Os videogames são maiores do que o cinema, mas não parece!
Os videogames são maiores do que o cinema, mas não parece!
Muita gente ainda enxerga os games como algo ruim.
Atualmente, fãs de quadrinhos, filmes, séries e games caminham praticamente juntos, aliás, é muito comum encontrar pessoas que gostem das três vertentes simultaneamente, porém por mais que muita gente partilhe de interesses em comum por essas áreas, isso nem sempre foi assim. Atualmente, quando comparamos as três indústrias em termos comerciais, descobrimos uma diferença gritante entre elas em termos financeiros, porém por incrível que pareça, a indústria dos videogames está no topo, mas a sensação que temos é a de que o cinema está no topo.
Com uma história iniciada em 1895, o cinema se tornou uma das principais formas de arte da atualidade. Derivado dele, veio a televisão, que também se tornou uma fonte fortíssima de entretenimento, além de ser uma das principais fontes de investimento em publicidade. Anos mais tarde, o avanço da tecnologia permitiu a descoberta dos computadores, que além de serem ferramentas extremamente úteis na transferência e armazenamento de informações, acabaram também sendo usados para o entretenimento e é aí que começa a história dos videogames.
Em 1962, Slug Russel, Wayne Witanen e Martin Graetz criaram o primeiro jogo para computadores e de lá pra cá, os jogos cresceram, se tornaram mais realistas, interativos e grandiosos, fazendo com que essa indústria se tornasse uma das mais lucrativas de todos os tempos, superando até mesmo a do cinema e televisão.
Mesmo que hoje em dia os videogames sejam uma verdadeira mina de ouro, eles ainda não estão permeados na cultura mundial tanto quanto outros meios de entretenimento, aliás, até hoje, os videogames ainda são mal vistos por muita gente e até mesmo atrelados à algumas crenças populares. Ainda é comum encontrar pessoas que acreditam que conectar consoles de videogame na televisão faz com que elas parem de funcionar, o que é um absurdo, já que ambos os aparelhos foram desenvolvidos para funcionar em conjunto e o tempo de vida útil de um aparelho não está ligado ao outro.
Além disso, falando especificamente sobre os consumidores brasileiros, temos os agravantes das altas cargas tributárias imbuídas nos consoles e jogos de videogame, o que resulta em um aumento astronômico nos preços de comercialização desses itens por aqui, fazendo deles um segmento muito mais restrito do que a TV e o cinema, por exemplo.
Mesmo com esses empecilhos, a indústria brasileira de games cresceu bastante nos últimos anos, uma tendência que deve se manter e acompanhar (mesmo que em menor escala) o resto do mundo.
Como exemplo básico do poder da indústria dos videogames, podemos citar o jogo GTA V, que vendeu mais de 11 milhões de cópias só nas primeiras 24 horas de seu lançamento, arrecadando mais de US$ 815 milhões em seu primeiro dia, o que é um valor astronômico e imbatível até mesmo para filmes extremamente aguardados.
Depois dos primeiros três dias de seu lançamento, GTA V já havia alcançado a marca de US$ 1 bilhão em faturamento, o que é ainda mais impressionante, quando levamos em conta que os filmes, geralmente, demoram alguns meses para atingir essa marca, além do fato de precisarem cair no gosto popular para se tornarem tão rentáveis.
Mesmo com essa discrepância de faturamentos, a sensação é de que a indústria do cinema é muito mais popular do que a dos games e isso se deve à uma questão cultural em relação às duas indústrias. Quando levamos em conta que a indústria do cinema é mais antiga, fica mais fácil aceitar isso, podem também devemos considerar o preconceito enraizado nos games, conforme descrevemos acima, fora fato de que os games são um nicho totalmente digital, o que cria um certo afastamento para com o público, diferente dos filmes, que são representados por pessoas reais.
É muito comum vermos milhares de pessoas comentando sobre premiações cinematográficas como Oscar, até mesmo as pessoas que consomem filmes casualmente, contudo, o mesmo não acontece com premiações dedicadas aos games. Você provavelmente se lembra dos nomes de grandes diretores de cinema, mas vai sentir dificuldades em se lembrar do nome de diretores de jogos de videogame, até mesmo se o jogo for um de seus favoritos.
Felizmente, estamos vendo uma mudança nessa cultura e, cada vez mais, os jogos e seus desenvolvedores têm ganhado mais destaque e reconhecimento, aumentando não só o valor material dessa indústria como também o valor imaterial. Atualmente, os jogos se tornaram até mesmo uma modalidade de esporte, o que indica uma permeação cada vez maior no cotidiano da população. Daqui a um tempo, a geração que cresceu sem preconceitos para com os videogames fará com que eles se tornem mais presentes em outras mídias, tais como a televisão, que ainda é um veículo de comunicação extremamente importante para as massas e que ajuda o cinema a manter essa sensação de superioridade.
Para muitas pessoas, os jogos são mais do que entretenimento, servindo para ajudar no aprendizado de novas línguas, inspiração para carreiras e diversas outras utilidades. Assim como outras formas de arte, os videogames merecem ser incentivados e não estigmatizados.
Fique com imagens de Resident Evil 2, um dos jogos mais populares de 2019, até o momento: