Cavaleiros Jedi: mais reais do que você pensa!
Cavaleiros Jedi: mais reais do que você pensa!
Eles caminham entre nós!
Grandes guerreiros. Campeões da paz. Guardiões da justiça. Lendas de uma época há muito passada. Não importa como você os veja, os Jedi são uma das coisas mais fascinantes e atraentes de toda a mitologia de Star Wars. Quem nunca quis mover objetos com a mente e travar duelos épicos com um sabre de luz? Ser um Jedi sempre foi o sonho de 10 entre 10 fãs da saga intergaláctica criada por George Lucas.
E se eu lhe dissesse que os Jedi são reais e que estão por aí, espalhados pelo mundo? É claro que guardadas às suas devidas proporções, afinal, ninguém pode mover objetos com a mente… pelo menos não ainda. Mas é um fato inegável que estes guerreiros motivados pela paz e o auto-conhecimento transcenderam as telas do cinema e caminham entre nós, meros mortais. E mais ainda: você também pode se tornar um.
Para começo de conversa, precisamos entender que George Lucas não criou os cavaleiros Jedi do mais absoluto nada. Eles foram fortemente inspirados nos samurais, os guerreiros do Japão medieval que tem muita coisa em comum com suas contrapartes de uma galáxia muito, muito distante. Primeiramente, eles eram conhecidos por sempre andarem com suas características katanas, espadas que eles usavam com uma maestria tamanha que era como se funcionassem como uma extensão de seu próprio corpo, assim como acontece com os Jedi e seus sabres de luz. E para ambos, suas armas são suas próprias vidas, como Obi-Wan Kenobi bem falou em Ataque dos Clones para um jovem e inexperiente Anakin.
Segundamente e ainda mais importante, os samurais viviam sob um código de conduta bastante rígido durante toda a sua vida e estavam prontos para matar e morrer por ele. Este código, chamado Bushido, girava em torno de honra, compaixão, lealdade, cortesia, coragem, justiça, humildade e um profundo comprometimento, características que qualquer Jedi de verdade deve ter. O Bushido também pregava a razão acima da emoção e a paz acima da paixão, exatamente o que prega o código Jedi.
Para efeito de comparação, vejamos o que diz o código de honra dos cavaleiros Jedi:
Não há emoção, há a paz.
Não há ignorância, há conhecimento.
Não há paixão, há serenidade.
Não há caos, há harmonia.
Não há morte, há a Força.
Podemos ver que George Lucas bebeu da fonte dos guerreiros orientais na hora de criar seus heroicos cavaleiros, sobretudo no último verso, que fala sobre a morte. Para um samurai, a morte em combate é uma certeza e eles estão tranquilos quanto a isso, pois morrer com honra seria garantir seu legado e sua paz de espírito e deixando seus valores para os vivos, transcendendo o próprio conceito de morte. Algo parecido com quando um Jedi “se une à Força” ao deixar este mundo.
Deixando um pouco os samurais de lado, falemos sobre a característica mais importante de um Jedi, aquilo que o difere de um simples iniciado com um sabre de luz nas mãos: sua devoção inabalável à Força, que funciona basicamente como seu credo, sua religião. Esses guerreiros dedicam suas vidas a estudá-la, compreende-la e respeitá-la, sem nunca, no entanto, adorá-la. E é aqui que ela se difere a todas as religiões do mundo real. Mas a Força não existe na vida real… ou será que sim?
Para compreendermos melhor a Força em nosso mundo, precisamos primeiro mudar nosso conceito sobre ela. Não se trata de um ser consciente, onipresente e onipotente que nos julga, nos condena ou nos salva, como Alá, Shiva ou o Deus cristão. A Força está mais para uma, bom… “força” da natureza, criada pela própria vida, mas que ao mesmo tempo a faz crescer, morrer e renascer. Ela “nos cerca, nos penetra e mantém a galáxia unida”, mais uma vez citando o velho Obi-Wan. É o campo de energia que rege nossas vidas neste mundo, agindo diretamente sobre nós e o ambiente que nos cerca. E forças da natureza, como todos sabemos, são bem reais. A ideia de que ela segue algum desígnio é que já está na dimensão da crença.
Nós não controlamos a Força, mas também não somos controlados por ela. Agimos como simbiontes, tirando proveito um do outro, em uma relação de respeito mútuo. Isso pode ter várias interpretações. Obviamente que não estou falando de levitar pedras ou tirar naves de atoleiros, e sim de encarar a vida sob um outro ponto de vista, o de que pode existir um equilíbrio interior baseado entre viver e respeitar a vida, que é algo no qual os Jedi acreditam e valorizam profundamente. Deste modo, podemos “viver a Força” e estar em harmonia com ela, isto é, se você estiver disposto a encarar a vida desta maneira.
De fato, existem muitas pessoas dispostas a isso. O suficiente para criarem um movimento religioso oficial, o “Jediísmo”, que tem milhares de seguidores no mundo inteiro e até mesmo templos Jedi reconhecidos como locais de encontro. Seus seguidores não definem sua crença como uma religião propriamente dita, e sim como um código de conduta baseado nos valores dos Jedi, com alguns elementos do zen budismo.
Ok, tudo isso é muito interessante e tudo mais, mas e os sabres de luz? E o estilo de luta dos Jedi? Tudo isso é algo que também podemos encontrar e aprender no mundo real? Bem, sim e não. É claro que sabres de luz não poderiam existir em nosso mundo devido a uma série de limitações físicas, mas seus métodos de combate, esses sim são bem reais, ou pelo menos a interpretação livre deles.
De fato, existem sete formas de combate que compõe o estilo de luta dos Jedi e os torna adversários formidáveis mesmo diante do inimigo mais poderoso. São elas:
-Forma I: Shii-Cho: A mais básica e antiga de todas, ensinada aos estudantes ainda crianças e mais focada em defesa.
-Forma II: Makashi: Uma forma que combina ataque, defesa e movimentos graciosos e equilibrados onde se usa apenas uma das mãos para lutar, com o intuito de desarmar o oponente.
-Forma III: Soresu: A forma de defesa definitiva, que deixa seu usuário sem qualquer abertura para ataques inimigos. Praticamente a própria expressão da filosofia de não-agressividade dos Jedi.
-Forma IV: Ataru: Se Soresu é a defesa definitiva, Ataru é o ataque. Usando velocidade, habilidade e força, a forma Ataru permite ao Jedi ataques precisos combinados a movimentos acrobáticos, algo parecido com o que vemos no Kung Fu.
-Forma V: Shien & Djem So: A fina arte do contra-ataque. Enquanto Shien foca em duelos a distâncias um pouco mais longas, Djem So consiste em usar a força do adversário contra ele mesmo.
-Forma VI: Niman: Esta é a combinação de todas as formas anteriores em uma técnica de luta única e centralizada, sem nenhum ponto fraco em particular. Apenas dominando todas as outras com maestria é possível usar a Niman com eficiência em um combate real, e tal eficiência depende do grau de treinamento de seu usuário.
Forma VII: Juyo (ou Vaapad): O estilo mais perigoso e agressivo de todos. Esqueça a defesa e o equilíbrio, a intenção aqui é bater forte e onde dói mais. Por flertar com a raiva e o lado sombrio, esse é um estilo indicado apenas por aqueles com total controle sobre suas ações, sem se deixar dominar por seus instintos destrutivos.
A boa notícia é que qualquer um que estiver disposto a treinar com afinco e estudar cuidadosamente cada estilo pode aprender a dominar as técnicas de luta usadas pelos Jedi e os Sith de Star Wars. Existem academias espalhadas pelo mundo dedicadas unicamente a passar esse conhecimento, onde os alunos usam sabres de luz reais – ou pelo menos o mais próximo possível disso, com lâminas de policarbonato ultra-resistentes – para treinarem e se aperfeiçoarem nos sete estilos conhecidos. Há inclusive torneios oficiais de combate com sabres de luz, onde os estudantes se enfrentam em combates reais e testam suas habilidades contra outros praticantes.
Em suma, ser um Jedi é perfeitamente possível na vida real, mesmo com as limitações dela. Você pode usar tudo o que leu aqui para buscar conhecimento e se tornar um, ou algo que pelo menos se assemelhe a um, só depende de você. Seja encarando a vida e os desdobramentos dela pelos olhos de um Jedi, seguindo firmemente sua filosofia e fazendo o mundo um lugar um pouco melhor, ou se tornando habilidoso com um sabre de luz nas mãos -por que não os dois? -, é inteiramente com você. “Impossível é apenas na sua cabeça”, já dizia o mestre Yoda.
Para finalizar, deixo um dos últimos ensinamentos de Qui-Gon Jinn, ideais para qualquer um que esteja pensando em trilhar este caminho:
“Será uma vida difícil.
Sem recompensa. Sem remorso. Sem arrependimento.
Um caminho será colocado diante de você.
A escolha é só sua.
Faça o que acha que não poderia fazer.
Será uma vida difícil
Mas você descobrirá
Quem você realmente é.”
Veja também imagens de A Ascensão Skywalker, o próximo filme da saga: