Garth Ennis, escritor do Justiceiro, xinga invasores do Capitólio que usaram símbolo do anti-herói
Garth Ennis, escritor do Justiceiro, xinga invasores do Capitólio que usaram símbolo do anti-herói
Para ele, são todos “idiotas”.
Não é de hoje que militares e forças policiais usam o logo do Justiceiro de maneira bastante controversa. Seja em camisetas, carros, acessórios e qualquer outro local visível em seus uniformes, membros de forças armadas continuam a usar o símbolo, o que já fez com que o próprio criador do anti-herói, Gerry Conway, criticasse essa atitude e sugerisse que a Marvel deveria processar os Militares e Departamentos de Polícia que permitissem isso.
Agora, junto de Conway, o escritor Garth Ennis, um dos mais memoráveis e importantes na história do Justiceiro, também falou sobre a utilização do símbolo do personagem por pessoas que compreendem de maneira errônea o que ele e sua origem significam. Em entrevista com o SYFY Wire, Ennis, falou sobre a invasão ao Capitólio americano e sobre as diversas pessoas que estavam usando o símbolo do anti-herói durante o ato.
“Eu já disse isso outras vezes, mas ninguém quer ser o Justiceiro. Ninguém quer ir três vezes para uma zona de combate com a última dando catastroficamente errado, voltar com uma cabeça cheia de vidro quebrado, ver sua família ser alvejada por uma metralhadora até virarem miúdos sangrentos na sua frente e então dedicar o resto de suas vidas a viver em um massacre frio, desolador e sem coração”.
“As pessoas usando o logo nesse contexto estão enganando a si mesmas, assim como os policiais que estavam usando no verão. O que eles querem é usar um símbolo aparentemente assustador em uma camiseta, mostrar que mandam por ai, então voltar para a casa para sua esposa e crianças e continuar suas vidas cotidianas. Eles não pensam sobre o símbolo do Justiceiro mais do que os idiotas que eu vi na quarta-feira, aqueles abanando as estrelas e listras enquanto invadiam o prédio do Capitólio”.
Não é de hoje que Conway e outros escritores de HQs do próprio personagem criticam o uso e a glorificação do Justiceiro. Conway já confirmou em diversas ocasiões que o personagem foi feito como uma crítica à hiperviolência e aos vigilantes do mundo real, mas ainda assim o personagem continua tendo sua essência deturpada para se transformar em um “símbolo da lei”, quando Castle é nitidamente visto como um criminoso.
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