Preview: Jogamos o primeiro capítulo de Life is Strange True Colors
Preview: Jogamos o primeiro capítulo de Life is Strange True Colors
Uma nova aventura do universo Life is Strange está chegando!
Life is Strange ganhará um novo jogo em breve! Assim como em títulos anteriores, a trama conta a história de uma nova protagonista superpoderosa navegando situações fantásticas (ou cotidianas), em uma narrativa que se torna mais estranha com o passar do tempo. E, tanto para quem é fã da série quanto para quem simplesmente ama jogos de história interativa, True Colors vem cheio de promessa.
Quer saber mais sobre o próximo game da franquia? A Legião teve acesso ao primeiro capítulo da história de Alex Chen, e viemos contar para vocês o que achamos!
Ficha Técnica
Título: Life is Strange: True Colors
Estúdio: Deck Nine
Distribuidora: Square Enix
Plataforma: PS4
Gênero: Aventura gráfica
Um novo capítulo
A primeira coisa notável sobre Life is Strange: True Colors, é como o jogo faz jus a seu nome. O visual do início do novo título da série chama a atenção não só por sua qualidade, sendo ainda mais bonito que alguns dos títulos anteriores, como pela beleza das cores em todo o ambiente que você pode explorar como a protagonista Alex Chen.
Se mudando para uma a cidade de Haven Springs, no Colorado, a jovem se reúne com seu irmão Gabe após anos de separação em que foram mandados para orfanatos diferentes. Este é um novo começo para os dois, e sua relação convence desde o princípio. É impossível não acreditar que os irmãos Chen se amam apesar de tudo, mas precisam lidar com o período de readaptação de quem não se encontra há muitos anos. Também fica claro que o histórico familiar deles é complexo, mas o jogo não entrega tudo de cara, deixando o tom de mistério e a vontade de conhecer a família mais a fundo.
Tudo isso se mantém ao longo de todo o jogo, com múltiplos personagens. O primeiro capítulo apresenta a protagonista e o jogador a este novo mundo como se espera de alguém que está sendo apresentado a uma nova cidade. Vemos pontos de importância locais, encontramos com as principais figuras, e somos apresentados às pessoas com quem passaremos mais tempo interagindo nessa nova vida. A vontade de saber de tudo sobre todos é criada desde o início, mas leva tempo para conhecer melhor cada integrante do elenco.
Não seria Life is Strange, porém, se as coisas não acabassem ficando um pouco estranhas. Inicialmente, o ponto fora da curva são os poderes da protagonista, que é uma empata, ou seja, capaz de sentir o que os outros sentem. Isso se manifesta por meio de auras coloridas e pensamentos breves, permitindo que você saiba o que está influenciando o indivíduo naquele momento. E, quando as pessoas ao seu redor são afetadas por fortes emoções de qualquer tipo, Alex também é afetada por elas, o que muitas vezes causa problemas e torna sua adaptação um pouco mais difícil.
Embora a maioria dos habitantes locais recebam a nova moradora local de forma calorosa (por vezes até demais, como quando a senhora que cuida da loja de flores abraça Alex, entusiasmada, assim que a conhece), nem todos são tão receptivos. Em trechos de conversa que mencionam Mac, logo fica claro que ele não tem uma boa relação com Gabe, algo que chama a atenção em contraste com todo o carinho que o restante do elenco demonstra ter por ele.
Mas não são só as interações que contam histórias. Inúmeros detalhes são deixados na ambientação local, permitindo que uma figura cada vez mais clara dessa pequena cidade seja pintada. A mineradora que opera no local é responsável por empregos e acidentes, como contam os NPCs nas ruas e as placas que relembram a sobrevivência ou homenageiam mineradores perdidos. Já os cartazes sobre uma detonação que acontecerá nas minas deixam um ar de suspense sobre o que vem por aí, fazendo com que você imagine se isso terá importância para a história de Alex ou não.
A trama em si não é surpreendente, sem contar com grandes plot twists em eventos que não tenham sido revelados pelos trailers. Isso, porém, não é uma crítica. Pelo contrário, existe um grande mérito em contar uma história bem, independente das surpresas que ela guardam. É prova de quão bem construídos os personagens são que você se apegue a eles mesmo sabendo que destino os aguarda.
Este é o ponto mais forte (e principal, em um jogo que depende de sua trama) de Life is Strange: True Colors – a história se constrói de modo simples, mas extraordinário. O jogo apresenta uma trama muito voltada para os sentimentos, suas causas e consequências. Isso é tão bem trabalhado que, assim como Alex, você também consegue se conectar com as emoções apresentada ali, sentindo um quentinho no coração nas interações dos irmãos ou raiva quando um cara babaca surge.
Para quem passou a amar a protagonista do primeiro jogo, Max Caulfield, a nova personagem principal deve rapidamente se tornar muito querida. Ao mesmo tempo em que, assim como Max, Alex tem comentários interessantes sobre o mundo ao seu redor e uma personalidade própria com a qual é fácil se identificar, a nova heroína não é simplesmente uma nova versão da primeira. Alex tem sua própria identidade, uma história complexa e conquista desde a primeira cena.
Vamos usar todas as cores
A trama convence desde o princípio, mas não é o único ponto alto do jogo. Em sua base, Life is Strange não é um jogo complexo ou feito para ter muitas mecânicas. O que é apresentado, porém, é feito com louvor. Em todo o capítulo, poucos momentos contam com problemas. A movimentação nem sempre é fluida, e às vezes não dá para evitar dar de cara com elementos do cenário sem perceber. Ainda assim, poucas vezes o jogo apresentou bugs ou problemas de fato, e nenhum que tenha prejudicado seriamente a experiência.
Pequenas interfaces diversas dão profundidade ao universo, como o diário que a protagonista escreve, que lembra muito um recurso dos títulos anteriores da franquia. Neste game, porém, ao invés de recapitular todos os eventos, o diário conta sobre suas experiências com fortes emoções de outras pessoas. Assim, logo que o jogo começa, é possível ler sobre dois acontecimentos anteriores que Alex não discute no primeiro capítulo, já que fazem parte do passado que ela quer esquecer.
Mais uma vez, as cores são bem utilizadas, dando mais cara de “diário” para as passagens, além de representarem as emoções descritas. A associação com música, claramente um elemento muito importante para a heroína da trama, também está presente nessas partes, onde ela escreve trechos de letras ou partituras relacionadas aos eventos que viveu.
Nesse mesmo menu, é possível acessar outros dois conteúdos que acrescentam à trama e às relações entre os personagens. No MyBlock, uma versão do Facebook ou de outras redes sociais semelhantes, é possível ver a comunidade local interagindo entre si, seja em posts sobre eventos ou pessoais. Os comentários também adicionam às personalidades dos habitantes, bem como às suas relações uns com os outros, independentemente da protagonista.
Já no painel de SMS, é possível voltar algumas mensagens e descobrir um pouco mais sobre a construção de Alex. Tudo isso torna o trabalho investigativo de entender a trama e a própria protagonista muito mais interessantes, fazendo com que desde esse primeiro capítulo você queira explorar cada cantinho e cada mensagem.
O que mais se destaca em relação à jogabilidade, no entanto, com certeza é o poder de Alex, que consegue se integrar à narrativa e torná-la mais interessante, interativa e profunda por meio de cada pequeno detalhe. Além de ver as auras coloridas que indicam emoções (azul para tristeza, roxo para angústia/medo/ansiedade e vermelho para raiva), ao interagir com essas emoções é possível ouvir o porquê das pessoas estarem se sentindo assim. De certa forma, é como “ouvir pensamentos” mas apenas aqueles que ecoam as razões para o modo como alguém está se sentindo, seja na forma de irritação com suas próprias inseguranças ou a simples ansiedade de ter exagerado em uma piada ao se apresentar para alguém.
Isso complementa diversos momentos e interações, dando perspectivas únicas de modo completamente condizente com a narrativa. Assim, não fica a sensação de “isso é um jogo, então eu posso ter essas informações”. Aqui, o que o jogo passa é realmente a fantasia da protagonista “eu tenho esses poderes e é por isso que tenho acesso a essas informações”.
A habilidade é usada de modo ainda mais notável próximo ao fim do primeiro capítulo. Sem entrar em detalhes para evitar spoilers e falando apenas do que é preciso para contextualizar, um personagem se encontra em uma situação de perigo que o deixa profundamente assustado. Já tendo perdido o controle antes por causa da influência das emoções das pessoas, Alex precisa enfrentar sua própria hesitação para ajudá-lo, tentando entender o medo ao invés de se afastar de alguém que precisa de ajuda. Assim, ela se aproxima, mas dessa vez a interação com a emoção não leva simplesmente a pensamentos: ela faz com que a protagonista veja o mundo pelos olhos de outra pessoa.
Essa mudança não acontece só em relação a novas interações com o mundo surgindo: as próprias cores do cenário mudam, e o efeito utilizado para demonstrar o pavor de um elemento específico é incrível. A ambientação do jogo faz um trabalho excelente de mostrar que essa não é a visão de mundo de Alex, e que você (e ela) precisam navegar o mundo dessa forma e superar esse medo para avançar.
O primeiro capítulo de True Colors termina de modo surpreendente (e trágico — é impossível não sofrer um pouco com a história, e eu cheguei a me emocionar de verdade), deixando uma grande expectativa para o que o restante do game tem a apresentar. Essa parte inicial da história já dá um gostinho disso, apresentando um começo forte, com personagens bem construídos e um mundo a ser explorado de modo bem interessante, que com certeza vai fazer com que muitos queiram se mudar para Haven Springs e dar início a essa aventura.
Life is Strange: True Colors será lançado dia 10 de setembro, para PC no Windows, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X|S e Stadia. O jogo também chegará ao Nintendo Switch posteriormente.
E aí, animados para o próximo título de Life is Strange?
Confira também: