Chucky 1×07-08: Dois Lutos, Duas Perdas/Um Caso para Desmembrar
Chucky 1×07-08: Dois Lutos, Duas Perdas/Um Caso para Desmembrar
Chucky chega ao final de sua primeira temporada com dois episódios deliciosamente agridoces!
Chucky chegou ao final na última quarta-feira, com o último episódio de sua primeira temporada sendo lançado no Star+. A série veio para conquistar os fãs mais antigos da franquia e trazer diversos elementos clássicos já famosos de Brinquedo Assassino e suas continuações – e tudo bem, tudo bem… talvez eu tenha me esquecido de fazer a review do episódio anterior, mas aqui estamos para falar não apenas de um, mas dois capítulos da série!
Aqui, vemos os planos de Chucky colidindo com várias variáveis que ele deixou em aberto – desde as crianças, cada vez mais assustadas com todo o potencial do boneco, Andy Barclay e Kyle e, é claro, todo o núcleo envolvendo a degenerada Tiffany Valentine e Nica Pierce. E tudo isso começa justamente após os assassinatos das mães de Devon Evans e Junior Wheeler, o que certamente causa muitos estragos no psicológico dos protagonistas.
Em Dois Lutos, Duas Perdas, o sétimo capítulo da temporada, temos uma verdadeira aula de como explorar não só consequências de uma trama, mas também o impacto que isso pode ter na mente frágil dos personagens que sofrem tais repercussões. Devon e Junior obviamente são os mais impactados por todas as ações do boneco, e é interessante ver o caminho que cada um deles segue aqui.
Devon Evans se torna o anjo vingativo, disposto a tudo para dar um fim de vez à jornada de Chucky. Claro, ele se isola e corta até mesmo seus laços com Jake, mas é muito bacana vê-lo agindo por conta própria. Junior Wheeler, por outro lado, passa por um gigantesco surto psicológico. À primeira vista, não tinha gostado muito dessa evolução do personagem, mas quanto mais penso nela, mais ela soa inteligente.
Junior foi deixado de lado por todos que amava e sempre esteve à margem, mesmo fazendo o possível para se ligar a quem estava ao seu redor. É desolador e desesperançoso vê-lo sozinho, e é aí que Chucky começa a agir – embora a série insira um elemento que particularmente não gostei, que diz que o plano do boneco é justamente corromper uma criança para… honestamente, eu não sei. Pago um salgado e um refri para quem conseguir me explicar.
Porém, o episódio compensa justamente em sua brutalidade – especialmente quando Junior se volta contra seu pai, Logan Wheeler. Influenciado pelas mentiras doces de Chucky, o garoto se mostra como um assassino, e é aqui que a série consegue fazer o fechamento de seu ciclo, levando em conta seus muitos flashbacks que mostram a “origem” de um psicopata.
Claro que isso muda um pouco no próximo episódio, mas isso é assunto para daqui a pouco. No entanto, admito que a parte que mais me comoveu ao longo de todo o capítulo foi a participação, ainda que breve, de Andy Barclay. A primeira vítima do Brinquedo Assassino passou por uma jornada completa para se tornar um homem, e dá para ver as feridas deixadas por Chucky escancaradas em sua alma.
Isso evidentemente levaria a uma espécie de “confronto final”, mas gosto de como Andy se torna um herói completo, que tenta salvar outras crianças que estão passando pelo mesmo que ele já passou não uma, mas três vezes. Esse é mais um atestado glorioso do amor de Don Mancini por sua própria franquia, e apesar do final não ter sido muito satisfatório, é o suficiente para voltarmos correndo para a segunda temporada…
E falando nele… Um Caso para Desmembrar desponta, ao menos para mim, como o episódio mais fraco da série. É um capítulo corrido, insano e cheio de pontas soltas para resolver, mas que acaba perdendo um pouco o ritmo e toda a potência que os episódios anteriores haviam demonstrado. Isso quer dizer necessariamente que ele é ruim? Não exatamente. Mas poderia ser muito, muito melhor.
Acho que as coisas que mais enfraquecem o capítulo, para ser sincero, são justamente os vários elementos novos que são inseridos na trama sem cerimônia – como o plano de Chucky para “corromper” uma criança. Isso leva a uma série de coincidências e respostas rasas, enquanto os personagens e seu desenvolvimento é deixado de lado para dar foco na ação e em toda a megalomania do plano sem sentido do brinquedo.
E devo admitir, existem elementos maravilhosos nesse capítulo – e a brutalidade e o gore despontam como os principais, ainda mais quando vemos o corpo de Chucky sendo destruído mais de uma vez. Uma das minhas cenas favoritas se dá quando Tiffany se volta contra seu amado e o degola usando uma faca, mas outra sequência muito sanguinária se dá no final, quando Jake Wheeler estrangula o boneco até seus olhos pularem das órbitas.
E no final, temos um gostinho de que a história se encerrou – o que é uma pena, já que não temos certeza se nossos protagonistas mirins retornarão para um segundo ano. Mas gosto de ver o desenvolvimento deles até aqui. Acho que minha cena favorita de toda essa reta final, inclusive, se dá quando Lexy Cross e Jake Wheeler conversam e nós podemos ver que não existe mais uma rivalidade: eles agora são amigos de verdade, para o que der e vier.
Por outro lado, ainda temos perguntas e mais perguntas para esse final. Por exemplo: Como diabos Tiffany está novamente em seu corpo de boneca? Como Andy vai se safar de todo o caos que está prestes a acontecer? Será que Kyle de fato morreu, de uma forma tão sem graça? Como Don Mancini pretende dar continuidade a essa história em uma segunda temporada, adotando um formato antológico?
Chucky se encerra com um episódio agridoce, mas isso não apaga toda a maravilha que a série foi até agora. Com só oito episódios, essa primeira temporada não só mostrou ao que veio como também reacendeu a chama em milhares de fãs que estavam com saudade do boneco “raiz”. E além de ser um grande buquê de flores jogado para a própria franquia, é um retorno colossal e degenerado para um dos maiores vilões do horror.
E ele estará de volta ainda mais insano… atrás de você!
Chucky está disponível no Star+ e deve retornar para uma segunda temporada em 2022.
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