeld possuem uma cena juntos, parece que ambos estão em estúdios completamente diferentes, os atores não interagem de maneira orgânica e se alguém me dissesse que eles não gravaram nenhuma cena juntos, que todas elas foram feitas em tela verde e eles foram “juntados” na pós-produção, acreditaria sem nem duvidar. Química ruim entre os atores não quer dizer que os personagens tem que se dar bem já de primeira, inclusive existem ótimas dinâmicas de rivalidade e de aliados improváveis, forçados a se unirem pelas situações, dentro do próprio MCU, infelizmente Gavião Arqueiro não consegue fazer isso.
Ainda assim, realmente é notável que Jeremy Renner e Hailee Steinfeld estão dando o máximo de si nos papéis – o destaque fica por conta da cena da ligação de Clint com seu filho. O problema é que os atores só não funcionam bem juntos.
Continuando do cliffhanger do último episódio, aqui conhecemos Maya Lopez, a Eco. E ela já chega causando um impacto bem grande quando interroga os heróis e ataca Kate. Toda a cena de luta entre Maya, a Gangue do Agasalho e os Gaviões é excelente e culmina em uma cena de perseguição que, até o momento, é o ponto alto da ação na série. A jornada pelas diferentes flechas especiais é um momento que deixa qualquer fã dos heróis feliz, mas é justamente nos momentos mais calmos que a trama mostra ao que veio.
A cena de Kate com Clint no apartamento, quando ele recebe a ligação de seu filho perguntando se ele iria passar o Natal com eles ou não mostra muito do poder de atuação de Renner como um pai de coração quebrado, mas quem brilha é Hailee Steinfeld; a jovem consegue demonstrar muito bem os sentimentos conflitantes de saber que ela é a culpada por fazer com que Clint – provavelmente – perca o feriado com sua família, mas também por ver uma figura paterna que lembra seu pai e querer estar mais próximo dele.
O episódio, inclusive, é cheio de pequenos detalhes que fazem toda a diferença no final – como o fato de que Maya solta as mãos de Clint ao ver que ele também é surdo, caso ele consiga se comunicar melhor através do ASL; as várias referências aos quadrinhos de Matt Fraction e David Aja que não atrapalham a trama, mas sim a complementa; e toda a sequência mostrando o passado de Eco.
Ainda sobre a personagem, esse episódio serviu para introduzir mais uma figura misteriosa no MCU: o “Tio” que, honestamente, se não for o Rei do Crime, vai causar um alvoroço ainda maior do que o que vimos em WandaVision – tanto com Mephisto quanto com uma possível participação de Reed Richards como o cientista amigo de Monica.
Também é bastante interessante notar os paralelos entre Kate e Eco que a série apresenta, ambas são jovens que perderam o pai cedo, aprenderam a lutar e se defender, porém seus modelos não poderiam ser mais diferentes. Enquanto Kate se inspirou em um herói, Eco teve outra mão a guiando, então vai ser bem interessante ver como ela irá se tornar uma heroína.
Outro ponto bastante positivo deste terceiro episódio é que ele consegue apresentar muita coisa – Eco e seu passado, a Gangue do Agasalho, a evolução da relação entre Clint e Kate, os problemas da família Bishop – de uma forma que não fica estufado e não precisa de mais de 1 hora de episódio para conseguir mostrar tudo. É simples, é direto e é coeso, apresenta o que deve ser mostrado e deixa mais para os próximos sem parecer algo forçado.
No fim, o maior problema de Gavião Arqueiro é que fica claro que toda a estrutura da trama é a de um filme, e não exatamente uma estrutura narrativa de série ou minissérie. Mas quando elas foram anunciadas, Kevin Feige já havia deixado claro que as séries da Marvel Studio seriam “Filmes de seis horas”, então pelo menos ele está mantendo sua palavra – ainda assim, seria interessante ver séries sendo tratadas como séries pela Marvel Studios e descobrir o que eles poderiam fazer caso realmente abraçassem esse formato.
Confira também: