Supergirl: 3×22 e 23 – Reino Ameaçado!
Supergirl: 3×22 e 23 – Reino Ameaçado!
O fim do reinado da Reino…
E finalmente chegamos ao final da terceira temporada de Supergirl que, como vocês sabem, não vinha me agradando tanto nos últimos episódios. Escolhas duvidosas foram feitas, desenvolvimento de personagens foram ignorados e, em resumo, tivemos algumas encheções de linguiça e tramas que acabaram deixando a desejar. Felizmente esses dois últimos episódios vieram para corrigir isso.
No episódio 22 vimos todo o poder das Bruxas lideradas por Selena, que deixaram Argo para trazer Reino de volta à vida. O episódio foi bem divertido, especialmente por mostrar que se a série tivesse introduzido elas antes, talvez toda a relação das Arrasa-Mundo acordando (apenas para morrer logo em seguida) pudesse ter tido um efeito melhor. Fora que, ainda que as outras duas bruxas fossem mera figurantes, Selena se mostrou cruel, inteligente e horrível – no melhor sentido possível. Elas teriam sido uma boa adição para a série se fossem as vilãs da temporada, talvez até uma solução melhor para todo o drama de Sam, que acabou se arrastando muito.
Mostrando que elas realmente não se importam com os humanos, as Bruxas aterrorizaram o DEO e mataram o figurante bonitinho, tudo isso na busca das amostra de sangue da Pureza e Peste para trazerem Reino de volta. Elas também se livraram do fanático religioso aleatório, que nunca foi muito esperto, especialmente por achar que seu sacrifício faria dele menos humano aos olhos das “Deusas” que ele cultuava.
Enquanto as Bruxas espalharam seu reinado de terror, Supergirl tinha que lidar com o peso da sua escolha de voltar para Argo – que neste caso acabou deixando a Terra totalmente desprotegida diante da ameaça de Selena. Lutando para encontrar uma maneira de avisar seus amigos e, é claro, conseguir retornar pra casa, vimos um pouco mais da relação entre a heroína e a sua mãe, ainda que com tudo que estava acontecendo ao redor delas, não dá pra dizer que aquilo foi um momento mãe e filha satisfatório, mas deu pro gasto.
Sam, por outro lado, vivia seu próprio drama ao descobrir que sua vida ainda estava ligada a Reino, definhando cada vez mais conforme a kryptoniana ficava mais forte. Não posso negar que fiquei bastante animado para ver o retorno da vilã, já que como vocês sabem, achei bastante anti-clímax a sua suposta morte no outro episódio. Depois de um deus ex machina pesado, descobrimos a existência de uma suposta “Fonte de Lilith”, que poderia fortalecer Sam – e consequentemente enfraquecer Reino – sendo a resposta para todos esse problemas.
Mas como nada é muito fácil para os heróis, enquanto Sam partia para sua jornada em busca das fontes, as Bruxas mandavam Reino, agora já renascida, para o centro da Terra, com a missão de arrasar o mundo e permitir que uma nova Krypton nascesse – uma Krypton onde todos fossem poderosos como Deuses, diga-se de passagem.
Como consequência disso, diversos desastres começaram a acontecer no mundo, um evento bem catastrófico que era bem o que eu queria para a conclusão da temporada, afinal, o título Arrassa-Mundo tinha que significar algo mais palpável, já que até o momento tudo que vimos de Reino foi sua jornada no maior estilo Justiceiro.
Já essa semana, na season finale da série, finalmente tivemos a a conclusão de tudo isso. E surpreendentemente, apesar de alguns detalhezinhos confusos ou desleixados, foi uma bela maneira de encerrar a temporada.
Enquanto os heróis tentavam ao máximo proteger as pessoas da cidade – contando com a ajuda da mãe de Kara e de Imra e Brainiac 5 que voltaram para ajudar nessa tarefa – J’onn J’onzz e M’Rynn enfrentavam um grande drama emocionante.
J’onn finalmente havia aceitado que seu pai estava morrendo, fazendo os rituais marcianos para conseguir obter todas as memórias de M’Rynn, para que ele pudesse descansar em paz. Quando a Terra começou a sofrer graças aos efeitos de Reino, no entanto, M’Rynn decidiu interromper os rituais se sacrificar para proteger o lar do seu filho, explicando que conseguiria se fundir com o núcleo do planeta e impedir que todas as catástrofes acontecessem. Foi uma bela conclusão para esse que, na minha opinião, foi um dos melhores arcos da temporada – ou pelo menos o mais constante e coerente.
O problema disso, entretanto, é que tudo deu certo fácil demais. Realmente esperava que todo o episódio seguisse uma linha mais apocalíptica, mostrando lutas no meio dessa catástrofe toda, mas o sacrifício do Marciano Verde conseguiu deter o avanço de Reino – e por pouco não acabou prendendo ela no centro da Terra.
O verdadeiro conflito aconteceu mais tarde no episódio, com o mundo já a salvo do cataclismo, com Mon-El, J’onn, Kara e sua mãe partindo para enfrentar Reino e as Bruxas. Enquanto isso Imra e Brainiac 5 ficavam suaves na nave…
É, vocês também notaram o quão burra foi essa escolha de roteiro, né? Imra, a moça que conseguiu prender a Peste com seu campo de força e que é uma Legionária poderosa, ficou ali voando na nave, se concentrando com todas suas forças pra impedir que uma pedra caísse no “caldeirão” das bruxas. Essa inconstância nos poderes da menina sempre foi extremamente irritante, uma pena.
Ainda que as bruxas sejam derrotadas com muita facilidade, Reino não está pronta para ser derrubada. E teria matado Supergirl se não fosse pela intervenção de Sam, que voltou da sua jornada na Fonte de Lilith, toda poderosa e com sangue no olho. Usando a espada da vilã, a moça apunhala Reino, o que permite que Kara jogue sua inimiga no caldeirão das bruxas decidida a matá-la.
Como você derrota uma vilã que possui uma série de poderes e que, em resumo, é extremamente mais forte que você? Definitivamente não de uma forma lenta. Pelo visto não foi essa a mesma ideia que Kara teve, talvez pelo calor do momento ou por não pensar muito em como matar seus inimigos. Enquanto cozinhava naquela mistura, Reino surtou e passou a lançar sua visão de calor por toda a caverna, sem se preocupar em quem machucava – uma reação bastante plausível, na minha opinião. O resultado disso foi a morte de Mon-El, Sam e da mãe da Supergirl, todos atingidos pelos raios mortais.
E é então que temos um momento parecido com o de Flash. Depois de ver a grande cagada que fez, Supergirl se desespera e decide voltar no tempo para impedir essas mortes. Achei que a série iria seguir por um caminho mais sombrio e fazer com que ela só pudesse salvar uma das pessoas que acabaram morrendo – isso traria muito drama e seria bem cruel, mas seria um tanto mais interessante e possivelmente poderia fazer com que Kara perdesse um pouco desse controle que ela tem, talvez até deixando sua personalidade mais selvagem, como é nos quadrinhos.
Espero, no entanto, que esse momento no estilo Flashpoint ainda gere consequências para a série, pois se tem uma coisa que TODO o Arrowverso já definiu é que mexer com o tempo é receita para desastre.
Supergirl decide que seu grande erro foi tentar matar a Reino e que ela deveria buscar uma outra forma de impedi-la, já que na sua cabeça, ao sair do seu caminho moral ela permitiu a morte dos seus amigos e família. E ai ela e Sam seguem para Juru, onde a humana se vinga de todo o reino de terror que passou por causa da vilã, obrigando a moça a beber da fonte de Lilith que a enfraqueceria.
O que acontecesse logo em seguida? Aparentemente a morte de Reino. É, também achei um tanto confuso, mas talvez ela só esteja presa na fonte e não seja a morte de fato, afinal, de Kara tivesse se culpado por ter matado a Reino e decidisse voltar no tempo apenas pra matar ela de novo seria algo no mínimo tosco.
Mesmo assim, foi uma boa conclusão pra trama. Tudo ficou bem, ao menos por enquanto. Vimos Kara e Alex conversando sobre a vida, com a kryptoniana reconhecendo que seu lar é ali na Terra, vivendo como Kara Danvers e como Supergirl. Isso faz um paralelo muito legal com todas as dúvidas e problemas que Kara enfrentou no começo da temporada, quando ela recusou seu lado “humano” para evitar a dor. Agora ela entende quem ela é, e isso é muito bonito.
Também tivemos a despedida de Winn e Mon-El. Não esperava pela saída do último, especialmente depois de todos os episódios investindo no retorno do romance entre o herói e a Supergirl, mas ao mesmo tempo fico feliz por não terem feito isso. O retorno de Mon-El foi importante para que a Kara pudesse seguir em frente, fechar suas feridas. E o mesmo vale pra ele, claro, que ainda conseguiu mostrar que cresceu muito e se tornou um homem muito mais maduro – e melhor – no futuro.
Já Winn, bem, não chega a ser uma surpresa a saída dele já que o rapaz era mais um figurante do que qualquer outra coisa. Mesmo assim, ainda acho que ele tinha mais potencial na série do que o Guardião que deve continuar na série…
Quem também deve estar bem diferente na próxima temporada é J’onn, que decidiu seguir os preceitos de paz do seu pai e sair pelo mundo vendendo sua arte, espalhando paz e amor. É um crescimento muito bom para o personagem, que realmente não vivia no mundo real, apenas seguia isolado no DEO. Tá na hora de botar a cara no sol, talvez até aparecer como Marciano para o mundo – não o tempo todo, pois sabemos que o orçamento da série não permite…
Como consequência disso, temos Alex Danvers como a nova comandante do DEO e eu não poderia estar mais feliz com isso. Estava morrendo de medo de fazerem a personagem abandonar toda sua carreira para ser mãe. Vai ser interessante ela lidando com as duas coisas ao mesmo tempo e sendo fodona nas duas tarefas.
Pelo visto a série infelizmente vai insistir nessa coisa de deixar a Lena como aquela personagem que faz escolhas duvidosas e que, de certa forma, podem ser consideradas até vilanescas. Eu não reclamaria se Lena tivesse chegado já com esse propósito ou fosse uma personagem dúbia, com um alinhamento moral misterioso desde sua introdução na série. Mas não é isso que aconteceu.
O que eles fizeram foi criar uma personagem forte, que lutou esse tempo todo para sair da sombra do irmão, mostrando que nem todos Luthors eram do mal. Alguém que teve uma amizade maravilhosa com a Kara e a Supergirl. Alguém que aprendeu que merecia coisas boas na vida, que merecia ser feliz, apesar de ser uma Luthor. E ai eles pegam a personagem e começam a fazer isso com ela? Não aceito mesmo. Afinal, isso é anular uma jornada inteira dela – além de detonar uma amizade entre mulheres fortes que atraia uma grande fã-base e audiência pro seriado. Eu realmente espero que a quarta temporada corrija isso (assim como corrigiram o romance Kara e James logo no primeiro episódio da segunda temporada). Voltem com a Lena Luthor maravilhosa e amiga da Kara!
E por fim, temos um momento um tanto estranho que parece indicar que teremos a adaptação de Entre a Foice e o Martelo chegando na próxima temporada. Como será que isso vai acontecer? Já estou ansioso.
Em resumo, é uma pena que a temporada tenha dado umas escorregadas na trama, pois ela começou cheia de potencial e até a metade estava conseguindo entregar uma história boa. Felizmente a conclusão dessa trama foi bacana. O que vocês esperam do quarto ano de Supergirl? Eu adoraria ver algo no estilo de Agents of S.H.I.E.L.D. ou Gotham, ou seja, pequenos arcos formando a trama de toda a temporada. Isso evitaria que a história se arrastasse muito, tivesse encheção de linguiça e episódios fillers…
Mas agora só nos resta esperar.
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