Sequência ou reboot: Entenda O Esquadrão Suicida

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Sequência ou reboot: Entenda O Esquadrão Suicida

Por Leo Gravena

Com o lançamento de O Esquadrão Suicida nos cinemas, muitos fãs ficaram confusos sobre a ordem cronológica do filme dentro do Universo Estendido da DC e como ele se relaciona com o primeiro filme, a maior duvida sendo, é um reboot ou uma sequência? E por mais que pareça fácil definir isso, o fato é o filme não é nenhum dos dois.

Desde que foi anunciado, a Warner Bros., James Gunn e os produtores do filme pareciam se contradizer muito ao falar sobre o longa. O produtor Peter Safran, em março de 2019, disse que o filme era um “reboot total” e por esse motivo o filme não se chamava “Esquadrão Suicida 2”, contudo, no mês seguinte surgiram noticias dizendo que a Warner considerava o filme como “Esquadrão Suicida 2”.

A resposta que se manteve mais real ao que vimos no filme naquela mesma época veio de David Ayer, diretor do Esquadrão Suicida de 2016 que ao responder uma pessoa no twitter sobre o projeto de Gunn disse: “Não é uma sequência, é uma reinvenção”.

Mas isso ainda não responde a dúvida dos fãs, afinal, O Esquadrão Suicida de 2021 é um reboot ou uma sequência? Caso você não consiga aceitar que o longa não é um nem outro, existe outra resposta que pode ser dada: o filme é os dois ao mesmo tempo.

James Gunn celebra com seu elenco nos bastidores de O Esquadrão Suicida.

Nessa nova iteração da equipe, personagens como a Arlequina (Margot Robbie), Rick Flag (Joel Kinnaman), Capitão Bumerangue (Jai Courtney) e a líder da Força Tarefa X, Amanda Waller (Viola Davis) retornam para os mesmos papéis do primeiro filme, mas todos eles estão bem diferentes, seja em visual ou personalidade – o Bumerangue sendo a única exceção.

O novo filme também reconhece que Flag, Arlequina e Bumerangue possuem um passado juntos, mas me momento algum cita os eventos da trama de 2016. Dessa forma, temos duas opções/teorias  para acreditar que o filme é um reboot ou uma sequência:

  • Reboot: Eles se conhecem de outras missões da Força Tarefa X, que já está operacional à alguns anos sendo comandada por Waller, com o Capitão Bumerangue e a Arlequina já tendo participado de outras missões juntos e com Rick Flag.
  • Sequência: Os eventos de Esquadrão Suicida são cânones e eles se conheceram ali. Desde a fuga da Arlequina ao final do filme, ela não havia sido pela pela polícia e apenas agora retornou, porém ainda se lembra do Bumerangue e de Flag.

Pacificador (John Cena), Sanguinário (Idris Elba), Bolinhas (David Dastmalchian) e a Caça-Ratos 2 (Daniela Melchoir) se destacam como novos membros da equipe.

Porém, depois do inicio da trama, as relações interpessoais entre esses personagens, que são a única ligação com o longa de 2016, se afasta e o foco fica na relação deles com os novos personagens: Pacificador (John Cena), Sanguinário (Idris Elba), Tubarão-Rei (Sylvester Stallone), Bolinhas (David Dastmalchian) e a Caça-Ratos 2 (Daniela Melchoir).

Junto de Rick Flag e Arlequina, os novos personagens deixam a entender que essa é a primeira vez deles junto do Esquadrão Suicida, de forma que não fica claro que a equipe operou em outros momentos entre as duas histórias. O filme também deixa claro que Amanda Waller escolhe cada pessoa em sua equipe devido as habilidades específicas de cada um, ou seja, podem ter havido outras missões que não foram mostradas com outros vilões da DC.

Em uma entrevista com o Daily News em 2 de agosto, James Gunn finalmente explicou melhor o que é o filme, dizendo que ele é “uma sequência que não é uma sequência”.

“Francamente, a estranheza de fazer uma sequência que não é uma sequência era parte do apelo. Apenas porque é algo muito diferente.

 

Eu penso em ‘Alien’ e ‘Aliens’ como um bom exemplo. Ambos são muito agradáveis, mas Aliens foi um filme muito, muito diferente [do primeiro]. E a ideia de fazer algo assim era interessante”. 

Ainda na mesma entrevista, Gunn disse que considerou mudar completamente tudo apresentado no Esquadrão Suicida de 2016, porém reconsiderou e decidiu manter apenas os elementos dos quais ele gostava.

“Primeiro eu pensei em mudar todo mundo. E eu fiquei tipo, não, quer saber, tem que ter uma Amanda Waller e não existe uma Amanda Waller melhor que Viola Davis, então como poderia tirar ela? Eu amei a Margot [Robbie] como Arlequina, mas também amei a Margot em ‘Eu, Tonya’. Ela é realmente algo especial. Então eu meio que contei a história que eu queria, enquanto pegando os elementos que realmente gostei do primeiro filme”. 

Rick Flag, Arlequina e Capitão Bumerangue retornam após aparecerem no Esquadrão Suicida de 2016.

Para os fãs de quadrinhos, uma comparação interessante a se fazer é que os dois filmes são renumerações, ou volumes diferentes, de uma revista do Esquadrão Suicida, cada uma com uma equipe criativa diferente e, mesmo estando na mesma editora, elas não precisam necessariamente ser uma continuação das histórias anteriores apresentadas nesse universo.

O melhor de tudo isso é que o filme de James Gunn deixa bastante coisa em aberto para você decidir por si próprio: caso você seja um fã do filme de David Ayer e do Coringa de Jared Leto, você pode assistir o filme e aceitar que os personagens mudaram um pouco devido aos cinco anos que se passaram; já se você prefere esquecer a existência do outro longa da equipe, é só aproveitar essa história como uma nova versão do Esquadrão Suicida.

O Esquadrão Suicida segue a estranha equipe de vilões da DC quando eles se tornam membros da Força-Tarefa X e são enviados para a ilha sul-americana de Corto Maltese. Margot Robbie, Joel Kinnaman, Jai Courtney e Viola Davis retornam nos papéis do filme original, enquanto Idris Elba, John Cena e Peter Capaldi atuam em papéis inéditos. O filme possui 2 horas e 12 minutos de duração e duas cenas pós-créditos.

O filme já está disponível nos cinemas brasileiros e deve chegar ao HBO Max no Brasil em 9 de setembro.

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