Leonard Roberts revela caso de racismo nos bastidores de Heroes
Leonard Roberts revela caso de racismo nos bastidores de Heroes
Ator fez uma grande declaração sobre problemas com sua coestrela, Ali Larter, que respondeu as acusações.
Ontem, dia 16 de dezembro, o ator Leonard Roberts, de American Crime Story e Buffy: A Caça-Vampiros, compartilhou uma grande carta com a Variety sobre diversas situações de racismo que ocorreram durante as gravações da primeira temporada de Heroes, a série da NBC que foi um grande sucesso em 2006.
A série foi um grande sucesso e lançou nomes como Zachary Quinto, Milo Ventimiglia e Hayden Panettiere. Roberts também acreditava que a série seria uma grande oportunidade para ele, já que ele era um dos personagens regulares, porém ele acabou sendo tirado da série na temporada seguinte e morrendo em um flashback rápido.
Em seu ensaio falando sobre o racismo estrutural de Hollywood tendo como base sua experiência em Heroes, o ator falou sobre como não havia nenhum roteirista negro da equipe e que, diferente dos outros atores principais, ele nunca teve a oportunidade de se reunir com os roteiristas para trabalhar melhor a história e dar sugestões para o personagem.
O personagem em questão, D.L. Hawkins, era um presidiário que tinha a habilidade de passar por objetos sólidos. Conforme verificado pela revista, em um dos roteiros do primeiro episódio da série, o personagem era descrito como “o pesadelo de todo homem branco”. Mesmo tendo sido prometido que estaria na série desde o piloto, a estreia de Roberts foi sendo adiada diversas vezes, com ele aparecendo apenas no sexto episódio da primeira temporada.
D.L. tinha um relacionamento bastante explosivo com Nikki Sanders, a personagem de Ali Larter. Segundo o ator ele “estava interessado apenas em lidar com o drama que estava nas páginas [do roteiro], porém isso se provou algo difícil”. Roberts contou sobre uma cena em específico, na qual ele e Larter estavam juntos em uma cama e a atriz se recusou a abaixar um pouco da alça de sua camisa, para “combinar com ele” segundo o diretor, que estava sem camisa. A atriz se recusou a fazer isso, ou a tocá-lo. Alguns episódios depois, a personagem aparece apenas de lingerie seduzindo o personagem de Adrian Pasdar, com quem o ator conversou e descobriu que ela não teve nenhum problema ao filmar a cena.
Em outro momento, o ator contou sobre quando os dois se encontraram nos upfronts da temporada 2007-2008. Lá, Larter conversou com ele apenas para dizer que das várias capas diferentes da revista EW – cada uma com um núcleo diferente da série em destaque – a dos dois estava vendendo menos. “Foi a primeira e única coisa que ela me disse naquela noite e eu acredito que o subtexto estava claro: eu estava manchando a marca dela”, disse Roberts.
Ele também falou sobre como a atriz vivia dizendo que não “o suportava” nos bastidores e que não conseguia trabalhar com ele – algo difícil já que ele era o interesse amoroso dela na série e parceiro de diversas cenas. O ator então começou a temer por seu futuro na série. “Eu fui dito, contudo, que a resposta da produção [sobre ele sair da série] foi ‘Nós amamos o Leonard’. E em março de 2007, enquanto filmando o penúltimo episódio da temporada, um produtor me disse que eu iria voltar para a segunda temporada. Eu tomei isso como um sinal positivo”.
Contudo, no dia seguinte aos Upfronts, o ator recebeu uma mensagem de voz de Tim Kring, o showrunner e principal produtor da série, dizendo que ele não retornaria na segunda temporada devido “a situação com Ali Larter”. Quando a série retornasse para a segunda temporada, o público iria descobri que D.L. havia morrido com um tiro (mesmo tendo a habilidade de passar por objetos sólidos).
Após a noticia, o ator se reuniu com Kring e o produtor Dennis Hammer, que afirmaram para ele que Larter era “odiada” por toda a produção, enquanto ele era amado, dizendo: “Não pense nisso como uma situação na qual o homem negro perde e a mulher branca vence”. Ainda assim, ele foi removido da produção.
A Variety deixou claro que corroborou a história de Roberts com 10 pessoas que trabalharam em Heroes na época e estavam familiarizadas com a situação dele na série. A revista também procurou os produtores Kring e Hammer, que apenas elogiaram Roberts e em momento algum o desmentiram.
Algum tempo depois da publicação, Ali Larter respondeu às acusações, declarando:
“Estou muito triste em ouvir sobre a experiência de Leonard Roberts em Heroes e estou de coração partido ao ler sobre sua percepção de nosso relacionamento, o que não combina com minha memória ou experiência na série. Eu respeito Leonard como um artista e aplaudo ele e qualquer outro usando sua voz e plataforma. Eu realmente sinto muito por qualquer papel que eu tenha tido na experiência dolorosa dele durante aquela época e eu desejo o melhor para ele e sua família”.