The Gifted: 2×06-07 – Quem são os verdadeiros inimigos dos mutantes?
The Gifted: 2×06-07 – Quem são os verdadeiros inimigos dos mutantes?
Mais uma semana, mais uma review minha reclamando da Resistência Mutante.
Eu vou tentar ser sucinto, especialmente porque na review passada eu já falei sobre isso tudo aqui. Vou só reforçar algumas coisas.
Primeiro de tudo: No sexto episódio dessa temporada vimos mais um ataque dos Purificadores. O grupo de extremistas humanos, que agora conta com o apoio e organização do maldito e obcecado agente Turner, bombardeou uma igreja que servia de abrigo para alguns mutantes e, não satisfeitos com isso, ainda formou um cerco para pegar os sobreviventes que estavam a salvo em outro lugar.
Blink, Marcos, Reed e Pássaro Trovejante estavam junto desses mutantes, incluindo alguns rostos bem conhecidos como o mutante capaz de projetar medo nas pessoas e o querido Shatter, que aparece para contar sua triste história e dizer para Reed que ele precisa lidar com os seus poderes.
O que acontece em seguida? Claro, Shatter morre. Era de se esperar que o retorno do personagem fosse significar um reforço para a Resistência, mas na verdade o rapaz só ganhou falas para deixar sua partida um pouco mais dramática, mas esse não é o ponto do que quero falar.
Shatter matou um dos Purificadores, conseguindo fazer isso antes que Turner disparasse contra seu coração. Tudo isso era uma tentativa de fazer com que os poucos sobreviventes conseguissem fugir. Sim, poucos, porque a grande maioria afetada pelo gás dos Purificadores foi deixada para trás pela Resistência.
Sim, os grandes heróis da história simplesmente fugiram por um túnel, levando com eles apenas dois ou quatro novos mutantes, mas haviam muitos outros que ficaram incapacitados pelo gás – e todos eles foram deixados para trás, para serem presos e possivelmente torturados.
Ah Chris, mas agora eles finalmente vão parar de perseguir o Círculo Interno e fazer alguma coisa contra os verdadeiros inimigos né? Bom, era de se esperar que isso fosse acontecer, mas não é o caso. O episódio seguinte a Resistência não só não dá a mínima para todos os mutantes que ficaram para trás, como reforçam que os culpados disso tudo são os integrantes do Círculo Interno.
Johnny diz: “O Círculo Interno está vencendo a gente no nosso próprio jogo, pessoas estão perdendo a fé.” A frase por si só já é patética, mas fica ainda mais tosca quando levamos em conta o momento em que ela foi dita. Enquanto o Círculo luta para acabar – sem mortes desnecessárias – com um dos maiores financiadores dos grupos extremistas e anti-mutante. Enquanto a Resistência não dá a mínima para Shatter e todos os outros que morreram e ficaram para trás.
Mais do que isso, o “pessoas estão perdendo a fé” é algo ridículo de se dizer, especial quando as ações do Círculo tem estimulado centenas de mutantes a saírem nas ruas pedindo mudança, lutando por um mundo melhor, com muita fé e esperança de que as coisas realmente podem mudar.
Quantas pessoas saíam às ruas se manifestando quando só a Resistência protagoniza essa história? Isso mesmo, ninguém. Todo mundo se escondia e tentava fugir, porque se mostrar mutante era sinal de que você iria morrer.
A pergunta disso tudo é exatamente a mesma que Clarisse faz. O que a Resistência está fazendo pelos mutantes? Como ela está melhorando o mundo? A resposta é: Eles não estão. Todo mundo parece preocupado demais em lidar com o ego ferido do que realmente entender que, ainda que os meios não sejam os melhores, o Círculo Interno realmente está lutando por um mundo melhor.
Tudo isso só dá a impressão de que, mesmo quando um suposto amigo deles morrem pelas mãos de humanos, a Resistência ainda prefere culpar o Círculo Interno. “Caramba, humanos mataram o Shatter, agora o Círculo Interno foi longe demais!!!”
Pior que isso. Ao invés de focar nos problemas reais que eles estão enfrentando, Marcos vai envenenar o relacionamento de Johnny e Clarisse, dizendo que não acha que ela é confiável por estar interessada demais nos Morlocks. E o que Johnny faz? Ouve Marcos e confronta Blink, que revela que realmente tem ajudado o grupo de mutantes.
E por que ela faz isso? Porque eles pelo menos estão fazendo alguma coisa. Se eu fosse a Blink eu já teria mandado todo mundo de ferrar e ido de vez para os Morlocks. A teleportadora seria extremamente útil para conseguir comida para o grupo e ajudaria em resgates/transporte caso fosse necessário.
Eu não sei se era intencional ou não, mas se a ideia dos produtores era pintar a Resistência como hipócrita, burra e infantil, eles estão fazendo um trabalho excelente. Inclusive, adoraria que tivéssemos episódios focados quase que exclusivamente no Círculo Interno.
Falando sobre coisas positivas agora, finalmente vimos as cinco Irmãs Frosts e tivemos um aprofundamento na história das minhas personagens favoritas da série. Fiquei extremamente feliz com a origem aproximada dos quadrinhos com elas sendo clones, como a atriz revelou em uma entrevista, a série deve começar a abordar a origem delas como clones da Emma Frost, ainda que faça isso de uma forma sutil, como é o caso de Polaris e Magneto.
O aprofundamento na história das Frosts serviu para criar mais empatia para as garotas, explicando porque elas são como são, além de explorar a personalidade individual de cada uma delas e como nem sempre as garotas concordam com tudo. Mais do que isso, toda a revelação de que elas eram obrigadas a ler a mente de mutantes – sabendo que elas estavam contribuindo para a morte de mais mutantes – e ter que sentir suas outras duas irmãs morrendo foi um momento muito tenso e de partir o coração.
Isso, no entanto, ajudou a criar uma relação entre Esme e Lorna, que finalmente teve mais falas nos últimos episódios. Ainda que a Mestra do Magnetismo tenha surtado um pouco com a telepata, ela logo entendeu a origem de sua colega e isso pode ser o início de uma amizade forte.
Também vimos um pouco mais do lado humano de Reeva, não só o seu passado sendo vítima do ódio dos humanos – e vendo amigos queridos morrendo – mas também vendo como ela é uma pessoa normal, que se apaixona e faz sacrifícios pelo bem maior. Mais do que isso, vimos como ela realmente não quer matar a menos que isso seja absolutamente necessário.
Claro, não dá pra negar que o roteirismo forçou muito a barra no final do episódio, já que as Frosts, Lorna, Reeva e até mesmo o Andy poderiam ter impedido Rebecca de explodir todos os humanos, ao invés de ficarem apenas chocados demais para agir, mas isso também prova que a intenção do Círculo Interno nunca foi matar sem necessidade.
Resta saber como eles irão lidar com a pequena Marjorie Estiano psicótica que, no fim das contas, eles mesmo tiraram da prisão.
O que vocês estão achando da temporada até agora? Concordam que a Resistência tá um pé no saco e que não conseguem ver quem é o verdadeiro inimigo dos mutantes? Comentem!
Confira abaixo nossa galeria sobre a série:
The Gifted vai ao ar toda terça-feira.