Loki 1×03: Lamentis
Loki 1×03: Lamentis
Após dois episódios frenéticos, chegou a hora de Loki dar uma freada!
Atenção: Alerta de Spoilers!
Algo que todas as séries da Marvel/Disney+ estão fazendo (e podemos notar isso tanto em WandaVision quanto Falcão e o Soldado Invernal) é que, após um sólido começo com ótimos episódios, há sempre um episódio no meio da temporada que dá aquela desacelerada e não traz muita coisa nova. E pelo visto, Loki também veio para seguir a tendência, a julgar pelo terceiro episódio dessa primeira temporada.
Intitulado “Lamentis“, em referência ao cenário onde a maior parte da trama se passa, o episódio começa no exato ponto onde o anterior terminou, com Loki seguindo Sylvie por um portal. A “versão feminina” do Deus da Trapaça acaba indo parar na Agência de Variação Temporal, onde pretende matar os Guardiões do Tempo. Porém, ela é impedida no último segundo por Loki, e os dois vão parar em um local à beira do colapso (literalmente).
No episódio, essas duas versões da figura mitológica ficam aprisionados em Lamentis-1, uma lua que está prestes a ser destruída, uma vez que o planeta Lamentis está sendo destruído e jogando seus detritos sobre ela. Ambos então precisam correr contra o tempo para fugir do lugar antes que seja tarde demais – e aqui vai um spoiler: quando nós chegamos ao fim do episódio, nenhum dos dois conseguiu fugir ou evitar a catástrofe, dando gancho para o próximo.
De modo geral, esse novo capítulo de Loki não chegou a ser ruim – pelo contrário, foi sensacional poder ver a interação entre Tom Hiddleston e Sophia Di Martino, criando uma relação de gato-e-rato. Embora os dois representem versões diferentes da mesma pessoa (ao menos, por enquanto é o que se acredita), dá para notar as nítidas diferenças entre Sylvie e Loki, que vêm desde suas origens e raízes.
Nesse quesito, o ponto alto do capítulo se dá na sequência que os dois estão a bordo de um trem e começam a conversar sobre suas vidas pregressas. Além de termos finalmente a confirmação da sexualidade de Loki, vemos os dois conversando um pouco a respeito de como foram criados – Loki relembra com carinho de Frigga, enquanto Sylvie permanece mais fechada sobre sua família (aliás, isso me fez teorizar se a mãe dessa versão não seria uma outra personagem ligada à mitologia asgardiana nas HQs: Amora, a Encantor original).
Contudo, no que diz respeito ao contexto do episódio em si, ficou a sensação de que algo estava faltando – e o motivo principal por trás disso está na qualidade dos episódios anteriores, especialmente por trabalhar tão bem temas como determinismo e livre-arbítrio. Dessa vez, esses temas são jogados para escanteio, enquanto analisamos as semelhanças e diferenças entre Loki e Sylvie.
Dito isso, Sophia Di Martino mostra que veio para ficar no papel dessa personagem. Além de ser bem carismática, ela possui uma fagulha diferente quando está como Sylvie. Nela, podemos ver muita raiva acumulada e um espírito rebelde, algo que a aproxima bem mais do Loki retratado no primeiro filme solo do Thor. Suas cenas de humor são muito mais ácidas e irônicas, e ela é muito mais inteligente do que demonstra ser.
Quanto ao Loki “original”, confesso que me irritei um pouco com algumas de suas atitudes – como por exemplo toda a bagunça criada no AVT e a destruição do dispositivo temporal. São coisas que estão obviamente ali para estender mais a trama, mas que pintam o Deus da Trapaça como um paspalho bobão – contudo, eu veementemente acredito que isso tudo não passa de uma distração e que o próprio protagonista está enganando aos outros personagens – e a nós, o público – bem debaixo de todos os narizes possíveis.
Destaque para a sequência final do episódio também. Embora o fim não seja muito satisfatório e o capítulo termine em um gancho bem desnecessário, é importante parabenizar o trabalho de Kate Herron por trás das câmeras, sobretudo no grandioso plano-sequência que acontece quando Loki e Sylvie tentam chegar à “arca de sobreviventes” antes do fim de Lamentis.
É uma sequência bem boa e com cortes muito bem disfarçados, ao mesmo tempo em que explora um senso de caos e perigo iminente bem assombroso. Particularmente gostei muito do próprio visual daquela cidade e como se afasta de todos os “mundos alienígenas” que já vimos ao longo do Universo Cinematográfico da Marvel. Só acho que faltava algo a mais para se tornar um ambiente verdadeiramente memorável.
Mas é basicamente isso. Em seu terceiro episódio, Loki dá aquela freada absoluta que é muito mais sentida por ser uma sequência direta do segundo capítulo da série. Não é um episódio ruim e conta com vários momentos brilhantes – principalmente pelas atuações. Contudo, é o mais fraco da série até agora e nos faz questionar se o plano agora é “arrastar” a trama até a conclusão ou se, no próximo episódio, já retornaremos ao ritmo frenético e alucinado, com várias revelações e reviravoltas, como já estávamos nos acostumando a ver…
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Abaixo, confira os easter-eggs e referências desse terceiro episódio.