Falcão e o Soldado Invernal 1×03: Mercador do Poder
Falcão e o Soldado Invernal 1×03: Mercador do Poder
Falcão e o Soldado Invernal, ou o “Show de Zemo”?!
Falcão e o Soldado Invernal já está no meio de sua temporada, com três dos seis episódios exibidos, a trama continua se desenrolando de uma forma ágil, mas ainda sem um rumo facilmente definido. Já no meio da trama, diversos elementos foram apresentados e em breve estaremos bem perto do final – mas neste episódio, o Falcão, o Soldado Invernal, o novo Capitão América e os Apátridas ficaram de lado. Zemo roubou a cena em cada instante que aparecia em tela e provou que tem tudo para ser um dos maiores e mais simpáticos vilões do Universo Cinematográfico da Marvel.
Tendo aparecido em Capitão América: Guerra Civil, o Zemo, interpretado por Daniel Brühl, é um dos vilões mais interessantes do UCM e, em sua aparição neste episódio, vemos uma versão bem mais divertida e leve do personagem, que não deixou de lado seu lado sombrio e manipulador.
Brühl rouba a cena toda vez que aparece em tela e fica muito claro que o ator está totalmente confortável e se divertindo com o papel. Aqui, ele tem muito mais liberdade para abraçar o lado dissimulado e debochado do vilão, enquanto traz questionamentos bastante interessantes para os personagens nesse universo.
“Os fins justificam os meios”. É bem interessante notar que o Barão estava lendo Maquiavel na prisão e, ao sair, aplica bastante da filosofia do diplomata florentino em suas ações. Zemo está apenas do lado de Zemo, mas para chegar ao resultado que ele deseja, não tem problemas em trabalhar e auxiliar Sam e Bucky, que tanto no episódio quanto literalmente em uma das cenas, ficaram no assento do lado enquanto o Barão Helmut Zemo tomou o volante e nos conduziu por um excelente episódio.
A série também explorou alguns lados do personagem que haviam sido deixados de lado até então, como o fato dele ser um aristocrata extremamente rico e cheio dos contatos. Falando em contatos, Zemo nos leva para a primeira das propriedades da 20th Century Fox a aparecer no Universo Cinematográfico da Marvel: Madripoor.
Madripoor é um dos locais mais importantes nas HQs dos X-Men e do Wolverine, cheia de criminosos, a ilha é cheia de figuras interessantes. Uma delas, o Mercador do Poder, é citado bastante no episódio, mas não aparece em nenhum momento – e provavelmente não irá aparecer na série.
Também é em Madripoor reencontramos Sharon Carter (Emily vanCamp), a antiga agente da S.H.I.E.L.D. havia sido deixada de lado desde Guerra Civil, mas retorna aqui com uma nova personalidade, se tornando uma personagem cheia de camadas e muito mais interessante. Desacreditada no sistema e agindo como uma criminosa na ilha, Carter protagoniza uma das melhores sequências de ação da série até o momento.
A direção de Kari Skogland continua muito boa, tornando todas as cenas de ação bastante críveis e de prender o fôlego. Mesmo que a câmera em movimento em cenas paradas ainda seja algo que irrita em alguns momentos, a diretora faz um ótimo trabalho ao conseguir passar uma carga bastante realista e visceral nas lutas, que lembra bastante o trabalho visto em Capitão América: O Soldado Invernal.
Com Zemo roubando para si todo o destaque, enquanto Sharon Carter surpreendeu após seu “transplante de personalidade” se tornando uma personagem bem mais carismática e interessante, os outros personagens acabam ficando de lado. Sam e Bucky tiveram ótimas cenas no episódio, principalmente com Sam tendo que correr de salto (algo que realmente não é fácil) e tomar um drink com vísceras de uma cobra, enquanto Bucky fingia voltar a ser o Soldado Invernal.
Mas mesmo com o tom mais cômico de suas cenas, é bem provável que elas tenham consequências no futuro – com o Falcão tendo que lidar com sua irmã, Sarah, após a ligação e a tentativa de continuar no personagem; enquanto Bucky revivendo seus dias de assassino controlado podem trazer alguns gatilhos para o herói.
Outro fator interessante do episódio é notar como os dois antagonistas da série estão indo por um lado mais extremo de suas duas ideologias. “Você sabe quem eu sou?” esbraveja John Walker, o novo Capitão América, após não ter sua autoridade reconhecida, precisando gritar e bater em um homem indefeso para provar quem é, personificando bastante todo o conceito do imperialismo americano, mas também mostrando que o psicológico do personagem já está sendo quebrado – como era esperado – diante de toda a pressão e insegurança de assumir o manto.
Agora, o novo Capitão América agora está de vez em busca de Sam e Bucky, utilizando a fuga de Zemo como um motivo para remover os dois de seu caminho e ser o Sentinela da Liberdade sem a oposição dos antigos aliados e amigos de Steve Rogers.
Enquanto isso, os Apátridas continuam sua missão de tentar unificar o mundo, ao mesmo tempo em que Karli acaba tendo atitudes bem mais extremistas, explodindo um prédio do órgão que ajudava pessoas que retornaram do blip a retomar suas vidas, algo que pode acabar criando fraturas na organização terrorista.
Por fim, a participação de Florence Kasumba como Ayo deve trazer ainda mais complicações para a série, que já parece estar com histórias e personagens demais. Gosto da ideia de trazer a personagem e talvez também dar um pouco mais de importância para a Dora Milaje, mas ao mesmo tempo fica o sentimento de que a série está ficando bastante inflada e pode ser que não consigam resolver todos esses arcos e tramas (Apátridas, Isaiah Bradley, um novo Capitão América, Zemo e uma ligação maior com Wakanda) de uma maneira satisfatória até o final.
Falcão e o Soldado Invernal vai ao ar toda sexta-feira no Disney+
Confira também todos os easter eggs e referências do segundo episódio da série: