Nicolas Cage: O que aconteceu com a carreira do ator?
Nicolas Cage: O que aconteceu com a carreira do ator?
Nicolas Cage passa por um momento interessante na carreira, mas afinal, o que aconteceu com o ator?
Amado e odiado em partes iguais, Nicolas Cage é um dos nomes mais interessantes do cinema atualmente. Suas expressões exageradas e absurdas podem consagrar ou condenar filmes inteiros, mas nos últimos anos o ator abraçou sua reputação e começou a se envolver nos projetos mais estranhos e divertidos o possível.
Nicolas Cage passa por uma era de ouro, mas como é que chegamos aqui? Entenda mais sobre a virada que o ator deu em sua carreira nos últimos anos, e conheça os próximos projetos que ele vai estrelar.
- Como Nicolas Cage saiu dos holofotes
- A virada na carreira de Nicolas Cage
- Qual o futuro de Nicolas Cage?
Como Nicolas Cage saiu dos holofotes
Se você não se lembrar, Nicolas Cage era um dos maiores nomes do cinema nos anos 90. Destinado ao sucesso por ser sobrinho de Francis Ford Coppola, diretor de O Poderoso Chefão, o ator decidiu fazer cinema sem usar o sobrenome da família, para criar sua própria reputação – e conseguiu. Longas como Coração Selvagem (1990), A Rocha (1996), Con Air: Rota de Fuga (1997), A Outra Face (1997) e muitos outros consagram Cage como um nome de peso, no mesmo patamar que Keanu Reeves, John Travolta, Bruce Willis e demais talentos da época.
Esse apelo mainstream perdurou durante os anos 2000, quando Cage se envolveu com A Lenda do Tesouro Perdido (2004), O Senhor das Armas (2007) e, claro, Motoqueiro Fantasma (2007), adaptação das HQs da Marvel. Ao fim da primeira década do novo século, porém, o ator começou a se afastar desses blockbusters, e passou a investir em produções menores ou mais experimentais.
A virada na carreira de Nicolas Cage
De 2010 em diante, o ator se envolveu em projetos mais dramáticos como Joe (2013), Cães Selvagens (2016) e Snowden: Herói ou Traidor (2016). A mensagem é clara: Nicolas Cage não só queria papéis sérios, como também era muito capaz de entregar atuações de peso. Com essa segurança, veio a vontade de abraçar a estranhice.
O ator já havia flertado com essa noção em 2007, quando assumiu o papel de Fu Manchu no bizarro “Werewolf Women of the SS”, o filme-falso de Rob Zombie que ganhou trailer em Grindhouse, a coletânea de Quentin Tarantino (Pulp Fiction, Kill Bill) e Robert Rodriguez (Alita, Machete) que homenageia as produções apelativas do Exploitation. O trailer, que traz Cage como um mestre feiticeiro em meio à uma obra com lobisomens nazistas, é considerado um dos melhores filmes que nunca foram feitos, e a aparição do ator é um dos grandes destaques.
Mais de dez anos depois, Nicolas Cage retomou esse apego pela bizarrice com Mandy: Sede de Vingança (2018). O filme de terror do diretor Panos Cosmatos é um verdadeiro pesadelo em neon, que parece saído de uma capa de álbum de heavy metal, cheio de sanguinolência, insanidade e até brigas de motosserras.
O ator vive o protagonista Red, que se vê caçando criaturas monstruosas quando sua namorada, Mandy (Andrea Riseborough), é colocada em perigo. É um filme tão absurdo e fora do normal, especialmente pela atuação de Nicolas Cage, que lhe rendeu créditos com os fãs de cinema de gênero. De lá para cá, tudo que o ator fez foi atender esse público com gosto pelo estranho e inusitado.
De 2018 para cá, Nicolas Cage atuou em filmes ousados como A Cor que Caiu do Espaço (2019), adaptação do conto de H.P. Lovecraft; Jiu-Jitsu (2020), em que estrelou ao lado de Tony Jaa (Ong-Bak), Prisoners of the Ghostland (2021), que mais parece uma adaptação live-action de um anime; Willy’s Wonderland – Parque Maldito (2021), em que precisa sobreviver aos ataques de animatrônicos satanistas, ao melhor estilo Five Nights at Freddys.
Neste tempo, o ator também explorou seu apelo mainstream, que estava voltando pelo hype que seus filmes estranhos estavam trazendo. Foi assim que ele conseguiu o papel de Superman na animação Jovens Titans em Ação! Nos Cinemas (2018), e como o Homem-Aranha Noir no excelente Homem-Aranha no Aranhaverso (2019).
Um dos projetos mais recentes dele é Pig, drama em que interpreta um fazendeiro em busca de sua porca sequestrada. O longa foi altamente elogiado pela crítica, e pode também render uma indicação para Nicolas Cage ao Oscar. Falando sobre o filme, o ator comparou a trama com sua própria carreira (via Variety):
“Sinto que eu me exilei na floresta, e deixei a pequena cidade que é Hollywood. Não sei exatamente o motivo de Rob [protagonista de Pig] ter deixado a civilização, isso nunca é explicado, e é algo que gosto no filme. Mas, pessoalmente, não sei se quero voltar e fazer outro filme da Disney. É aterrorizante, é um clima totalmente diferente. Há muito medo por lá.”
O ator ainda comparou a experiência de estrelar um blockbuster com fazer produções menores ou independentes:
“Quando estava fazendo vários filmes do Jerry Bruckheimer em sequência, era um jogo de muita pressão. Havia muitos momentos divertidos, mas ao mesmo tempo, tinha muito de ‘Escrevemos a cena desse jeito, então precisa ser atuada assim’. Eles ligam a câmera em você e pedem as falas de um certo modo. Eu topo fazer assim, mas quero testar outras maneiras. Nos filmes independentes, há mais liberdade para experimentar e ser fluido. Há menos pressão e mais espaço para respirar.”
Qual o futuro de Nicolas Cage?
A era de ouro de Nicolas Cage, marcada por projetos bizarros do ator, não deve acabar tão cedo – pelo menos não por vontade dele. Além de Pig, que ainda não foi lançamento fora de festivais, seu futuro imediato conta com seus primeiros filmes faroeste: The Old Way, de Brett Donowho (Atos de Violência); e Butcher’s Crossing, de Gabe Polsky (Genius, Red Army). Mas o seu projeto mais chamativo é, sem dúvidas, The Unbearable Weight of Massive Talent, filme em que Nicolas Cage interpretará uma versão de Nicolas Cage que se torna agente da CIA. O ator já lançou a real sobre o longa:
“Eu nunca vou assistir esse filme. Ouvi dizer que é um bom filme, e que as pessoas estão amando a experiência, mas fiz para o público. Sem condições de ir na estreia e assistir com todo mundo. Psicologicamente, é muito bizarro e estranho para mim.”
Entre todos os filmes dramáticos, animações e estranhices, Nicolas Cage demonstra amor verdadeiro por tudo que faz. Recentemente, durante uma entrevista, foi levantado o seu extenso currículo, que já passou da marca de 100 filmes estrelados. Quando questionado sobre a possibilidade de se aposentar, o ator negou firmemente:
“Não, não, não. Não, não. Isso não pode acontecer. Fazer o que eu faço no cinema tem sido um anjo da guarda para mim, e eu preciso. Me sinto mais saudável quando estou trabalhando, preciso desse lugar positivo para expressar minhas experiências de vida, e o audiovisual me entregou isso. Eu nunca vou me aposentar.”
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