Review: Final Fantasy VII Remake Intergrade torna o drama ainda mais acessível no PC
Review: Final Fantasy VII Remake Intergrade torna o drama ainda mais acessível no PC
Clássico dos RPGs finalmente fura a bolha da exclusividade para alcançar novos públicos
Final Fantasy VII é uma das obras mais reverenciadas da franquia, ocupando um lugar especial no coração dos fãs. Logo, quando um remake foi anunciado exclusivamente para PlayStation 4, os mais saudosos foram inundados por um mar de emoções, mas muita gente ficou de fora desta experiência mágica. Com o aguardado lançamento para PC de Final Fantasy VII Remake Intergrade, a situação muda de figura.
Tive a chance de experimentar brevemente o lançamento original para consoles quando o jogo foi liberado mais cedo este ano para assinantes PlayStation Plus. Mas foi só agora, jogando a versão de PC, que a história finalmente me fisgou e eu pude entender melhor as nuances das aventuras de Cloud por Midgard.
Equipe sua matéria, separe umas poções e bora mergulhar neste clássico repaginado dos RPGs.
Ficha Técnica
Requisitos mínimos:
- Processador: Intel Core i5-3330 ou AMD FX-8350
- Memória RAM: 8 GB
- Sistema Operacional: Windows 10 64-bits
- Placa de Vídeo : Nvidia GeForce GTX 780 ou AMD Radeon RX 480
- Memória de Vídeo: 3GB
- Espaço no HD: 100 GB
Configuração usada para review:
- Notebook Acer Nitro AN515-44-R5YZ
- Processador: AMD Ryzen 5
- Memória RAM: 16,00 GB
- Sistema Operacional: Windows 11 64-bits
- Placa de Vídeo: Nvidia GeForce GTX 1650
- Memória de Vídeo: 4GB
- HD: 500GB SSD
Quando o jogo foi lançado pela primeira vez, em 2020, Márcio Jangarelli explicou detalhadamente em sua crítica para a Legião porque a escolha de recriar uma parte tão pequena da história original foi uma decisão tão acertada. Não vou me estender muito nisso, para não ficar muito repetitivo, mas eu não poderia deixar de elogiar como esta narrativa é construída.
Mesmo sendo uma grandiosa aventura, que transita por temas complexos como ecoativismo, Final Fantasy VII Remake sabe dosar o pé no acelerador e entrega um enredo leve, divertido e que permite ao jogador criar laços sinceros e profundos com seus personagens. A narrativa ainda é a alma desta experiência, mesmo que o combate seja um verdadeiro esplendor.
Não é de hoje que os RPGs de turno vem tentando se atualizar para as experiências mais centradas em ação dos jogos modernos, mas nenhum conseguiu alcançar um equilíbrio tão satisfatório quanto este game. Lutar em tempo real parando o tempo para escolher suas ações especiais é um perfeito deleite e este sentimento não se perdeu na transição para o PC.
O que achamos de Final Fantasy VII Remake no PC?
A nova versão adaptou primorosamente a experiência dos consoles. Mesmo no meu notebook simples, que não tem as especificações mais avançadas no mercado, o desempenho foi muito satisfatório: bem próximo ao PlayStation 4, salvo uns leves engasgos em cenas com abundância de elementos que consumiam memória.
Por outro lado, as expressões dos personagens, suas animações e detalhes… Tudo que realmente importa para transmitir a emoção da narrativa foi mantido, garantindo que a história de Cloud levemente se abrindo para seus amigos da Avalanche continue doce, sensível e sutil como sempre.
A jogabilidade também permanece surpreendentemente fluida, entregando uma performance estável que comprova a qualidade do port entregue pela Square Enix. Em nenhum momento o desempenho me prejudicou nas batalhas frenéticas contra os mais diversos tipos de monstros, mesmo quando apareciam muitas feras e aliados na tela.
E o melhor é que, mesmo implementando suporte a comandos no teclado e mouse, a compatibilidade com os controles não deixa a desejar. É muito prático jogar um JRPG desse calibre do conforto de um controle tradicional, então foi uma grata surpresa constatar que o jogo reconhece nativamente tanto o DualShock 4, quanto o DualSense. Não é preciso nenhuma mutreta para jogar do seu jeito favorito.
O maior problema que pode atrapalhar sua experiência com a aventura é o sistema de salvamento automático, nem de perto tão confiável quanto deveria ser. Precisei jogar novamente um capítulo inteiro por alguma falha na criação automática de dados salvos, o que atrapalhou um pouco o ritmo da aventura para mim.
Versão Intergrade: Arco INTERmission
Outra novidade que não deve ser ignorada é a expansão INTERmission, antes exclusiva da versão de PlayStation 5. Esta é uma pequena história que acontece paralelamente aos eventos principais de Cloud, após o Capítulo 5, com direito a uma nova protagonista e seu próprio núcleo de personagens.
A jovem Yuffie é absurdamente energética, barulhenta e otimista, um contraste gritante quando comparamos com o jeito cético e sarcástico de Cloud. Definitivamente sua personalidade não é para todos e pode parecer até um pouco deslocada em um mundo tão hostil quanto Midgard, especialmente por sua história começar nas ruas sujas da Cidade Baixa. Mas quando o assunto é combate, Yuffie conquista facilmente com a sua versatilidade.
Por ter um histórico ninja, ela tem acesso a uma vasta gama de habilidades que lhe permitem dominar o combate a corpo e a distância com relativa facilidade. Basta o apertar de um botão para mudar sua abordagem, sem prejudicar o ritmo do combate. E ainda é possível adicionar propriedades elementais diferentes a seus movimentos, garantindo uma vantagem estratégica com baixo custo, se usado do jeito certo.
Suas habilidades fazem um uso melhor e mais criativo do novo sistema de BTA que Cloud, Barret e os demais personagens da campanha principal. Quando trabalha em sinergia com Sonon, então, a sensação de poder é imbatível. A dupla consegue acabar facilmente com as ameaças mais corriqueiras e ainda demonstra uma força considerável contra os chefes mais imponentes.
Apesar de ter uma duração reduzida, cerca de cinco horas, a expansão não deixa de trazer uma quantidade respeitável de conteúdo para os jogadores mais dedicados. Missões extras, incluindo um minijogo de estratégia, expandem a vida útil desta experiência consideravelmente, aprofundando ainda mais o worldbuilding da franquia.
De modo geral, Final Fantasy VII Remake Intergrade continua sendo cativante como sempre, provando ser uma das narrativas mais imersivas disponíveis na Epic Store. Cada passo na jornada de Cloud te apresenta mecânicas, personagens e momentos incríveis e o mesmo pode ser dito, em menor escala, do pequeno conto de Yuffie.
Mal posso esperar para retornar a este universo nas futuras partes do remake, especialmente quando a história avançar para o território de Wutai, muito mencionado no Capítulo de INTERmission. Até lá, há muito a se descobrir nas ruas de Midgard, seja no computador ou no PlayStation.
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